O nascimento da educação formal na ponta do Abunã – Francisco Marquelino Santana

O nascimento da educação formal na ponta do Abunã – Francisco Marquelino Santana

O nascimento da educação formal na ponta do Abunã – Francisco Marquelino Santana

Foto: Divulgação

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Foi no distrito de Fortaleza do Abunã, considerado o mais antigo da região, que surgiu a primeira escola da Ponta do Abunã: a escola Barão do Rio Branco. A origem do nome foi uma homenagem ao diplomata brasileiro José Maria da Silva Paranhos Júnior, imortalizado na história como Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores no governo Rodrigues Alves, e que por via diplomática conseguiu a anexação do Acre ao Brasil através da assinatura do Tratado de Petrópolis em 17 de novembro de 1903 com a Bolívia.
A escola Barão do Rio Branco nasceu exatamente às margens do Rio Abunã, no coração do porto Fortaleza, local responsável pela travessia de grande quantidade de borracha natural oriunda de seringais bolivianos, acreanos e da Ponta do Abunã. Devido às áreas encachoeiradas do Rio Abunã, a borracha precisava ser desviada para chegar enfim a estrada de ferro Madeira-Mamoré no distrito de Abunã.
Antes do surgimento da escola e durante o período áureo do primeiro ciclo da borracha (1850-1913), professores e professoras eram contratados pelos "coronéis" e grandes seringalistas para alfabetizarem seus filhos, e em alguns casos, os filhos daqueles que porventura obtivessem um "bom saldo" no barracão e com autorização prévia do patrão.
O soldado da borracha Antônio Lima de Jesus, mais conhecido por Aldé Lima, antigo morador de Fortaleza do Abunã, hoje com 84 anos de idade, diz que no decorrer dos anos 30 havia um professor severo no seringal Fortaleza, mas que infelizmente não podia estudar, porque seu padrasto não tinha condições de pagar seus estudos. Seu Antônio disse que chorava muito porque não conseguia estudar e ficava escondido próximo à escolinha tentando ouvir algumas palavras do Professor.
Ele lembra que aos sete anos de idade, o professor que diz não lembrar o nome, mandava confeccionar grandes espingardas de madeira e entregava cada uma aos seus alunos para desfilarem nos seringais, pois os mesmos deviam despertar o espírito de patriotismo e futuramente estarem preparados para a guerra. Seu Antonio só foi ter a oportunidade de receber suas primeiras lições aos doze anos de idade, quando foi contratada a primeira professora da região em 1940, oriunda de Porto Velho. Foi nesta época que começou a funcionar a primeira escola de Fortaleza do Abunã. A professora chamava-se Maria, foi este o único, mas importante nome que ficou gravado em sua memória. Seu Antonio se orgulhava de ter conseguido fazer parte da primeira turma da escola Barão do Rio Branco, e de ter recebido de Maria suas primeiras lições. 
A antiga escolinha de paredes de Paxiúba somente deixou de existir no início da década de 60, durante o mandato do governador do Território Federal de Rondônia Ênio dos Santos Pinheiro (13/09/1961 a 03/07/1962). A nova escola foi inaugurada em 20 de maio de 1962 e a primeira professora que passou a lecionar no novo prédio chamava-se Magnólia de Oliveira, mas de acordo com a placa inaugural a escola ganharia uma nova denominação.
A escola passaria a denominar-se escola rural Coronel Ênio Pinheiro, apesar de a comunidade afirmar que a escola continuaria a ser chamada de Barão do Rio Branco.
Talvez Seu Antonio (Aldé) nunca pensasse que anos mais tarde e depois de iniciar seus estudos na escola Barão do Rio Branco, poderia casar-se e ter uma filha que iria se tornar um dia a mais nova professora de sua comunidade.
De fato no ano de 1984, Francisca Auxiliadora de Jesus, filha do senhor Antônio Lima de Jesus, tornou-se a mais nova professora da escola Barão do Rio Branco, onde continua a lecionar até hoje e sente-se orgulhosa da escola onde trabalha e da comunidade onde reside.
