Há dois anos viajaram 10.092 pacientes e 8.327 acompanhantes, especialmente para Barretos (SP), a 2.558 quilômetros de Porto Velho. Em 2016, esse contingente somou 8.392 e 6.943 respectivamente
Foto: Divulgação
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Reni Pereira da Costa e João Luiz da Costa são casados há 44 anos. Eles vieram ainda jovens de Conselheiro Pena (MG) e são donos de um pequeno sítio em Nova União, a 350 quilômetros de Porto Velho. Juntos, já enfrentaram muitas dificuldades. Entre elas o surgimento de um tumor no cérebro do senhor João. Ele fez duas viagens a Barretos, numa das quais se submeteu a cirurgia com êxito. “Agora não precisamos mais ir para fora. O médico olha todos os exames dele aqui. Não tenho do que reclamar. Isso melhorou e facilitou muito para a gente”, conta Reni carregando o travesseiro para o conforto do marido.
Com o funcionamento do Hospital do Câncer de Porto Velho, o Barretinho, menos doentes de câncer viajaram para cidades de outras regiões brasileiras no período 2015-2016, aponta relatório da Coordenadoria de Tratamento Fora de Domicílio (CTFD), da Secretaria Estadual de Saúde.
Há dois anos viajaram 10.092 pacientes e 8.327 acompanhantes, especialmente para Barretos (SP), a 2.558 quilômetros de Porto Velho. Em 2016, esse contingente somou 8.392 e 6.943 respectivamente. Nessa mesma ordem foram 17% e 16,63% a menos.
Segundo informou nesta quarta-feira (19) a coordenadora do CTFD, Eliana Silvestrini, no comparativo desse biênio o governo estadual reduziu 7,4% os gastos com passagens aéreas e 19,92% a ajuda de custo – de R$ 5,3 milhões para R$ 4,3 milhões. Mulheres (2.380) trataram menos que os homens (2.422). O número de laudos de retorno (3.932) superou o total de laudos de primeira vez (1.078). A perícia médica aprovou 4.802 laudos.
Desde 1989 morando em Alta Floresta do Oeste, o sitiante Clóvis Codeco Brito, 47, de Pedro Canário (ES), sentiu a comodidade de ser atendido na capital, agora em fase de revisão. A primeira vez, teve que viajar para Barretos. “É bem melhor tratar em Porto Velho, eu venho de ônibus [525 quilômetros por estradas]; nas duas viagens que fiz pra lá, minha ex-esposa me acompanhava, e mesmo indo de avião eu sinto que dava trabalho pra ela, agora venho sozinho”, contou.
Para cada 200 milhas voadas, o reembolso feito pela CTFD é de R$ 181,50. A ajuda de custo importa em R$ 24,75 para paciente e R$ 24,75 para acompanhante. A CTFD também constatou redução de 42,03% nos gastos com óbitos: R$ 578,2 mil em 2015 e R$ 335,2 mil em 2016. A requisição de passagens terrestres originou 513 viagens, com média mensal de 47 pacientes transportados.
TRATAMENTO E REVISÃO EM PORTO VELHO
No ano passado, 5.010 laudos deram entrada na perícia, numa média mensal de 417 laudos e 46 classificados como desvio de padrão de entrada. O andamento dos processos melhorou, desde a designação de uma médica oncologista para avaliar laudos no âmbito do TFD. A equipe de perícia é formada por cinco médicos, dos quais, quatro trabalham com laudos em geral. “De dois anos para cá, isso facilitou muito porque, a pedido dos próprios pacientes, o tratamento pode ser feito aqui mesmo”, considerou Eliana.
Essa situação contempla pessoas em tratamento de cinco anos para cá. São pacientes que não precisam mais viajar a Barretos, recebendo atendimento nos hospitais Barretinho e São Pelegrino, em Porto Velho.
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