Desperdício acintoso – Por Valdemir Caldas

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Desperdício acintoso – Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Não! Não é uma questão meramente numérica, como tentou justificar um comensal palaciano, a criação de dezenove cargos comissionados na estrutura do Instituto de Terras de Rondônia (ITR). Vai mais longe. Envolvem aspectos éticos e até humanitários.

Falar-se em criação de cargos, quando pessoas estão morrendo à míngua nos corredores do hospital João Paulo Segundo, por falta de médicos, remédios e equipamentos, é, no mínimo, um absurdo, para não dizer coisa pior.

E o que dizer da segurança pública e da educação, cujos setores andam caindo pelas tabelas, com seus profissionais mal remunerados e sem as mínimas condições de trabalho?

Sinceramente, não dá para entender. Há três dias, o governador Confúcio Moura chutou o pau da barraca. Depois de amaldiçoar os comissionados, sua excelência prometeu reduzi-los de quinze mil para mil. Ou será que o governador blefou?

No fundo, esse ITR é mais um cabide de emprego para acomodar políticos escalpelados nas urnas pela vontade soberana do povo. Basta reparar no nome indicado para presidir o órgão. Trata-se de um ex-senador da República, abatido nas urnas.

Depois que o PT resolveu criar cargos inúteis, para prestigiar políticos derrotados, o modismo se espalhou tal qual erva daninha no campo.  Em nível federal, temos o ministério da pesca, ocupado pela ex-senadora Ideli Salvatti (PT-SC), atropelada pelo senador e democrata Raimundo Colombo, nas eleições do ano passado, para governo de Santa Catarina. Em Rondônia, o beneficiado é o ex-senador Amir Lando.

Ao iniciar-se, a atual administração estadual pretendeu levar à opinião pública a acreditar que havia problemas financeiros de difícil solução. Embora o administrador anterior garanta que deixou volume considerável de recursos no caixa do estado, seu sucessor parece apostar no esquecimento do povo e na sua capacidade de acompanhar os fatos.

Só que o povo não é bobo. Aliás, bobo é quem tenta fazê-lo de bobo.  Ninguém, em sã consciência, acredita que esse instituto conseguirá resolver os graves e complicados problemas fundiários do estado. Ou, pelo menos, amenizá-los.

Pelo contrário, será apenas mais uma teta, como tantas outras que há na administração pública, aqui e alhures, estrategicamente criada para saciar o apetite voraz de cabos eleitorais e apaniguados políticos, sempre a custa do suado dinheiro do contribuinte.

Se Lando presidir o ITR com a mesma eficiência com que conduziu o Ministério da Previdência, os produtores rurais de Rondônia só terão motivos para lamentar.

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