Tudo farinha do mesmo saco - Por João Serra Cipriano

Da Redação

26 de Fevereiro de 2010 às 08:37

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Tudo farinha do mesmo saco - Por João Serra Cipriano

Foto: Divulgação

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É triste ouvir das populações ordeiras e trabalhadoras nas ruas, nos ônibus e nas filas dos bancos e lotéricas as classificações e definições dadas à classe política no Brasil. Por unanimidade a afirmativa é que “todos são farinha do mesmo saco”.

Os acontecimentos e os maus exemplos vindos dos governantes e Congressistas dão respaldo para o povão desacreditar nos políticos e nos seus partidos. Pelos fatos noticiados pela imprensa e a epidemia generalizada da corrupção nos poderes constituídos, nos partidos políticos e até nas Instituições tidas como guardiãs das leis, da democracia e da liberdade, onde mais que habilita tais adjetivos pejorativos.

A grande verdade é que os políticos que estão no poder, na sua grande maioria levantaram num passado recente da história dos movimentos de esquerda, as bandeiras da ética, das grandes causas trabalhistas e sociais e agora, quando tem a caneta de governantes, o poder de fazer e acontecer, dão exemplos negativos, são atores diretos em péssimos atos de corrupções e mazelas, dando desculpas de amnésias e acobertamento direto dos ladrões do erário.

As indignações populares vindos das ruas e das conversas do dia a dia do povo brasileiro, “tudo farinha do mesmo saco”, encontra ressonância e amparo, justamente nos inquéritos anunciados pela Polícia Federal, Ministério Público, Tribunal de Contas da União e outros denunciados pelos jornalistas. Tudo leva a crer, que a maioria dos partidos políticos deixaram de ser instrumento de luta social para tornarem-se verdadeiras quadrilhas “dos anões e das obras do PAC e Sanguessuga”, como muito bem tem relatado as poucas instituições de controle do erário e que ainda funcionam em favor da Pátria.

A grande e triste verdade é que não temos mais referências de “homens públicos” e muito menos referências de governantes e membros das supremas instituições. Fizeram da coisa pública, capaz de fazer as transformações e combate das desigualdades sociais, uma avalanche sem igual de meter a mão na cumbuca, transformando o erário numa privada de corrupção e mazelas sociais.

Encanam-se os políticos que acham que estão enganando a massa de eleitores com discursos fáceis de que “estamos apoiando o governo corrupto pela governabilidade” ou então, “estamos apoiando este atual governo corrupto em razão das obras e do crescimento econômico e social” e depois, são denunciados colocando grana na cueca, nas meias, nos paletós, são mostrados roubando dinheiro das ambulâncias, dos remédios, dos hospitais e até os “300 picaretas do mensalão”, tudo em uma perigosa afronta ao Estado Democrático de Direito.

Deixaram de usar as virtudes do direito e as virtudes das leis em favor da ética, da liberdade, da igualdade e das mudanças sociais em benefício de todos. Estamos vivendo uma era sem precedentes de impunidade e conivências entre si dos políticos, construído o atual “Estado Corrupto de Direito” e contra censo do voto honrado e responsável dos eleitores brasileiros. Por isso, o povão tem o direito de falar “São todos farinha do mesmo saco”. Mesmo que com isso, acabem atingindo os poucos políticos éticos, honrados e as suas legendas partidárias sérias.

“Até agora o projeto que proíbe a candidatura dos políticos “ficha suja” não foi aprovado pelo Congresso Nacional, que seria uma resposta das legendas em favor do voto soberano”.

O autor é jornalista e suplente de deputado federal pelo PSB-RO.

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