Ainda no final da década de 70 a escola passou a funcionar através de um novo decreto de criação no Território Federal de Rondônia, o decreto nº. 847 de 22 de agosto de 1978. Com a criação do Estado de Rondônia em 22 de dezembro de 1981, aprovado pela lei complementar nº. 41 e com sua instalação consolidada em 04 de Janeiro de 1982, a escola continuou funcionando normalmente sob a tutela do recém-criado Estado de Rondônia. Somente a partir do convênio 062/PGE/ 2000 é que a escola deixou de ser administrada pelo Estado, e passou a ser de responsabilidade do município de Porto Velho, sendo denominada escola municipalizada Barão do Rio Branco e finalmente passando a ser uma unidade de ensino municipal através do decreto nº. 11606 de 30 de março de 2010.
A escola possui hoje 13 servidores, e 39 alunos, matriculados do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, e mais 26 alunos matriculados na Educação de Jovens e Adultos - EJA/1º e 2º segmento do ensino fundamental.
Os demais alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental e de ensino médio utilizam o transporte escolar rural para estudarem no distrito de Vista Alegre do Abunã, localizado a 34 km de Fortaleza.
A próxima escola da região da Ponta do Abunã a ser aqui apresentada é a escola Cristo Rei que ficava localizada no distrito de Vista Alegre do Abunã. A escola foi fundada no ano de 1982, devido ao crescimento do núcleo urbano da sede do distrito.
Vista Alegre do Abunã teve seu crescimento populacional acelerado em virtude do assentamento realizado pelo INCRA na década de 60 e do asfaltamento da BR 364 que chegou àquele distrito na década de 80.
A extração indiscriminada de madeira, o crescimento acelerado da pecuária na região, o assentamento realizado pelo INCRA e a construção da BR 364, atraiu famílias oriundas de várias regiões do país, que ali se instalaram na esperança de conseguirem dias melhores para suas vidas.
Naquele momento a preocupação maior das famílias que ali se instalaram era a educação, e foi exatamente na busca deste sonho que surgiu a escola Cristo Rei. A primeira professora da escola foi Ana Lucia Abati Lanzarin que adquiriu um contrato federal de 20 horas e possuía apenas o ensino fundamental completo. Ana Lúcia foi a responsável por agraciar cerca de 20 crianças a receberem suas primeiras lições.
Antes, porém de iniciar as primeiras lições na escola Cristo Rei no ano de 1982 em Vista Alegre do Abunã, a professora Ana Lucia Abati Lanzarin, natural de Salto Veloso, Estado de Santa Catarina, lecionou em 1981 na recém-criada escola Imaculada Conceição. A unidade de ensino ficava localizada na pedreira MSN, próximo ao núcleo urbano de Fortaleza do Abunã.
A escola, no entanto só funcionou durante um ano, pois no ano seguinte, a professora teve que iniciar suas atividades na escola Cristo Rei, onde existia uma maior concentração de alunos.
Inicialmente a escola Cristo Rei funcionou nas dependências da capela Nossa Senhora Perpétuo do Socorro e a partir de 1983 passou a funcionar na sede da associação dos agricultores de vista Alegre do Abunã.
No ano de 1984 a Professora Ana Lúcia concluiu o ensino médio através do programa logos II. Em 2004 graduou-se em geografia através do PROHACAP e em 2007 fez sua pós-graduação lato Sensu em educação ambiental.
Um dos alunos da primeira turma da escola Cristo Rei foi Claudiomiro Ribeiro, natural de Marechal Cândido Rondon, Estado do Paraná. Claudiomiro tinha 10 anos de idade quando iniciou suas atividades escolares. Para estudar ele percorria 20 km num antigo varadouro, juntamente com mais dois irmãos para poder chegar à Escola.
Claudiomiro Ribeiro mudou-se para o distrito de Extrema no ano de 1990, onde concluiu o ensino médio na escola Estadual Jayme Peixoto de Alencar em 1994.
Atualmente Claudiomiro é professor estatutário da rede municipal de ensino de Porto Velho, Formou-se em educação física e leciona na escola de Ensino Infantil e Fundamental 13 de Maio, localizada na sede daquele distrito.
