E se Rondônia fosse um País Soberano? – Por Professor Nazareno*

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Foto: Divulgação

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Se o Estado de Rondônia fosse um país independente teria, de acordo com o seu PIB, uma classificação muito modesta em relação às outras nações do mundo. Dentre os 180 países pesquisados, nós ficaríamos na incômoda 152ª posição. Mais ou menos junto ao Haiti, Burkina Fasso (país miserável da África sub-saariana) e Papua Nova Guiné, (República de economia desprezível da Ásia/Oceania) países que dispensam maiores comentários. Isso mesmo. Com um Produto Interno Bruto um pouco inferior a cinco bilhões de dólares, representamos dentro da federação apenas meio por cento dos recursos nacionais. Uma posição pífia e pra lá de ridícula. Seríamos apenas os campeões em devastação ambiental, desrespeitos à natureza e em produção de energia elétrica para outras nações (Estados). O palhaço Bozo seria herói nacional e certamente o FMI copiaria daqui inteligentes lições de como se administrar um banco estadual.
 
Se na economia os números de Rondônia são desastrosos, na política também não há notícias animadoras. O nosso “presidente” seria João Cahulla, já em fim de mandato. Ivo Cassol, um pseudo-estadista, mandatário-mor do "Império da Roça" seria a sua eminência parda, mas que enfrenta alguns problemas internos. Existem relatos de que a maior autoridade do fictício país tropeça até na própria língua oficial da nação e só foi eleito senador por ter anteriormente afagado alguns servidores públicos demitidos na gestão anterior. O nosso Congresso Nacional seria a "respeitada" Assembléia Legislativa do Estado (pasmem), cuja nova sede está sendo construída onde antes funcionava um circo. Essa casa de leis já prestou 'relevantes serviços' à nação e qualquer semelhança com o legislativo dos países acima citados seria uma mera coincidência. Já o hino nacional seria uma toada (música de Boi) e a comida típica, peixe com farinha.
 
Para se ter um país soberano, deveria haver também a questão relacionada à segurança externa. Temos uma Base Aérea e meia dúzia de aviões (na verdade “teco-tecos” enferrujados, sobras da Segunda Guerra) para nos defender. Faríamos fronteira com a Bolívia e o Brasil, a oitava economia do planeta. Deste, por razões óbvias, jamais sofreríamos qualquer ataque. O perigo estaria nos ‘hermanos’ do outro lado do rio Guaporé. A nossa infantaria teria condições de repelir um ataque dos bolivianos? Talvez sim, pois já demonstrou “muita bravura” ao invadir há tempos um terreno destinado à construção de um teatro em pleno centro da capital do país. À Marinha, caberia a difícil missão de medir diariamente o nível do rio Madeira e de explicar por que os barcos de passageiros saem quase vazios do porto e chegam cheios de gente aos seus destinos... O novo país teria várias datas nacionais: 4 de janeiro, 13 de setembro, 22 de dezembro...
 
País soberano, imprensa livre. É o que reza qualquer manual. Mas grande parte da imprensa da nação é composta de jornalistas sem formação acadêmica e a serviço de algum político de plantão. Existem jornalistas que adoram hinos, os que acham que escrevem sobre a cultura do país e até comentaristas políticos que não entendem nada de política. Aqui seria um dos únicos países do mundo cuja imprensa teria cor: seria marrom. Os jornais só funcionariam de segunda a sexta e os programas policiais seriam os de maior audiência. Mas em compensação temos institutos de pesquisas altamente confiáveis: como exemplo um tal de Instituto Phoenix que desbanca qualquer similar de outros países. A nossa Federação de Futebol é a mais organizada e bem estruturada que se conhece, dizem, embora não exista futebol de verdade. Aqui se torce só por times de fora e os "estádios" são os bares das esquinas que sempre ficam cheios aos domingos.
 
Entretanto, como país soberano Rondônia não teria a bomba atômica, exemplo às avessas da Coréia do Norte e do seu ditador King Jong Il. Rondônia, dentro da realidade atual, seria a bomba atômica. Mesmo assim, temos uma universidade livre, a Unir, onde um voto é representado por seis ou sete pessoas. Talvez o símbolo maior do país fossem as incontáveis obras inacabadas de sua capital. Com um Legislativo inoperante e folclórico, forças armadas adormecidas, problemas ambientais em todas as frentes, muita fumaça no verão, uma população sem nenhuma identidade cultural e apátrida, uma capital suja, sem esgotos e fedorenta, este fictício país estaria fadado ao desaparecimento. Não seríamos uma reles republiqueta de bananas ou um dos incontáveis países miseráveis dos continentes africano e asiático, mas uma nação sem nenhum prestígio dentro do contexto do mundo globalizado. Seríamos, na verdade, algo bem pior: uma segunda pessoa do “quase nada”. Qual líder daqui discursaria na ONU?
 
 
*É professor em Porto Velho
Direito ao esquecimento

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