Médicos de Porto Velho aderem à paralisação nacional contra vetos ao Ato Médico

Da Redação

30 de Julho de 2013 às 11:03

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Médicos de Porto Velho aderem à paralisação nacional contra vetos ao Ato Médico

Foto: Divulgação

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Médicos do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho, a exemplo do restante do país, iniciaram na manhã desta terça-feira (30) uma paralisação nacional em manifesto aos vetos realizados pela presidente Dilma Roussef ao Ato Médico. A paralisação também acontece amanhã, dia 31, em todo o Brasil.

Segundo a classe médica, a presidente vetou ítens importantes que regulamenta a profissão médica. Um deles seria a vinda de médicos estrangeiros para o país sem a revalidação do diploma, como prevê a nova lei do Ato Médico. Para o vice-presidente do Sindicato Médico do Estado de Rondônia (Simero), Carlos Roberto Maiorquin, o problema não está na entrada dos médicos estrangeiros no Brasil.

“Ninguém é contra a vinda de colegas estrangeiros. Aqui no Brasil existe trabalho para todo mundo. Mas é inaceitável que não seja mais exigido a revalidação do diploma, ou seja, a comprovação de que este profissional esteja 100% capacitado para atender a nossa população. Aceitar um médico sem o Revalida é colocar a vida da população brasileira em risco” declara o médico.

Para o médico, a classe médica estaria funcionando de ‘bode expiatório’ para um governo que culpa os profissionais pela péssima fama do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O Governo Federal tomou atitudes que acabam nos prejudicando como se nós fossemos culpados pela incompetência desse governo que há 10 anos não faz nada pela saúde pública do país. E agora resolvem vetar itens de extrema importância para a manutenção de um serviço de qualidade que nós, como profissionais fazemos questão de oferecer, mesmo nas atuais circunstâncias, para uma população que clama por um serviço de saúde pública digno, seguro e eficaz. Nós não somos o problema, o mal está na péssima gestão do Governo Federal”, desabafa Maiorquin.

Outro ponto questionado pelos médicos é o prolongamento de mais dois anos no curso de medicina também estipulado na nova lei sancionada pela presidente Dilma. Para o cirurgião torácico, Rodrigo Almeida, esta medida em nada resolverá o problema da saúde pública.

“O que a população precisa não é de estudantes enfiados nas faculdades de medicina por mais dois anos. A sociedade, assim como a nossa classe espera um governo de políticas sérias que introduza o médico profissional com um vínculo que não seja precário como este que eles estão propondo. Ou seja, uma bolsa onde o médico tenha um concurso público para que ele se fixe em uma determinada cidade e que com o passar dos anos ele possa trabalhar em outras cidades. É assim que se faz saúde pública, com seriedade, programação e não com política eleitoreira”, destaca Rodrigo Almeida.

A exclusividade de diagnoticar e prescrever, antes direcionada apenas aos médicos e que atualmente é sugerida através da nova lei, que seja estendida à outros profisisonais, também preocupa a classe médica de Porto Velho. "Apenas nós médicos, que estudamos e fomos preparados para dignosticar uma doença, prescrever uma medicação é que podemos garantir que estes procedimentos não representem riscos aos pacientes, não outros profissionais despreparados para algo tão sério", afirma o médico.

De acordo com os médicos, a paralisação segue até esta quarta-feira (31). Apenas os serviços de ambulatório e eletivos serão paralisados, urgência e emergência continuarão funcionando plenamente, garante a categoria que aguardará um posicionamento do governo federal.

“Esperamos que o Congresso Nacional faça a reversão desses vetos. Até lá estaremos sensibilizando a sociedade, a população de uma forma geral mostrando que na realidade os vetos da presidente comprometem nosso trabalho e colocam a população em risco. Não podemos permitir que qualquer profissional hoje possa atuar na área médica”, conclui a categoria.

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