Sobe para 43 o número de casos de hanseníase em Ji-Paraná neste ano
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
Ji-Paraná, Rondônia - Num sábado (5) foi realizada em 24 estados a 1ª edição da Campanha Nacional contra a hanseníase. Uma proposta da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) oferecendo o diagnóstico gratuito e alertando a população sobre a necessidade da identificação precoce dos casos. Em Ji-Paraná, foram contabilizados 36 atendimentos na Unidade Básica de Saúde (UBS) Padre Adolfo Rohl.
Segundo o médico dermatologista e coordenador estadual da campanha, Silmar Regis Camarini, seis pessoas (16,66% dos avaliados) têm suspeitas de hanseníase, sendo quatro em fase inicial da doença e dois em estágio avançados. Cinco (83,33%) apresentavam casos prévios na família.
“Após o diagnóstico clínico, todos os casos novos passaram por biopsia e estão em aguardo do resultado, que deve chegar em 15 dias. A preocupação da SBD é séria, pois tivemos um caso com um adolescente de 14 anos”, disse.
Camarini lembrou que 12 dos 36 pacientes atendidos já foram portadores da doença.
“Com esses resultados é perceptível que merece atenção da Saúde Pública com o controle domiciliar e visitação aos portadores e comunicantes (parentes, amigos e colegas de trabalho). Medicina preventiva é ineficiente em todas as regiões brasileiras e com o programa de tratamento eficaz poderíamos ficar livres deste mal nos próximos cinco anos”, disse o dermatologista. O Brasil é o segundo país em número absoluto de casos, "perdendo" apenas para a Índia.
CASOS Em 2011 foram diagnosticados mais de 30 mil casos da doença no País com taxa de incidência de 1,24 caso para cada 10 mil habitantes. Na cidade de Ji-Paraná, no ano passado, iniciaram o tratamento 111 pessoas (11,1 casos novos em cada 10 mil habitantes) e neste ano passam pela UBS mais 37, com a campanha da SBD este número sobe para 43.
Para 2012, a previsão é de altíssima endemecidade, são mais de 40 casos novos ainda nos primeiros meses do ano.
“Tinha caroços nos braços e pernas. Foram muitos meses de acompanhamento e tomando os remédios. Hoje estou curada, conforme constatação do dermatologista”, contou aliviada a paciente Maria Boiko Pereira, dona de casa.
A DOENÇA A hanseníase é uma doença infecciosa ocasionada pelo bacilo de Hansen. A transmissão ocorre a partir do contato direto com pacientes sem tratamento, que eliminam os bacilos por meio de secreções nasais e gotículas da fala, assim como pela tosse e por espirros.
“O sinal mais percebido é a dormência na pele. Mas, o que deve ser levado em conta é o neurológico com paralisia das mãos e pele tornando-se incapacitante, podendo atingir a visão e o olfato”, destacou Camarini. No caso dos doentes que recebem tratamento (que dura de um a dois anos), com medicamentos via oral, não há risco de transmissão.
PARCERIA A acadêmica do 7º período do curso de Enfermagem do Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná (Ceulji/Ulbra), Milleny Veira, colaborou com os trabalhos e relatou. “É a primeira vez que participo de uma ação como esta e me surpreendi. As consultas são instrutivas, com exames físicos e sintomas, e quando necessário são feito as biópsias”.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!