O nome da escola Cristo Rei foi uma indicação de uma das mais antigas moradoras do distrito de Vista Alegre do Abunã, a senhora Iracema Raldi que após ter apresentado o nome da escola numa reunião entre os moradores, foi aprovado por todos os presentes.
A escola Cristo Rei somente adquiriu uma nova denominação através do decreto nº. 4128 de 05 de abril de 1989, quando a escola passou a chamar-se escola estadual de ensino fundamental Antônia Vieira Frota.
A nova escola foi construída no Governo Jerônimo Santana, época em que o então governador enfrentava uma acirrada disputa pela região da Ponta do Abunã contra o vizinho Estado do Acre.
O antigo prédio, onde funcionava a escola estadual Antônia Vieira Frota, passou por uma ampliação no ano de 2003, época em que a referida escola deixou de ser estadual e passou a ser municipalizada através do convênio 062 / PGE / 2000. Durante este período a escola ficou sob a administração do Município de Porto Velho.
A escola Antônia Vieira Frota só retornou para a esfera estadual em 2005 com o fim do referido convênio. Curiosamente durante este ano a escola dividia seu espaço entre duas direções: no antigo prédio que sobrou da reforma realizada pelo município, tinha uma direção do Estado, enquanto que a nova ampliação do prédio ficou sob a direção da prefeitura do município de Porto Velho. Finalmente a questão foi resolvida no ano seguinte, quando o Estado construiu uma nova escola no distrito e que continuou a ser chamada Antônia Vieira Frota. Por sua vez, o município de Porto Velho voltou a exercer sua autonomia administrativa no mesmo prédio, faz uma nova reforma e através do decreto nº. 1610 de 27 de maio de 2005 ficou criada a escola municipal de ensino infantil e fundamental "Maria Casaroto Abati". A denominação da nova escola foi uma homenagem à mãe da professora Ana Lucia Abati Lanzarin. Maria Casaroto teria sido a primeira merendeira da escola Cristo Rei, ano em que sua filha Ana se tornara a primeira professora da referida escola.
Continuando a percorrer a rodovia federal BR 364 sentido Acre, e passando pelo distrito de Vista Alegre do Abunã, aproximadamente 70 km depois, iremos chegar ao distrito de Extrema. O distrito de Extrema fica localizado entre os distritos de Vista Alegre e Nova Califórnia. Partindo da sede do núcleo urbano de Extrema e percorrendo cerca de 10 km da estrada vicinal denominada "Linha dois"- sentido rio Abunã, chegar-se-á ao local onde antigamente funcionava o porto comercial e fiscal denominado Extrema, setor responsável pela fiscalização do escoamento da castanha e borracha natural vindas principalmente de seringais bolivianos do Departamento de Pando, do município de Plácido de Castro no Estado do Acre e demais regiões circunvizinhas.
É exatamente dentro deste contexto histórico de extração de seringa, da construção da BR 364, do assentamento realizado pelo INCRA na região, e principalmente pelo avanço da frente pecuária dos anos 70, é que vai surgir a escola Jayme Peixoto de Alencar, a primeira escola a ser criada no distrito de Extrema.
A escola Jayme Peixoto de Alencar, teve assim denominado seu nome, em homenagem ao seringalista do mesmo nome que possuía grandes seringais nas proximidades da região da Ponta do Abunã, mais precisamente em municípios acreanos como Acrelândia e Plácido de Castro.
A escola Jayme Peixoto de Alencar, construída inicialmente de madeira e com assoalho de Paxiúba, foi criada pelo município acreano de Plácido de Castro no ano de 1977 e teve como primeira professora a senhora Irma Gueno, falecida aos 82 anos de idade em Plácido de Castro. A segunda Professora da escola foi Nanci Menoncin Semeão.
Com o fim do litígio em 04 de dezembro de 1996, a escola passa a fazer parte do Governo do Estado de Rondônia através do decreto nº. 7813 de 28 de abril de 1997.
