Nove dias após a queda do prédio, bombeiros encontram restos mortais que serão enviados ao IML
Foto: Divulgação
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O Corpo de Bombeiros localizou, no final da manhã desta quarta-feira (9), restos mortais que indicam ser de um terceiro corpo que foi soterrado pelos escombros do prédio Wilton Paes de Almeida, ocupação de sem-teto que caiu após pegar fogo no centro da capital paulista no dia 1º. Os ossos estavam espalhados entre os destroços. O Instituto Médico Legal recolheu a ossada e vai, agora, verificar se eles são de apenas uma das vítimas.
Com nove dias ininterruptos de buscas, os bombeiros já localizaram o corpo de Ricardo Galvão, morador do prédio conhecido como "Tatuagem" e mais uma ossada nesta terça (8) que aparenta ser de um homem, ainda não identificado.
No início desta semana, o número oficial de possíveis vítimas foi atualizado pelos bombeiros. Foram incluídos na lista dois homens: Artur Hector de Paula, 45, na noite de segunda (7), e Francisco Lemos Dantas, 56, na manhã desta terça. A atualização se deu após parentes relatarem o desaparecimento deles.
Já eram procurados a faxineira Eva Barbosa, 42, e o marido dela, Valmir de Souza Santos, além de Selma Almeida da Silva, 40, e seus filhos gêmeos, Wendel e Wender, 10.
Para os bombeiros, a região dos destroços onde os trabalhos estão concentrados é muito sensível. "Estamos no ponto crucial. Sabíamos que não haveria vítimas nos andares superiores, já que do 11º andar para cima ninguém morava. Acabamos de entrar nos andares abaixo disso, e vamos agir com cuidado para não causar danos", afirmou Marcos Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo.
CURTO-CIRCUITO
Na semana passada, a polícia disse que, após ouvir uma testemunha, concluiu que um curto-circuito no quinto andar, provocado por excesso de aparelhos ligados em uma tomada foi a causa do fogo no prédio. No local havia quatro pessoas: marido, mulher e duas filhas.
O desabamento provocou ainda a interdição de cinco imóveis em seu entorno, sendo quatro prédios e a igreja. Segundo a Defesa Civil, todos os bloqueios são totais e não há previsão de liberação. Não foi encontrado risco iminente de colapso em nenhum deles, mas eles seguem monitorados pelo órgão.
Um desses imóveis é o edifício Caracu, localizado na rua Antônio de Godói, que foi liberado para a entrada de moradores pela primeira vez nesta sexta-feira. As pessoas puderam retirar pertences pessoais, como documentos e medicamentos, mas não puderam permanecer no local.
Também estão interditados a igreja, no número 34 da av. Rio Branco; um prédio, no largo do Paissandu, 132; e um edifício estreito da Antônio de Godói, que ficou com marcas das chamas em sua fachada. Essa última construção conta como duas interdições por ter duas numerações (8 e 26).
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