Mãe vive via-crucis com filho doente em Porto Velho e sofre até com funerária
Foto: Divulgação
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Durante a semana que passou a morte repentina de uma criança de apenas cinco anos chocou a população e comoveu moradores do Bairro Jardim das Esmeraldas. O caso teve início no último dia 04, uma sexta-feira, na avenida Primeiro de Maio, no Bairro Jardim, onde reside o casal, José Justiniano e Vitória Atiare, pais de Rony Justiano Atiare, que tinha cinco anos de idade.
Hall o hospital infantil Cosme e Damião, em Porto Velho.
De acordo com os pais, Roni era uma criança saudável e divertida, nunca teve problemas de saúde, porém nessa sexta-feira, o menino apresentou um inchaço no corpo e começou a reclamar de dores no estômago.
A mãe fez um chá e durante a tarde daquele dia a criança continuou a brincar normalmente, porém no sábado o corpo continuou inchando. Rony já não se alimentava regularmente e começava a preocupar os pais. A mãe continuou a dar remédios na esperança que o filho se recuperasse o quanto antes.
Já no domingo Rony levantou mais cedo, ligou o som, passou a brincar e a dançar na sala da casa, com os irmãos, parecia uma despedida. Vendo aquilo a mãe, abraçada com o pai, comentou: “ Graças a deus que Rony está melhorando”. Mas no início da noite do ultimo domingo a mãe, Vitória, começou a viver o seu pior pesadelo.
PIORA
A criança passou a urinar sangue e reclamava de dores no abdômen e pra piorar começou a vomitar,. Os pais de Rony acionaram o Corpo de Bombeiros e a criança, juntamente com a mãe, foi encaminhada às pressas ao pronto socorro do Hospital Regional, lá durante a avaliação médica foi detectado um principio de ataque cardiorrespiratório.
Como Guajará não tem um especialista em doenças do coração, Rony foi encaminhado ao hospital Cosme e Damião em Porto Velho, onde a mãe deu entrada as quatro da madrugada de segunda-feira (07).
Na entrada do hospital a criança começou a passar mal e a mãe tentou entrar para o atendimento emergencial, mas foi barrada por uma atendente dizendo que ela não poderia entrar sem antes fazer a ficha da criança.
O bate-boca entre a enfermeira de Guajará e a atendente durou pouco mais de cinco minutos e a criança que precisava de oxigênio entrou em estado crítico.
Rapidamente um médico socorreu a criança e quando se preparava para o atendimento Rony morreu ainda no colo da mãe. De acordo com o laudo médico, Rony Justiniano Atiare teve como causas da morte um edema agudo pulmonar e nefrite aguda.
O desespero e a dor tomaram conta da mãe, que chorava incontrolavelmente e sem conhecer ninguém ficou entregue a própria sorte em Porto Velho, já que os profissionais que lhe acompanhara voltaram a Guajará-Mirim.
Durante entrevista ao Programa Tribuna do Povo, Vitória chegou a dizer que como a família vive de catar materiais recicláveis no lixão, nem crédito telefônico possuía pra comunicar a morte da criança ao marido.
Enquanto chorava a perda de seu filho, uma mulher se aproximou e lhe ofereceu ajuda, só assim ela comunicou a morte de Rony ao pai, que entrou em desespero.
FUNERÁRIA
Sem ter quem procurar e nem como trazer o corpo do filho, a mãe solicitou que o pai procurasse as autoridades em Guajará-Mirim, já que uma funerária informou que o corpo da criança só poderia ser liberado se fosse efetuado o pagamento do transporte funerário, que custava 780 reais, caso contrário o corpo seria enterrado na capital.
O pai da criança procurou algumas autoridades e chegou ao bispo diocesano Dom Geraldo Verdier, que foi comunicado da dificuldade no translado da criança e não mediu esforços para conseguir a liberação. Só assim o corpo do pequeno Rony pôde ser velado em sua residência no Jardim das Esmeraldas.
Mesmo diante dos relatos da mãe poucas pessoas a visitaram para dar amparo. Ela mora com o marido e mais sete filhos, sendo que ele vive de consertar sapatos e a ela de procurar comida e materiais recicláveis no lixão de Guajará-Mirim.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!