O clima entre os moradores do bairro do Areal em Porto Velho (centro da capital) é de insegurança pública, apesar de abrigar em sua área a Central de Polícia Civil, e várias delegacias especializadas como no caso da Delegacia de Patrimônio. São constantes os registros de invasões de quintais e furtos. Mas em uma quadra em especial, os moradores convivem com o terror diário e a qualquer momento poderá ocorrer até morte no local.
A situação já é antiga, e já foi denunciada inclusive por vários vereadores da Câmara Municipal de Porto Velho e até por deputados na Assembléia Legislativa. Diante da reação policial, os bandidos ficam na “moita”, mas logo retornam. De acordo com alguns moradores, o terror tem endereço certo: duas vilas de apartamentos (uma localizada na Rua Marechal Deodoro e a outra localizada na Rua Tenreiro Aranha), que rigorosamente atravessam toda a quadra do terror.
A maior vítima da ação dos bandidos que invadem os quintais e residências e praticam os furtos, é um funcionário público que já fez de tudo para evitar as constantes invasões. O problema é que sua casa faz vizinhança aos terrenos das duas vilas. Ele já aumentou o muro, colocou cerca elétrica, portão com maior segurança e nada. Semana passada o portão de sua residência foi arrombado. Para enfrentar a situação mandou ampliar o telhado e cobrir toda a parte externa até o muro. De nada adiantou, o bandido se aproveitou do muro do vizinho e novamente penetrou em seu quintal.
De acordo com um antigo morador que é evangélico, cansado da incômoda ocorrência de marginais em seu quintal, também aumentou o muro que faz divisa com uma das vilas, colocou iluminação noturna, adquiriu mais dois cachorros, mas a perturbação continua. Roupas, galinhas, sapatos, material de banheiro, tudo vem sendo levado. Para alguns moradores o maior problema provavelmente se concentra mesmo por parte de alguém que mora ou tem acesso livre à vila localizada na Rua Marechal Deodoro.
O problema de insegurança pública atinge mesmo todo o bairro do Areal, e já envolve até mesmo a sede da Paróquia Santuário Nossa Senhora de Fátima. O ex-pároco, Padre José Maria chegou a pedir autorização dos superiores para implantar um rigoroso sistema de vigilância, inclusive com câmeras diante dos inúmeros arrombamentos e furtos.
Andar por exemplo nas ruas Campos Sales e Tenreiro Aranha, após às 20 horas, nas proximidades do Colégio Dom Bosco, ou o simples ato de trocar um pneu de carro, é correr risco de 90 por cento de ser assaltado. A bandidagem não se intimida mesmo, e apesar da constante passagem de viaturas em direção à Central de Polícia, a ação dos marginais ocorre diariamente.
Alguns terrenos baldios localizados na Rua Raimundo Cantuária servem de refúgio para os marginais. A bandidagem implanta o terror até mesmo nas proximidades das delegacias especializadas, colocando em constante risco os acadêmicos da Faculdade São Lucas e alunos de algumas escolas públicas da região. A tensão é constante para quem necessita andar pela Avenida Brasília no período da noite.
Moradores estão se mobilizando, diante da falta de ação policial e uma carta será encaminhada ao governador Confúcio Moura, pedindo socorro, diante dos constantes prejuízos.