Dois policiais e um jornalista estão entre as vítimas fatais
Foto: Divulgação
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A revista satírica Charlie Hebdo, que foi alvo de um ataque em novembro de 2011 após a publicação de charges do profeta Maomé, foi alvo nesta quarta-feira em Paris de um tiroteio de dois homens armados com fuzis de assalto e lança-foguetes. Ao menos doze pessoas morreram, incluindo dois policiais e um jornalista.
Conforme o jornal The Telegraph, quatro famosos cartunistas teriam morrido no ataque. São eles: Cabu, Tignous e Wolinski e o editor-chefe, Charb. Mas não há confirmações oficiais.
O cartunista Charb (Stéphane Charbonnier) teria sido ameaçado e tido a "cabeça" pedida pela rede terrorista al-Qaeda in 2013, de acordo com o periódico.
O presidente François Hollande foi até a sede da revista e convocou uma reunião de crise no palácio presidencial para as 11h (horário de Brasília). As autoridades também anunciaram que a região parisiense foi colocada em estado de alerta máximo.
Ao abandonar o prédio, os agressores atiraram contra um policial, atacaram um motorista e atropelaram um pedestre com o carro roubado.
Vincent Justin, um jornalista que trabalha em um edifício próximo à sede da Charlie Hebdo, afirmou que duas pessoas entraram na redação do semanário e começaram a atirar. De acordo com Justin, os autores do ataque gritavam a frase "vamos vingar o profeta".
A France TV noticiou que nesta quarta-feira acontecia um encontro semanal editorial da revista, o que significa que todos os jornalistas estavam presentes.
Além do episódio de 2011, a revista Charlie Hebdo publicou caricaturas de Maomé em 2012, forçando a França a fechar temporariamente suas embaixadas e escolas em mais de 20 países em meio a temores de represálias.
Polêmicas
O cartunista (e novo diretor de redação) Charb, que pode ter sido uma das vítimas, publicou recentemente uma charge satírica que diz: "nenhum ataque na França ainda! Espere, nós ainda temos até o final de janeiro para enviar os nossos desejos!".
Coincidência ou não, a Charlie Hebdo fez a divulgação em sua edição desta quarta-feira do novo romance do controvertido escritor Michel Houellebecq, um dos mais famosos autores franceses no exterior.
A obra de ficção política fala de uma França islamizada em 2022, depois da eleição de um presidente da República muçulmano.
"As previsões do mago Houellebecq: em 2015, perco meus dentes... Em 2022, faço o Ramadã!", ironiza a publicação junto a uma charge de Houellebecq.
Repercussão
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, reagiu condenando este ataque terrorista revoltante, e expressou solidariedade com a França na luta contra o terrorismo.
"Os assassinatos em Paris são revoltantes. Estamos ao lado do povo francês na luta contra o terrorismo e na defesa da liberdade de imprensa", declarou Cameron em sua conta no Twitter.
O vice-primeiro-ministro britânico, Nick Clegg, disse que a ação foi um "ataque" contra a liberdade de expressão e manifestou sua solidariedade com "as vítimas, famílias e colegas".
A Casa Branca também condenou o atentado. "Todos na Casa Branca estão junto às famílias daqueles que foram mortos ou feridos neste ataque", declarou o porta-voz Josh Earnest, falando à MSNBC.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, comentou o incidente e disse que "o ataque na Fraça não é apenas um ataque aos cidadãos franceses, mas a liberdade de imprensa e de expressão".
O presidente da comissão europeia, Jean-Claude Juncker, disse estar "profundamente chocado pelao ataque brutal aos escritório da Charlie Hebdo. Esse ato intolerável, bárbaro desafia todos nos como seres humanos e europeus".
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