“Um pedaço meu foi embora”, diz pai que atropelou bebê com caminhão

Foi questão de minutos para ele entrar embaixo do veículo”, conta.

“Um pedaço meu foi embora”, diz pai que atropelou bebê com caminhão

Foto: Divulgação

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Os últimos quatro dias não foram fáceis para o caminhoneiro Valdenir Ventura dos Santos, o pai que atropelou acidentalmente o filho de um ano e quatro meses após dar marcha à ré em um caminhão boiadeiro.

 

O acidente aconteceu na quinta-feira, 18, no município de Corumbiara. O homem, de 47 anos, falou pela primeira vez sobre a tragédia que chocou a cidade onde a família mora. “Um pedaço meu que foi embora”, desabafa.

 

O pai de Davi Oliveira dos Santos diz se lembrar de cada detalhe do dia em que atropelou o próprio filho. “Eu havia chegado em casa por volta de meio dia para almoçar. Perguntei para minha esposa onde ele estaria. Ela me informou que ele estava na casa de uma vizinha”, recorda.

Após comer, Valdenir diz ter ido até a casa em que o filho estava. “Eu vi o Davi brincando e daí fui até o caminhão. Foi questão de minutos para ele entrar embaixo do veículo”, conta.

 

Quando entrou no caminhão, o motorista deu partida no veículo e engatou marcha à ré. “Neste momento senti o caminhão pulando, como se tivesse passado em cima de uma pedra. Achei estranho, pois na rua onde moro não tem pedras. Quando olhei no retrovisor vi parte do corpo do meu filho”, relembra. Desesperado com a cena, Valdenir diz que desceu e o caminhão continuou andando, pois não conseguiu desengatar o veículo.

O choque, de acordo com o pai, foi tão grande que no momento do acidente ele não conseguia chorar. “Corri para tentar socorrer, mas já era tarde”, recorda. De acordo com a Polícia Militar de Corumbiara, a criança morreu na hora.

 

O velório e o enterro de Davi foram realizados na última sexta-feira, 19. Davi era o terceiro filho de Valdenir e também o mais novo. Segundo o pai, não dá para classificar quais momentos foram os mais marcantes ao lado do bebê. “Todos foram incríveis. Ele era uma criança carinhosa, sorridente, alegre e muito apegado a mim”, diz.

 

Familiares contaram que o pai do menino não voltou ao trabalho nos dias que sucederam o acidente e levou o caminhão para o endereço de um parente para não lembrar da cena.

A família admitiu estar precisando de um acompanhamento psicológico por parte do município, mas alegam que desde o acidente nenhum profissional os procurou.

 

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