Migração de espécies está ligada as condições ambientais o que vem ocasionado aumento pirarucus na Serra da Cutia
Foto: Divulgação
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Pescadores profissionais estão preocupados com o excesso de Pirarucu detectado empiricamente na região que abrange o Parque Nacional da Serra da Cutia, localizado no Município de Guajará-Mirim, a sudoeste do Estado de Rondônia, fronteira com a Bolívia. O pirarucu é um dos maiores peixes de águas doces fluviais e lacustres do Brasil. Pode atingir três metros e seu peso pode ir até 200 kg.
Segundo relato de moradores da comunidade, após a cheia histórica ocorrida no ano de 2014, houve um povoamento desordenado do peixe. A escassez de outras espécies causa prejuízos para a subsistência dos ribeirinhos e comércio local.
Manoel Pereira da Costa, pescador profissional e morador de Surpresa há mais de 20 anos, acredita que o fenômeno é resultado da cheia de 2014. Davi Pereira da Silva, pescador profissional e morador do assentamento Dom Xavier Reis, garante que depois da cheia os peixes só evoluíram, invadiram a região e tornaram-se predadores. “Fica até difícil para trabalhar com a escassez dos peixes menores” disse Davi, que mora na região.
O sub chefe da casa Civil do Estado de Rondônia, Waldemar Albuquerque, participou de uma reunião com a comunidade local e técnicos da Emater e destacou a preocupação do governo com as providências técnicas para resolver o problema. Os pescadores locais afirmam que o grande contingente de Pirarucu está preocupando a subsistência dos ribeirinhos.
Waldemar demonstrou preocupação com a região onde o fenômeno acontece, uma área grande que compreende o vale do Guaporé, Mamoré, uma extensão que vai até próximo de Costa Marques, na região do Pakaás, e observou que a pesca é uma atividade necessária aos ribeirinhos e ainda atende uma diversificada população indígena local.
Waldemar disse que uma equipe de profissionais do governo do Estado está na região para promover a conscientização dos pescadores e preparar o ambiente para trabalhar a probabilidade do manejo. Antes, os pescadores profissionais da região fizeram curso teórico e prático para poderem iniciar o censo e consolidar as informações. “Então será verificada a quantidade de cotas para saber como podem ser retirados os peixes do lago, na intenção de retirar o excesso de pirarucu e repor, ou dar oportunidades para os peixes menores se manterem no habitat” – idealizou.
Fenômeno tem explicação
Segundo a biológa e pesquisadora em ictiofauna Lucíola Caldeira, o desequilíbrio é um reflexo da enchente de 2014. Ela explica que o fenômeno provocou alterações nas flutuações divergentes das planícies do Rio Madeira, ocasionando modificações significativas das populações de peixes daquela região. “Seria imprudente relacionar a ausência de determinadas espécies somente aos pirarucus. Estes tipos de peixes são residencialistas, então independente das condições de cheia, seca, ou qualquer outra variação na água, eles sempre manterão seu fluxo migratório, diferentemente de outras populações de peixes, por isso a verificação do aumento da população de pirarucus na região”, explicou.
A pesquisadora enfatizou que é necessário realizar um estudo aprofundado na região para confirmar quais espécies foram de fato afetadas. “Nós sabemos que os movimentos migratórios das grandes populações de peixes estão intrinsecamente ligadas a essas flutuações das planícies do rio e devido a essa desordem, já era esperado o desaparecimento das espécies mais comuns”, concluiu.
Fonte: Orondoniese e site Igui
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