A escola ainda esteve durante o período de 2001 a 2004 sob a responsabilidade do município de Porto Velho, por força do decreto nº. 062/PGE / 2000, celebrado com o Estado de Rondônia.
Com o término do referido convênio no ano de 2005, a escola retorna para a esfera estadual por oferecer em sua denominação o ensino médio. A decisão também se estendeu às escolas Antônia Vieira Frota de Vista Alegre do Abunã e Bandeirantes, no distrito de Nova Califórnia.
Além da escola Jayme Peixoto de Alencar, o distrito de Extrema possui outras duas unidades de ensino no seu setor urbano: são as escolas José Augusto da Silva e 13 De Maio. Ambas as escolas foram fundadas na mesma época, período em que o governador Jerônimo Santana realiza duras investidas para obter a posse definitiva da área litigiosa que envolvia as vilas de Extrema e Nova Califórnia numa disputa territorial com o vizinho Estado do Acre. A escola 13 de Maio obteve esta denominação em virtude da chegada das tropas militares estaduais enviadas por Jerônimo Santana e lideradas pelo Coronel Valmir Ferro no dia 13 de maio de 1989 em Extrema.
O decreto de criação nº. 4441 da escola estadual 13 de Maio, data de 27 de novembro de 1989. A partir daí, líderes locais e partidários dos dois Estados envolvidos na causa litigiosa, começam travar uma forte luta no sentido de que as crianças residentes naquele distrito fossem matriculadas em suas respectivas redes de ensino. As crianças começaram a ser disputadas principalmente no período das matrículas, pois cada escola queria ter um número maior de alunos matriculados.
Através do convênio nº. 062/PGE/2000 a escola estadual 13 de Maio passou a denominar-se escola municipalizada 13 de Maio, através do decreto de denominação 7930/00 e com a alteração através do decreto 8623 de 05 de julho de 2002 do município de Porto Velho.
Finalmente através do decreto de denominação municipal nº. 11.606 de 30 de março de 2010, a escola 13 de Maio passa em "definitivo" para a administração do município de Porto Velho.
A escola José Augusto da Silva foi criada através do decreto estadual nº. 5419 de 20 de dezembro de 1991. Atualmente a escola passou também para a administração do município de Porto Velho através do mesmo decreto de denominação número 11.606 de 30 de março de 2010, deixando de ser municipalizada por força do antigo convênio 062/PGE/2000.
No distrito de Nova Califórnia, distante cerca de 30 km do distrito de Extrema, sentido Acre, iremos encontrar a primeira escola que ofertou as primeiras lições às crianças daquela comunidade. A escola denominada Bandeirantes criada pelo Estado de Rondônia através do decreto nº. 3829/88 de 12 de setembro de 1988, anteriormente teve suas atividades escolares iniciadas na sede de uma capelinha local. Sua primeira professora foi Disney Ramos Farias.
Mediante a interferência negativa do litígio na região, o Estado do Acre através do decreto nº. 4179 de 18 de maio de 1989 funda a escola “Professora Maria Jacira Feitosa de Carvalho”. Com o fim do litígio no ano de 1996, a escola passa a pertencer ao Estado de Rondônia, e através do convênio 062/PGE/2000, a escola fica sob a administração do município de Porto Velho como escola municipalizada, e somente através do decreto ou lei de denominação 11.606 de 30 de março de 2010, é que finalmente a escola torna-se uma instituição de ensino do município de Porto Velho.
O processo de alfabetização iniciado nas primeiras escolas da região da Ponta do Abunã destinou-se quase que exclusivamente a adolescentes que não tiveram oportunidade de iniciar seus estudos em idade regular. As dificuldades eram grandes, principalmente quando se tratava de apoio técnico-pedagógico. As escolas dos distritos de Fortaleza e Vista Alegre do Abunã eram assistidas por Porto Velho, enquanto as escolas que ficavam localizadas nos distritos de Extrema e Nova Califórnia foram assistidas inicialmente pelos municípios de Plácido de Castro e Rio Branco, ambos do Estado do Acre.
