Presos recebem certificado em Projeto de Ressocialização em Jaru
Foto: Divulgação
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Uma conquista importante para um grupo de presos da Casa de Detenção de Jaru. No último dia 27, dentro da própria unidade, 8 dos 45presos que fazem o ensino fundamental e médio, receberam diploma de conclusão de curso. São os primeiros formandos desde que o projeto começou em 2009, por isso a solenidade teve um sabor de superação para os envolvidos, entre eles a Vara Criminal de Jaru/RO e o Conselho da Comunidade.
A formação do preso é um direito e significa remissão de pena, mas nem todas as unidades têm estrutura para o aplicação do benefício. Na casa de detenção de Jaru foi construída uma sala com recursos do Conselho da Comunidade, mas faltavam professores para trabalhar na unidade. O problema foi resolvido com o convênio firmado com a Secretaria Estadual de Educação, por meio do programa de Ensino de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA). Hoje cinco educadores dão aulas presenciais de segunda a quarta-feira em espaço dotado de materiais pedagógicos nos dois períodos.
De acordo com a juíza Kerley Regina Ferreira de Arruda Alcântara, o trabalho só foi possível graças a união de todos os segmentos. "Agora os apenados terão condições de retornarem à sociedade e seguir uma vida digna", completou. Na formatura, André Silva Souza foi o orador da turma. Ele cursou o ensino fundamental e o médio em sistema modular, dentro da prisão. "Antes não tive a oportunidade", comentou o autor de dois poemas apresentados durante a solenidade.
RIMANDO MEU PASSADO
Todos nós temos história
E o direito de contar o que fez,
Como também tenho a minha,
Vou contar para vocês.
Era num domingo triste,
10 de novembro de 2002,
Vou ressaltar de uma forma resumida
O restante conto depois.
Então foi nesse domingo,
Que tanto tempo já faz,
Portando uma arma de fogo,
Na companhia de um rapaz.
Sabendo onde a vítima morava,
Saí correndo para lá,
Mesmo sabendo que naquele dia,
Uma vida ia tirar.
Depois da tragédia feita,
Já me arrependi,
Reconhecendo meu erro,
Da justiça não fugi.
Não pensei naquela vida,
Que tirei sem compaixão,
Três dias depois do crime,
Me encontrava na prisão.
Sete meses mais tarde,
Para o júri fui intimado,
Somente nesse dia,
Conheci meu advogado.
Então diante do Juiz eu disse:
O que fiz não escondo,
Fui condenado a 14 anos,
Por crime hediondo.
Mas logo em seguida,
Começou minha alegria,
Percebi que estava ao meu lado
Minha amiga, Irmã Luzia.
Nessa época eu não sabia,
Se A era antes ou depois do B
Foi com a ajuda da irmão Luzia,
Que aprendi a escrever.
Quero findar neste momento,
Pois já aumenta minha emoção,
Ao nosso Pai que está no Céu,
Peço Teu perdão.
Somente Tu, ó Deus querido,
Podes julgar com perfeição,
Pois és Tu que criaste tudo,
E deste Teu Filho pela nação.
Se Teu Filho aqui descesse,
Para ser nosso advogado,
Com certeza seríamos livres,
Porém Ele condenado.
Por aqui termino agora,
Sem ter ódio de ninguém,
Confio em Jesus Cristo,
Por isso digo Amém.
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