Generosidade com o dinheiro alheio é fácil – Por Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Graças à generosidade de deputados estaduais, as empresas responsáveis pelas obras das usinas do rio Madeira deixarão de recolher aos cofres do estado mais de R$ 600 milhões de reais. A isenção foi aprovada pela Assembléia Legislativa de Rondônia e prontamente ratificada pelo governador Confúcio Moura.
E o que a ALE ganhou para entregar de mãos beijadas o dinheiro do contribuinte rondoniense? Nada mais que a singela prerrogativa de indicar como e onde parte da grana das compensações será aplicada. Apenas isso?
Quer dizer que a ALE autorizou essa tungada no bolso do povo só para ter o prazer de apontar onde será construída uma escola, um posto de saúde ou até mesmo um hospital? Difícil acreditar, mas é a pura verdade. Afinal, vinda da ALE, tudo é possível.
Como pode um estado com tantas carências como Rondônia jogar pela janela uma montanha de dinheiro, quando pessoas estão morrendo à míngua nos corredores do hospital João Paulo II por falta de atendimento médico e medicamentos?
E aí eleitor, era realmente isso o que você esperava do seu representante na ALE? O curioso, no entanto, é que nenhum dos que lá tem assento se insurgiu contra esse abuso. Nem a turma do PT, sempre ágil no gatilho quando se trata de apontar o dedo na direção de adversários em desgraça.
Que é do paladino da moralidade pública, o homem que afirma haver acabado com a aposentadoria para ex-governadores, que não viu esse absurdo? Ou será que está com a língua “plesa”?
Em vez de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, a ALE prefere distribuir prebendas com o dinheiro do contribuinte rondoniense, numa evidente manifestação de desrespeito para com a sociedade.
Lamenta-se, profundamente, a postura da ALE nesse e noutros episódios. Os que votaram a favor dessa imoralidade não têm nenhum resquício de preocupação com o bem-estar da população que cinicamente dizem defender, mas, sim, com prerrogativas pessoais ou de grupelhos.
Comportam-se com se o exercício de um mandato popular os desobrigasse de prestar contas aos eleitores. Enquanto esses reclamam a introdução de novos padrões éticos na política, os que deveriam representá-los preferem ignorar esse elementar dever político.
Não é sem motivo a crescente descrença da população na “casa do povo”. Por onde quer que se ande, o que se ouve dos cidadãos é a total descrença na classe política e nos partidos. Há exceções, é claro. Mas são pouquíssimas.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!