Nas portas da vida entrei para ficar
Não preciso de migalhas receber
Morte em vida é a privação do viver
“Meus pedaços”, muitos não querem aceitar
Pátria! Mátria! Tu precisas me escutar
Houve, pois, meu grito de cada dia
Entrega-me do teu pão minha fatia
Sob a voz da justiça soberana
O regime tácito não me irmana
Quero escalar os degraus da cidadania.
Fomentar a discussão da diversidade
Sem estereótipos e discriminações
Adotar como lema de todas Nações
Tolerância á heterogeneidade.
Ser diferente é a minha identidade
Um rebento que meus pais viram nascer
Lamentaram e em pranto negaram ver
Aquele filho que nascera “deficiente”
O meu cérebro absorveu lentamente
A rejeição incólume de viver.
O paradigma de programas segregatórios
Geram estigmas individuais e coletivos
A piedade e o consolo são motivos
De eufemismos socialmente notórios
Fortalecem atos discriminatórios
Que dificultam ao portador sua inserção
Respeitemos, portanto a legislação
E condenemos o preconceito á falência
Diferença não pode ser deficiência:
É este o caminho para a Democratização.