Brasil, uma potência que nunca foi - Professor Nazareno*

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Foto: Divulgação

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No ranking das maiores economias do planeta, o Brasil vinha nos últimos anos, disparando para ocupar as primeiras posições. Chegamos ao sexto lugar e quase ultrapassamos a poderosa França. Países tradicionais como Reino Unido, Itália, Espanha, Canadá, Coreia do Sul e Austrália foram, um a um, tendo suas economias superadas pelo gigante e emergente país tropical. Só que agora, com a divulgação do desempenho pífio da nossa economia em 2012, a situação mundial tende a “voltar ao normal” e colocar as coisas no seu devido lugar: já perdemos a posição que havíamos tomado da Inglaterra e com o crescimento insignificante do ano passado, descemos de forma mais do que justa, para a sétima posição entre os países mais ricos do mundo. E mesmo com a crise econômica e social que se abate sobre os países da União Europeia, as perspectivas são sombrias para o Brasil, que nunca foi potência de nada.

Somos eternamente o país do carnaval e do futebol. Apenas isso. E justamente por causa deste deprimente fato, nunca deixamos de ser a “porcaria” que sempre fomos. Hoje há até dúvidas se somos mesmo um país de futebol.  Mas como o mundo dito civilizado não aprecia muito a dança das mulatas seminuas e da sacanagem geral, metade deste título ficará conosco ainda por um bom tempo. É muita petulância para um país tipicamente agrário e detentor apenas de recursos naturais querer ultrapassar e ser melhor do que economias prósperas em nações que têm na tecnologia e no conhecimento as bases para o seu progresso e desenvolvimento. O setor primário da produção aliado a uma natureza abundante, que em muitos casos dispensa a criação do pensamento científico mais bem elaborado, nos transformou num dos maiores produtores de commodities do mundo. E sem essa tecnologia da criação, ganhamos os mercados mundiais.

Uma potência de fato se conhece principalmente pelo IDH de seus habitantes e também pela sua alta escolaridade. Chega a ser ridículo uma sociedade como a nossa, sem nenhuma qualidade de vida, querer suplantar países infinitamente superiores a nós nesse aspecto. É só comparar o Brasil com países cujas economias são bem menores do que a nossa. Noruega, Holanda, Bélgica, Suécia, dentre outros, têm sociedades que se comparadas aos nossos fedidos, esfarrapados, famintos, desdentados, violentos e analfabetos habitantes faz-nos parecer Sudão do Sul, Burkina Fasso, Somália ou Etiópia. Difícil encontrar prosperidade em qualquer setor da nossa sociedade. A Educação é uma desgraça que não funciona, a Saúde Pública não existe, o setor de transportes é ridículo, nossas Forças Armadas perderiam uma guerra até para a Bolívia, o saneamento básico nosso parece que foi feito para porcos e caranguejos. Só temos problemas.

Fora o Carnaval, apenas somos bons em corrupção e roubalheiras. A maioria dos nossos políticos, por exemplo, como se já não bastasse a sua notória incompetência e falta de caráter, são os melhores do mundo para roubar verbas públicas e dilapidar o Erário. Com isso, criamos o maior câncer que se conhece no mundo moderno: a desigualdade social e com ela, os ricos manipulam os pobres dando-lhes migalhas travestidas de ajuda como as malditas e eleitoreiras bolsas “isto e aquilo” do Governo Federal. E sem condições de protestar, aceita-se tudo de bom grado. Investir em Educação de qualidade, punir exemplarmente os “ladrões de gravata”, criar políticas macroeconômicas de inclusão social, além de lutar por uma sociedade mais justa e mais humana seriam talvez os primeiros passos para que pudéssemos nos orgulhar de estar entre as dez maiores e melhores economias do mundo. E isto sem precisar exportar “pernas de jogador” ou “bumbum de mulatas”. Para ser grande e ter uma excelente qualidade de vida, uma sociedade não pode contar apenas com as benesses da mãe natureza. Precisa de conhecimento.

*É Professor em Porto Velho.

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