Pesquisador da Fiocruz Rondônia vence o prêmio FCW de Ciência 2013

Luiz Hildebrando é Diretor do IPEPATRO é vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Serviço de Referência da Fiocruz Rondônia

Pesquisador da Fiocruz Rondônia vence o prêmio FCW de Ciência 2013

Foto: Divulgação

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Foto: Alexandre Almeida/Fiocruz Rondônia
O Diretor do IPEPATRO (Instituto de Pesquisa em Patologias Tropicas de Rondônia) e vice-diretor de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico, Inovação e Serviço de Referência da Fiocruz Rondônia, Luiz Hildebrando Pereira da Silva (foto), foi um dos vencedores do prêmio da Fundação Wessel, um dos mais tradicionais da área de ciência no Brasil.

Luiz Hildebrando Pereira da Silva foi escolhido como vencedor na categoria de Ciência. O médico José Rodrigues Coura, do Laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, venceu na categoria Medicina.

Em Cultura, foi premiada a arqueóloga Niéde Guidon da Fundação Museu do Homem Americano - Centro Cultural Sérgio Motta, no Piauí.

O trio foi escolhido em uma lista com mais de 400 brasileiros que se destacaram em suas áreas. Cada um deles receberá R$ 300 mil. De acordo com o regulamento do prêmio, os vencedores precisam desenvolver algum trabalho social.

A entrega da láurea será em junho de 2014, em São Paulo.

O Prêmio

A Fundação Conrado Wessel atribui um prêmio anual denominado PRÊMIO FCW ou “PRÊMIO FUNDAÇÃO CONRADO WESSEL”, destinado a personalidade ou entidade de reconhecimento nacional no campo da ARTE, CIÊNCIA, MEDICINA e CULTURA, mediante critérios e normas estabelecidos em regulamento específico pela Diretoria Executiva e pelo Conselho Curador.

A FCW solicita a todas as instituições reconhecidas no país, por sua produção intelectual e cultural, a indicar nomes merecedores dos Prêmios FCW; além disso, há a Comissão de Busca constituída pela Fundação Conrado Wessel, incumbida de preparar os currículos encaminhados e agregar novas indicações, a cada ano. Os nomes indicados não precisam ser brasileiros, mas devem ter atividade permanente no Brasil.

Luiz Hildebrando Pereira da Silva

Formado em Medicina em 1953 pela Universidade de São Paulo, viajou com Samuel Pessoa para a Paraíba em 1954 onde participou da organização do Laboratório de Parasitologia e do ensino da disciplina na nova Faculdade de Medicina de João Pessoa. Desenvolveu entre 1954 e 1956, com Pessoa, pesquisas sobre a epidemiologia da Esquistossomose e da Doença de Chagas. Convidado em 1956 para assistente de Parasitologia na FMUSP, voltou a São Paulo e integrou-se a famosa equipe que trabalhava com Samuel Pessoa. Desenvolveu com sucesso, entre 1956 e 1960, em colaboração com Ferreira Fernandes, pesquisas em quimioterapia da tripanosomiase americana utilizando análogos de purina para inibir a biossintese de salvação de purinas do parasita.

Depois de 1960, quando obteve a livre docência em Parasitologia, viajou como bolsista do CNPq para Bruxelas, onde trabalhou com René Thomas em genética molecular do bacteriófago lambda. Em 1962/1963 trabalhou no Instituto Pasteur com François Jacob que vinha de publicar com Jacques Monod o célebre modelo de regulação da expressão gênica em procariontes que lhes valeu o Premio Nobel de Medicina de 1965.

Voltando ao Brasil em fins de 1963, organizou com Erney Camargo o Laboratório de genética de protozoários na FMUSP e o primeiro seminário paulista sobre Biologia Molecular reunindo pesquisadores de várias Instituições locais. Militante de esquerda conhecido, foi preso após o golpe militar de 1 de abril de 1964 e depois processado e demitido da USP pelo Ato Institucional nº. 1.

Voltou a Paris e ao Instituto Pasteur e trabalhou com Harvey Eisen com quem descreveu o gene CRO, responsável pela regulação da expressão do repressor do fago lambda. Em previsão de um retorno ao Brasil organizou um curso sobre genética molecular de bacteriófagos no Depto de Bioquímica da USP em 1967 e em 1968 aceitou a posição de professor no Departamento de Genética da USP- Ribeirão Preto com Warwick Kerr voltando a trabalhar com genética de eucariontes unicelulares. Em 1969 entretanto, foi novamente demitido pelo Ato Institucional nº 5 e voltou a Paris onde foi nomeado chefe do Laboratório de Diferenciação celular, adotando o modelo de Dyctiostelium discoideum.

Em 1976 foi convidado por Jacques Monod, diretor do Instituto Pasteur a organizar uma nova unidade de Parasitologia, associando sua experiência em Protozoologia médica com a nova formação em Biologia Molecular. Entre 1977 e 1996 trabalhou em malaria, reunindo uma equipe brilhante de colaboradores como Jurg Gysin, Arthur Scherf, Odile Mercereau, Gordon Langsley, Pierre Druilhe, François Trape, Christophe Rgierm entre outros que desenvolveram importantes estudos sobre a imunidade protetora de malaria falciparum, definindo, isolando as respectivas moléculas recombinantes e estudando em modelos primata experimental e em voluntários humanos luma série de moléculas antigênicas candidatas a vacina contra a malaria que até hoje permanecem como moléculas prioritárias para futuras vacinas.

Organizou igualmente a unidade de produção de primatas modelo para malaria experimental em Cayenne e a Unidade de terreno em Diemo, no Senegal , para estudo de malaria humana. De volta a Brasil, após sua aposentadoria no Pasteur, integrou com Mauro Tada o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical de Rondônia e organizou depois o IPEPATRO Rondônia que reúne atualmente alguns especialistas de renome e varias dezenas de jovens pesquisadores formados nos programas de pós-graduação da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Hildebrando é pesquisador honorário da Fiocruz, Coordenador da pós-graduação em Biologia Experimental da Unir, Conselheiro da CAPES e do Conselho Superior do MCTI da Presidência da República Federativa do Brasil. É membro do Comité Gestor do InPeTAm da UFRJ e colabora com varias Universidades dopais e do exterior (Lattes).

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