A disputa acirrada e marcada por reviravoltas em Rondônia deve terminar neste segundo turno dando a vitória ao candidato oposicionista, o ex-deputado federal Confúcio Moura (PMDB), e deixando à míngua o atual governador João Cahulla (PPS).
Segundo levantamento do Ibope divulgado neste sábado (30), Moura tem 58% dos votos válidos, contra 42% de Cahulla, excluídos brancos, nulos e indecisos.
A sondagem desdobra o resultado das urnas no primeiro turno, quando o peemedebista obteve 43,9% dos votos válidos, contra 37,1% do governador.
Os números indicam um descolamento de Moura dos índices de seus adversários no primeiro turno. Até a véspera da eleição de 3 de outubro, ele estava empatado com Cahulla. Um mês antes, também empatava com o ex-governador Expedito Junior (PSDB) nas intenções de voto.
A dianteira neste segundo turno pode ser explicada por fortes apoios que Moura recebeu de petistas e tucanos. Terceiro colocado na disputa, Eduardo Valverde (PT) foi o primeiro a aderir, em troca de ajuda para a presidenciável Dilma Rousseff (PT) no Estado. Depois, o próprio Expedito, que havia sido barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), declarou seu apoio.
Cahulla conseguiu apenas o apoio do senador eleito Ivo Cassol (PP), que era o titular do governo até março. Ainda assim, o candidato esnobou das alianças do adversário. Chegou a dizer que, com muitas alianças, Moura teria dificuldade, já que para governar bem, teria que “desagradar aliados”.
Confúcio Moura é médico e iniciou sua carreira política como deputado federal, eleito em 1994. Conseguiu se reeleger para o cargo duas vezes, em 1998 e 2002. Em 2004, porém, interrompeu o mandato ao ser eleito prefeito de Ariquemes. Em 2008, foi reeleito, mas renunciou para concorrer a governador. Sempre foi do PMDB.
João Aparecido Cahulla fez carreira como servidor público e só entrou na política após ser indicado pelo PPS como vice do governador Ivo Cassol em 2002. Foi vice até o titular se licenciar em março para concorrer ao Senado.