Governo reduz criminalidade com sistema de videomonitoramento

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Foto: Divulgação

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O vai e vem frenético de carros e motocicletas indica que Buritis, localizado a 330 quilômetros de Porto Velho, é um município que passa por uma fase de forte desenvolvimento. A economia, que já dependeu das madeireiras, tem base diversificada. A população não para de evoluir, e com ela os problemas. Na área de segurança, o sistema de videomonitoramento, instalado há quatro meses, faz sua parte, reduzindo a ocorrência de crimes.Um caso emblemático dos benefícios do sistema, que é composto por 14 câmeras digitais estrategicamente espalhadas, é relatado com entusiasmo pelo delegado Lucas Torres Ribeiro. Ele diz que umas das câmeras foi instalada num lugar onde funcionava um ponto de venda de drogas. A mulher responsável pelo negócio foi presa várias vezes e, libertada, reincidia.

A primeira reação veio após o início do funcionamento do videomonitoramento. Alguém tentou desativar ou roubar o equipamento. Ficaram marcas no poste e o mecanismo de proteção do equipamento foi violado. “A manutenção foi feita rapidamente e, como consequência, a responsável pelo ponto decidiu sair da cidade. Está morando em outro município”, revelou o policial.O caso mais conhecido é o do incêndio que destruiu diversos ônibus de uma empresa de transportes. As câmeras mostraram os autores do crime em ação. As imagens foram divulgadas e os envolvidos acabaram denunciados por populares através de telefonemas.

A importância da ferramenta no enfrentamento da criminalidade está comprovada. “O primeiro impacto é psicológico”, admite o delegado Lucas, um cearense que viveu em Porto Velho desde a infância e que não pretende sair de Buritis tão cedo.Buritis tem, segundo dados recentes, 36 mil habitantes. Mas atende a demandas diversas de outras localidades, como o município de Campo Novo, o distrito de Rio Pardo, que pertence a Porto Velho; e o município de Monte Negro, além de Jacinópolis, que pertence a Nova Mamoré.“No fim das contas, somos responsáveis por 70 a 80 mil habitantes”, contabiliza o policial.Uma densidade populacional tão vasta significa problemas de toda ordem. Buritis já foi considerado o fim de tudo. Dali não se podia ir em frente. Só retornar pela BR-421 para tomar a BR-364.

ROTAS

Agora é diferente. Há saídas para vários lugares. O município não é destino final, é meio. Um ladrão de motos, por exemplo, pode ir até Guajará-Mirim, na fronteira com a Bolívia, trocar o veículo por drogas. Pode ir para Ariquemes, para o Mato Grosso. E é aí que o sistema de videomonitoramento começa a promover transformações.Assim como a mulher que administrava uma boca de fumo, os autores de furtos de carros e motos sabem que a fiscalização remota, a feita por câmeras de vídeo são uma ameaça. “Os índices caíram desde que esta ferramenta começou a ser utilizada”, disse o delegado Lucas.Como já ocorre em alguns municípios, a rede de câmeras produz imagens de altíssima resolução para uma central, onde um policial acompanha tudo. O alcance surpreende. É capaz de identificar placas de carros e até a cor dos olhos de um suspeito.Em geral, o sistema é instalado num quartel da Polícia Militar. Em Buritis, está na delegacia da Polícia Civil. Para ampliar a eficácia do sistema, o delegado Lucas aguarda a chegada de novos policiais, após a conclusão do curso na Academia de Policia Civil. Ele próprio terá um colega para auxiliar.

 
O policial revela que os crimes mais comuns na sua região são os homicídios, furtos e roubos. Os assassinatos são, na verdade, o grande problema da polícia. Já esteve pior. Antes, matava-se no centro da cidade, à luz do dia. E era fácil fugir.A região já foi afetada pelos crimes de pistolagem. Matava-se em plena luz do dia. As ocorrências que persistem estão relacionadas  a disputas por terras, acerto de contas entre usuários de drogas e traficantes. O restante fica por conta das brigas domésticas e acidentes de trânsito.Um planejamento estratégico e a mobilização da Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério Público e Judiciário mudou a situação. Se antes as pessoas estavam preocupadas em sobreviver ante um quadro preocupante, decorrente dos aventureiros que chegavam para trabalhar nas exploração de madeira, agora, os moradores voltam-se para outras questões, como a infraestrutura do município.
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