Idosos participam de oficinas criadas por artista plástica

Idosos participam de oficinas criadas por artista plástica

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Foto: Divulgação

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De passagem por Porto Velho, a artista plástica Rita Queiroz, 78, que agora mora em Anápolis (GO), está ministrando oficina de pintura no Lar do Idoso São Vicente de Paula. Desenvolver trabalho social na arte tem sido uma sistemática de Rita Queiroz, que ao longo dos 40 anos de artes tem separado um tempo para ajudar aos menos favorecidos.
No Lar do Idoso, ela já esteve algumas vezes em anos anteriores, quando morava em Porto Velho. Já ensinou presos, estudantes da rede pública e crianças do Baixo Madeira. “Para mim é muito importante proporcionar às pessoas, que aos nossos olhos estão mais distantes da arte, uma experiência que pode ser única na vida de muitos”, afirmou.
De acordo com a fonoaudióloga Célia Chaves, que também aderiu à pintura, não são muitos idosos envolvidos na oficina, mas para os que estão participando, as segundas-feiras nunca mais foram as mesmas na instituição. As aulas iniciadas no dia 20 de abril acontecem todas as segundas-feiras, pela manhã.
“A gente chega aqui por volta das 8h e fica até as 11h. Às vezes um pouco mais, depende da disposição deles”, disse Rita, explicando que no início foram mais de 10 participantes. “Fizemos o convite e eles vieram voluntariamente. No primeiro dia tivemos que ajudá-los como as professoras faziam antigamente, pegando na mão, mas da segunda aula em diante, apesar do número ter diminuído, eles ficaram mais autônomos”, ressaltou.
Na oficina estão Luiz Matias, que tem muitas limitações motoras, mas muito animado. “Ele é um pintor fantástico”, classificou a professora, acrescentando que ele gosta de usar muitas cores, é bastante observador e se mantém sempre calado.
Waldomiro Conceição Sabino, de 82 anos, não se importa com a cadeira de rodas. Aproxima-se da mesa e fica olhando ao redor, à espera de um modelo vivo para desenhar. “Ele é muito simples, mas a gente percebe que o desejo dele é expressar com as tintas o que vê ao redor”.
A maioria deles não se lembra com clareza da idade, alguns estão há anos abrigados na instituição. Antônio Pereira Gonçalves disse que tem quase 100 anos, mas na verdade a aparência é que tem bem menos. Seu desenho do dia: uma pipa voando e quem sabe com ela o sonho da liberdade.
Waldomiro tem boa desenvoltura com os pincéis e com as tintas e é o que menos pede auxílio, segundo Rita Queiroz. “É como se desenhasse as suas próprias lembranças”, salientou ela.
A fonoaudióloga Célia Chaves aproveitou a oportunidade dada aos pacientes para também exercitar seu lado artístico. Ela contou que nunca teve a curiosidade de lançar mão de tintas e pincéis para produzir alguma coisa, mas que inspirada pela artista, não pôde resistir. “Eu nem tinha ideia de que poderia desenhar ou pintar alguma coisa”.
Para Célia, qualquer atividade que possa tirar os internos da ociosidade é muito bem-vinda. Ela só lamenta que poucos se interessem em participar. “O ideal seria ter continuidade neste trabalho, porque ele tem excelentes resultados”, avalia.
Ao final do mês, Rita Queiroz retornará para Goiás, mas conseguiu alguém para manter em funcionamento as atividades de pintura. Denize Mendonça, sobrinha que acompanha a artista na oficina, se ofereceu para dar continuidade. “Eu não sou pintora, mas posso assumir este compromisso, trazendo material e ajudando aos internos, e quando tiver dúvida ligo para a titia”.
Para Rita Queiroz o envolvimento com uma atividade pode contribuir para a recuperação do paciente e melhorar a sua autoestima. A ideia, segundo ela, é criar outras atividades, como o trabalho com cerâmica e apresentação com fantoches. “No primeiro dia, a Lu Silva, que trabalha com fantoches, fez algumas apresentações e eles gostaram muito, deram risadas e ficaram felizes com as brincadeiras”, citou.
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