O grau de escolaridade dos primeiros professores, normalmente, era o ensino fundamental completo ou incompleto. Foram eles os pioneiros que se dedicaram com afinco ao processo de alfabetização escolar dos recém-criados núcleos urbanos da Ponta do Abunã. Força de vontade, esperança, alegria de manusear um giz, o apego da primeira cartilha, e uma mão carinhosa que iluminava e guiava uma outra mão carente de ensino, constituíram a formação simples e natural daqueles primeiros professores. Um exemplo a citar é a professora Nanci Menoncin, da primeira escola multianual Jayme Peixoto de Alencar do distrito de Extrema, que em 1978 abraçou pela primeira vez e com apenas 19 anos de idade, a nobre causa de educar.
Natural de Itatiba do Sul, no Rio Grande do Sul, filha de agricultores que migraram na esperança de adquirir prosperidade, principalmente na pecuária e no setor madeireiro, a professora Nanci possuía o ensino fundamental incompleto e somente através do projeto Logos II iria concluir o ensino médio em 1987, tendo concluído sua graduação em letras através do PROHACAP no ano de 2007.
No inicio da adolescência, Nanci conta que o município de Plácido de Castro encaminhava a escola apenas algumas cartilhas e a merenda escolar, enquanto os pais arcavam com a compra de lápis e caderno para seus filhos.
A sala de aula em si era um acontecimento inédito, e os dialetos de várias regiões do país se misturavam numa escola “multisseriada”, onde a professora era zeladora, merendeira, supervisora, e diretora.
Naquele espaço multicultural brotava uma vasta riqueza de conhecimentos que de forma bastante natural contribuía significantemente para a formação inicial de quem se dispusera a escalar os degraus da educação. Conforme diz o Professor João Wanderley Geraldi: “creio que a identidade profissional do professor ao longo da história se construiu, essencialmente pela sua relação com o conhecimento (...) em outras palavras estou querendo dizer que a relação com o conhecimento, mais do que a própria relação pedagógica, isto é, a relação com os aprendentes, desenhou os diferentes perfis profissionais cuja sequencia constitui a própria história de nossa profissão. Ainda Hoje, resquícios desta relação com o conhecimento, indícios de sua presença sustentam nossa formação, a que chamamos de formação inicial”.
Certamente as barreiras encontradas no processo educacional da época não frearam a luta incessante de jovens professores e professoras pelo ato de educar. Daquela pequena escolinha no coração da Amazônia brotaria futuros profissionais que jamais esqueceram a felicidade de aprenderem o inesquecível ato de ler e escrever.
Sabemos que pelas dificuldades econômicas e pela necessidade de se trabalhar para poder sobreviver, alguns não prosseguiram na vida escolar, encerrando seus estudos ainda cedo. Mesmo assim constituíram famílias e prosperaram socialmente, vendo mais tarde seus filhos estudarem na mesma denominação da escola onde brotaram suas primeiras lições de letramento. Outros, porém, continuaram à revelia da educação formal.
Em 1993 Paulo Freire chamava-nos a seguinte atenção: “É um absurdo que estejamos chegando ao fim do século, o fim do milênio, ostentando os índices de analfabetismo, os índices dos que e das que, mal alfabetizadas, estão igualmente proibidos de ler e de escrever, o número alarmante de crianças interditadas de ter escolarização e que com isso tudo convivamos quase como se estivéssemos anestesiados”.
A Ponta do Abunã não se esquece de suas dificuldades e das melhorias que delas surgiram. Não se esquece das mãos, das faces e do rígido misturado com carinho, que fizeram nascer as primeiras lições de letramento na região. Fortaleza de Maria, Magnólia e Francisca. Vista Alegre de Ana. Extrema de Irma e Nanci. Nova Califórnia de Disney. Juntas imortalizaram nossa educação.
Concordamos com Geraldi ao dizer que “A melhor homenagem que podemos prestar àqueles que a isto se dedicaram é sabermos as dificuldades dos caminhos da elaboração das perguntas e das respostas. E somente quem aprende percorrer caminhos inexistentes, porque eles se fazem no percurso, será capaz de compreender as respostas e os caminhos antes percorridos”.
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