Fica a lacuna
Rondônia teve um carnaval sombrio com a perda de dois grandes ícones, Manelão, uma semana antes da saída de sua querida Banda do Vai Quem Quer e outro fundador da banda, o jornalista Paulo Queiroz Bezerra, que nos deixou na quarta-feira de Cinzas, fechando um dos festejos momescos mais tristes da história de Rondônia. Ao receber a notícia, me dirigi ao escritório de Paulo na esperança que a notícia fosse falsa. No caminho, atendia ligações de outras pessoas perguntando se era verdade ou se eu já sabia. Ao dobrar na Avenida Campos Sales, avistei as luzes das viaturas e tive a certeza, meu grande amigo havia partido.
Convivência
Quem teve a honra e a sorte de conviver, nem que tenha sido por um dia apenas com Paulo Queiroz sabia de sua infinita generosidade. Paulo estava acima de qualquer mesquinhez, vaidades ou picuinhas. Sua imagem sempre sorridente, com aquela cabeleira e barba branca era figura fácil de ser reconhecida em qualquer lugar. Era sempre visto caminhando nas ruas da cidade, com sua calça jeans, camisas de mangas compridas com os punhos cobrindo parte das mãos que escreviam magicamente, magistralmente. Esse era Paulo Queiroz, ícone do jornalismo rondoniense.
Tristeza
Na frente do escritório de Paulo, encontrei alguns amigos de imprensa que estavam abalados com a súbita partida. Encontrei seu filho, Tadso, meu amigo de escola secundária e vi em seus olhos a tristeza que só se vê nos olhos dos filhos que perdem seus pais. Ao mesmo tempo ele questionava as causas, estava sem chão. Impossível acreditar em tamanho absurdo, Paulo nos passava a sensação de que era imortal. E vai ser, ao menos nos corações daqueles que tiveram a alegria de conviver com ele.
Desrespeito
No momento em que retiravam o corpo de seu escritório, cinegrafistas e fotógrafos se acotovelavam para conseguir uma imagem, que certamente deve ter sido exibida nos programas policiais e outros do gênero. Pior ainda foram textos grotescos, mal escritos por pessoas que deveriam ao menos preservar o que norteia o bom jornalismo, que é o bom senso. Mas isso faltou por exemplo ao site O Rondoniense, que estampou em sua capa uma foto do corpo ainda no escritório, sem o menor pudor, jornalismo barato e de uma crueldade sem tamanho. Já que não respeitam a família, poderiam ao menos respeitar a história e o legado que Paulo deixa a todos que militam na mídia.
Similar
Fez o Rondoniaovivo, ao colocar um subtítulo grotesco na manchete, afirmando que Paulo teria tirado a própria vida. Uma total falta de bom senso e contrário a qualquer manual de redação. Uma falha que foi corrigida por volta das 5 horas da manhã por Paulo Andreoli, que se encontra em São Paulo e ficou igualmente estarrecido com a barbárie jornalística. Paulo Queiroz foi o primeiro colunista do então embrionário Rondoniaovivo.
Colaborador
Paulo Queiroz é sem dúvida nenhuma o maior jornalista política que andou por essas bandas. Digo é porque continuará sendo. Ele não tinha o menor pudor em perguntar quando tinha alguma dúvida, pelo contrário, questionava e acatava as sugestões. Também colaborava com todos, sem preconceito, jornais, sites de notícias, orelhas de livros, prólogos, assessorias de imprensa, enfim, emprestava seu talento em todas as áreas. Proferia palestras e era extremamente didático e paciente. Vai fazer muita falta.
Projeto
Uma manhã meu telefone toca era Paulo Queiroz. Perguntou-me porque eu não o havia convidado para ser colaborador da revista PAINEL POLÍTICO. Respondi que não teria dinheiro para contratá-lo e ele prontamente respondeu, “pára com isso caboclo, eu quero é escrever para essa revista, depois a gente vê esse negócio de dinheiro”. Chamou-me ao seu escritório e acertamos que ele faria uma reportagem sobre as obras paralisadas em Rondônia, além de escrever sua coluna Política em Três Tempos e ainda uma entrevista com Ivo Cassol. E assim foi feito, tudo entregue dentro do prazo, com o perfeccionismo que lhe era peculiar. Minha intenção era entregar o cargo de editor-chefe da revista, para que pudesse me dedicar a outros projetos. Ia lhe propor isso nesta quinta-feira. Não deu tempo.
