Os profissionais de saúde, incluindo, enfermeiros, técnicos e auxiliares, em geral, têm trabalhado incansavelmente na linha de frente de combate à pandemia da covid-19, seja na assistência ao paciente ou na administração dos cuidados e das rotinas hospitalares.
Para destacar a função desses profissionais, o Presidente do Conselho Regional de Enfermagem de Rondônia (Coren) e enfermeiro, Manoel Neri, concedeu uma entrevista ao programa Conexão Rondoniaovivo na última quinta (15).
Ivan Frazão e Manoel Neri
No decorrer da conversa, com o jornalista Ivan Frazão, Manoel Neri, abordou o trabalho desenvolvido por todos os profissionais, seja em hospitais, postos de saúde e upas. Ele falou também sobre a maneira que a pandemia impactou o setor, a atuação desses profissionais nesse período e valorização.
Sobre como a pandemia da covid-19, afetou a atuação dos profissionais de enfermagem em Rondônia e o país, Manoel disse que foi de muito sofrimento. “A pandemia impactou o trabalho de uma forma muito dramática, por que o Brasil e o estado não haviam se preparado, antecipadamente, para tamanha gravidade de uma doença desconhecida”, disse.
Para Manoel, em um quadro como esse, de emergência, faltou capacitar os profissionais para enfrentar a pandemia e fez uma previsão catastrófica. “Essa não foi a primeira pandemia que nos atingiu e pode não ser a última. Temos epidemias provocadas por novos micro organismos”, enfatizou.
O Presidente do Coren, ainda comentou, que essa doença tem um aspecto muito peculiar, capaz de provocar casos gravíssimos aos pacientes, que podem ir a óbito e também impacto econômico, social e psicológico.
CAOS
Ele ressaltou que a enfermagem é uma classe de trabalhadores que sofre com a desvalorização, apesar da importância para a sociedade.
“Infelizmente, tem que lidar com baixos salários, múltiplos vínculos empregatícios e com o desgaste físico e mental, em função da sobrecarga de trabalho, que só aumentou no período pandêmico”, declarou.
Em Rondônia, há 19.600 profissionais, entre enfermeiros, técnicos e auxiliares. Desse total, segundo o presidente do Coren, a maioria, desenvolveu síndrome do pânico, estresse e principalmente, depressão.
“Nesse momento, vários órgãos e conselhos de enfermagem, assumiram uma postura proativa para dar suporte emocional aos profissionais da linha de frente”, disse.
SUS
O presidente do Coren, destaca que apesar do caos, há como tirar lições, valorizar mais aquele profissional e o Sistema Único de Saúde (SUS).
“Temos que olhar a capacidade que a categoria teve em enfrentar um momento tão difícil como esse. A Importância do SUS e o fortalecimento, para oferecer atendimento ao povo brasileiro”, diz Manoel.
Ele acredita que esforço entre o setor público complementado pelo privado, salvou dezenas e milhares de vidas, mesmo com as dificuldades.
“O SUS está presente em todas as cidades, municípios e em diversas unidades de atendimento. Outro ponto de evolução é a importância que o sistema está tendo para a vacinação da população. Por isso, o poder público deve fazer um investimento maior. Tem que investir na saúde, ciência, educação, e também para o desenvolvimento do país”, finalizou.