A Embrapa Rondônia, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), lançou na sexta-feira (2), no auditório da Empresa em Porto Velho, os programas Soja Livre e Boas Práticas Agropecuárias. “A implantação desses dois programas tem como finalidade a geração de renda e melhoria da qualidade de vida dos produtores do nosso estado”, destacou o chefe-geral da Embrapa Rondônia, César Teixeira, durante a abertura do evento.
De acordo com o diretor técnico da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ivan Paghi, Rondônia tem uma oportunidade “ímpar” no Brasil para a produção de soja não transgênica. “O Brasil é o único país no mundo que tem condições de atender à demanda de países europeus e asiáticos, que só consomem alimentos produzidos a partir de soja não geneticamente modificada”, acrescentou. Segundo ele, na safra 2011/2012 mais de 28% da soja produzida no país será da convencional.
“O potencial de Rondônia é fantástico para a produção da soja livre, sem contar que tem uma logística muito boa”, acrescentou o diretor da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Roger Rodrigues, que também participou do evento.
Entre os participantes do evento estavam pesquisadores e analistas da Embrapa Rondônia; o coordenador do Programa Boas Práticas Agropecuárias e pesquisador da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande/MS), Ezequiel Rodrigues do Valle; pesquisador da Embrapa Soja (Londrina/PR), Rodrigo Luis Brogin; presidente da Abrange, César Borges; representante da Federação da Agricultura de Rondônia (Faperon), Edson Afonso, e o chefe da Casa Civil do governo do Estado de Rondônia, Ricardo Sá. Também estiveram presentes representantes de vários órgãos federais e estaduais, além de produtores rurais.
A programação do evento incluiu apresentações sobre “Cultivo da soja e as pastagens em Rondônia”, “Programa Soja Livre”, “Programa Boas Práticas Agropecuárias”, “Desafios da pecuária de corte sob a perspectiva de um produtor rural”, “BPA e Soja Livre – Inovação e sustentabilidade”, além de uma visita à Unidade Demonstrativa de soja livre no campo experimental da Embrapa Rondônia.
Unidades Demonstrativas
O Programa Soja Livre conta com Unidades Demonstrativas (UD’s) em Porto Velho, Vilhena, Cerejeiras, Ariquemes, Colorado do Oeste e Castanheiras para avaliar o potencial produtivo de 23 cultivares convencionais, ou seja, a soja livre. A finalidade é que, nas próximas safras, os produtores de soja em Rondônia tenham mais opções de escolha de cultivares não geneticamente modificadas (Não-GM) para cultivo.
A iniciativa de implantar o Programa Soja Livre em Rondônia é resultado da parceria entre Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange) e Associação dos Produtores de Soja de Rondônia (Aprosoja/RO). A Boa Safra Produtos Agropecuários, o Grupo AMaggi, a Sementes Quati e o Instituto Federal de Rondônia também são parceiros da iniciativa.
BPA
Tendo em vista tornar os sistemas de produção de carne mais rentáveis e competitivos em Rondônia, assegurando a oferta de alimentos seguros, provenientes de sistemas de produção sustentáveis, a Embrapa Rondônia e a Federação da Agricultura do Estado (Faperon) articulam a implantação do Programa Boas Práticas Agropecuárias (BPA) para Bovinos de Corte.
O BPA é um conjunto de normas e procedimentos a serem observados pelos produtores rurais. Trata-se de uma adequação do programa Globalgap, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), à realidade brasileira. No país, é liderado pela Embrapa, com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O coordenador do BPA no Brasil, pesquisador da Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS), Ezequiel do Valle, participou do lançamento do programa. “O foco do BPA é melhorar a competitividade do setor produtivo da pecuária de corte e reduzir o custo de produção”, disse. Ele acrescentou que o programa depende do estabelecimento de parcerias entre a Embrapa e entidades representativas do agronegócio para que as informações cheguem ao produtor rural.
De acordo com o chefe da Casa Civil, Ricardo Sá, a expectativa do governo do Estado é unir esforços com a Embrapa, utilizando as tecnologias e o conhecimento que a Empresa tem, para melhorar a renda do produtor. “E com isso oferecer, não só à população de Rondônia, mas a todos que consomem alimentos produzidos aqui, uma produção de qualidade”, afirmou.
Além de buscar o aumento da produção e da produtividade, a tecnologia também está relacionada à sustentabilidade ambiental. As propriedades que adotarem as boas práticas terão que respeitar as leis ambientais, as áreas de preservação permanente e as regras quanto ao uso correto de agroquímicos.
Três propriedades já foram indicadas como modelos para a implantação das boas práticas e capacitação dos multiplicadores. Uma delas em Candeias do Jamari, próximo a Porto Velho; outra em São Francisco do Guaporé, a 600 quilômetros da capital, e a terceira, que ainda será definida, localizada em Vilhena, no Sul do Estado.