Indo embora
Nos últimos meses perdemos grandes figuras como o dirigente petista Odair Cordeiro, Manelão e agora Paulo Queiroz. Tomara que 2011 não leve mais ninguém de nosso convívio. Apesar da vida prosseguir, sem a presença desses que se vão tudo fica mais complicado.
Registro
Também faleceu nessa semana o irmão do jornalista Everaldo Fogaça, Edson Fogaça.
Enquanto
Escrevo essa que está sendo uma das mais tristes colunas, chove em Porto Velho. Essa chuva representa a lágrima de todos aqueles que perderam a companhia de Paulo Queiroz. Mas também são as lágrimas dos anjos que se alegram por terem em sua companhia, um dos melhores seres humanos que pisaram neste planeta. Vá em paz caboclo, e que Deus te acolha com todo o carinho que você merece.
Questão séria
Um grupo de 105 haitianos está acampado no ginásio Claudio Coutinho em Porto Velho. Eles vieram para Rondônia empurrados pelo governo do Acre. A denúncia foi de PAINEL POLÍTICO e repercutiu na imprensa acriana. O jornal O Rio Branco, um dos maiores, estampou em sua capa a notícia que também foi publicada no Rondoniaovivo. O grande problema dessa questão é que Rondônia não está pronta para receber esses desabrigados, que não são refugiados políticos, são pessoas comuns que fogem da situação caótica que se transformou o Haiti após o terremoto que destruiu parte do país.
Mais grave
É a informação que parte do grupo estaria infectada com doenças como hepatites A, B e C, AIDS e outras enfermidades. Essa é uma questão federal e o governo do Estado precisa o mais rápido possível repassar esse problema para quem é de competência resolver. A atitude do governo acriano foi no mínimo leviana, porque ao invés de resolver a questão, empurraram para Rondônia.
Nota de esclarecimento
A Assessoria de Imprensa do senador Valdir Raupp(PMDB-RO) esclarece que o Sr. Jorge Luiz de Castro, não é seu assessor, conforme noticiou este veiculo de comunicação em uma matéria sob o título “Homem que invadiu loja armado é assessor de Raupp” e que foi postada às17h02, neste Site e na coluna Painel Político, edição do dia 04/03/2011. Solicito, que seja feita a devida correção.
Mas
A mulher dele é assessora do senador e a confusão se deu em função do atirador se identificar como assessor do senador por onde andava.
Abandono
A BR 421 que liga a BR 364 a Guajará-Mirim está em péssimo estado. Alías, péssimo é pouco, está um estrago só. A mesma situação está a cidade. O Porto continua um lamaçal, os hotéis continuam com péssimo atendimento e condições e os poucos restaurantes estão fechando. Mas por incrível que pareça algum tresloucado andou por lá e contaminou os proprietários de imóveis, que resolveram aumentar os preços de aluguéis e venda. Realmente, tem coisas que só acontecem em Rondônia.
Fumo passivo
Que fumar durante a gravidez faz mal para o bebê não há dúvidas. O alerta, agora, é para o perigo do fumo passivo na gestação: o risco de que a criança nasça morta é 23% maior entre as grávidas que convivem com fumantes em casa. A constatação vem de uma revisão de 19 estudos sobre o tema que acaba de ser publicada pela Pediatrics, publicação oficial da Academia Americana de Pediatria. Os pesquisadores também descobriram que a probabilidade de malformação no feto sobe 13% em gestantes expostas à fumaça do cigarro. Na revisão, nenhuma das mulheres havia fumado durante a gravidez, mas todas tinham respirado a fumaça do cigarro dos familiares – e o pai do bebê era a primeira fonte dessa fumaça na maioria dos estudos. “As mulheres precisam evitar serem fumantes passivas desde antes da concepção e também durante toda a gravidez”, diz a professora Jo Leonardi-Bee, da Universidade de Nottingham (Inglaterra), coautora do estudo.
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