Uma questão de justiça - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Justos reclamos de policiais militares da capital dão conta de que a categoria enfrenta sérios problemas salariais.  Há casos de servidores que estariam com a sua remuneração praticamente toda ela comprometida com empréstimos bancários, não lhes restando quase nada no final do mês.

Por isso, nada mais justo que o governador Confúcio Moura (em cuja administração muitos policiais apostaram todas as suas fichas) pare, reflita, coloque a mão na consciência (principalmente nesse momento difícil por que passa esse importante segmento da sociedade) e procure, com a sua sensibilidade política e experiência administrativa, uma saída para o problema.

Insistir em bancar o estilo linha dura, do tipo que não arreda um milímetro para não sentir-se derrotado, quando famílias estão entregues nas mãos de bandidos de todos os matizes, não é a conduta mais adequada.  Manda o bom senso que o governador continue dialogando com os representantes do movimento paredistas, a fim de evitar que a situação descambe para o caos.

É impossível esconder a situação de desconforto salarial experimentada não somente pelos policiais militares, mas por todos aqueles que prestam serviços à máquina oficial, exceto, é claro, os secretários estaduais, cujos salários ultrapassam à casa dos R$ 16 mil reais.

A verdadeira democracia não discrimina entre cidadãos de primeira e de segunda classe, tanto quanto a ela não interessa o escalão no qual ele está postado, seja um simples servidor de carreira, seja um auxiliar graduado.

A Assembléia Legislativa de Rondônia, por sua vez, não pode ficar de braços cruzados. Precisa colocar a cara a tapa. Chegou a hora do vamos ver. Ou será que a ALE ainda não aprendeu a lição?

O momento estadual exige da classe política um exame objetivo da realidade, sem idéias abstratas e sem desprezo pelos reais interesses da população.

A responsabilidade dos que hoje têm assento naquela casa de leis é enorme. A eles cabem dar respostas aos óbices que atormentam o organismo social. Urge que os parlamentares abandonem o discurso oco e fofo e busquem a adoção de medidas austeras e eficientes, que traduzam soluções para as dificuldades irresolvidas da sociedade.

Infelizmente, durante as campanhas eleitorais, os servidores são considerados prioridades de alguns candidatos. Uma vez eleitos, esquecem-se de tudo aquilo que prometeram ao povo nos palanques e programas eleitorais e passam, como que num passe de mágica, a cuidar de seus privilégios menores e inconfessáveis. Em passado recente, os policiais, civis e militares, foram apontados como prioridades. Hoje, não passam de peças de reposição da máquina burocrática.

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