Se não foi para rifar Confúcio, reunião com Lula terá sido para rifar a candidatura do PT – Por Paulo Queiroz

Se não foi para rifar Confúcio, reunião com Lula terá sido para rifar a candidatura do PT – Por Paulo Queiroz

Se não foi para rifar Confúcio, reunião com Lula terá sido para rifar a candidatura do PT – Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
1 – DAS DUAS, UMA
 
Ora, pois, muito bem. Quem acompanha a coluna não terá tido a menor dificuldade para concluir que, se não tiver sido para tentar rifar a pré-candidatura de Confúcio Moura ao governo de Rondônia pelo PMDB, a reunião entre o presidente Lula da Silva (PT) e os petistas rondonienses – entre eles os postulantes à candidatura da legenda ao governo em 2010 (senadora Fátima Cleide, deputado federal Eduardo Valverde e o prefeito porto-velhense Roberto Sobrinho) – com certeza terá sido para rifar o projeto de candidatura do PT. Pois logo que a coluna avaliou que o provável candidato petista seria o prefeito da Capital e o do PMDB o prefeito de Ariquemes, eis o que aqui se escreveu:
 
“Dir-se-ia que chegam a ser quase que mutuamente exclusivas, de tão dependentes uma da outra que a conjuntura as tornou. Ou seja, a existência de uma implica, senão na completa anulação da outra, seguramente no seu enfraquecimento e, por conseguinte, na debilitação de ambas. Fala-se, leitor, por um lado, das propostas de candidaturas ao governo dos prefeitos Roberto Sobrinho (PT), de Porto Velho, e Confúcio Moura (PMDB), de Ariquemes, e, por outro, do projeto de aliança entre o PT e o PMDB para tentar escalar o Palácio do Planalto. Mas na hipótese de que, por artes da insensatez, os dois palanques estejam armados quando outubro chegar, a situação de Sobrinho tende a não ser tão desesperadora quanto a de Confúcio em tais circunstâncias”.
 
O artigo seguia justificando a última assertiva, considerando que, no caso de uma candidatura de Sobrinho simultaneamente a uma de Confúcio, esta tenderia a um enfraquecimento maior do que uma possível debilitação daquela. Pela simples razão de que, recusando peremptoriamente uma eventual pecha de traidor, o vice-prefeito porto-velhense, o peemedebista Emerson Castro, já prevenira o próprio Confúcio de que, na hipótese de uma candidatura de Sobrinho simultaneamente à sua (de Confúcio), não teria condições de pedir um voto sequer para o peemedebista.
 
2 – PRIORIDADE PT
 
No resumo da ópera, a tendência seria a de que o PMDB pudesse sair fragmentado dessa história frente a um PT que, não obstante as rusgas internas atingirem níveis de confrontação próximos da hostilidade absoluta, jamais se apresentou ao eleitorado sequer com indícios de fissuras. Algo de que os peemedebistas seguramente estão muito longe de poderem-se ufanar.
 
Por outro lado, ao questionar a consulta interna sobre as pré-candidaturas de Sobrinho, Fátima Cleide e Eduardo Valverde anunciada pelo PT rondoniense para 06 de dezembro, a coluna também tratou de informar aos seus leitores que foi justamente para tentar garantir alianças, principalmente com o PMDB, em torno da candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência, que o diretório nacional do PT proibiu a realização, até fevereiro de 2010, de qualquer prévia ou disputa interna no partido em torno de candidaturas estaduais. E deixou claro que a ordem da direção do PT aos diretórios estaduais atendia a anseios do PMDB.
 
A resolução, leitor, diz que o processo de organização das decisões eleitorais só começará após o congresso do PT, de 18 a 21 de fevereiro. Que é quando o PT ratificará a política de alianças, a tática eleitoral e aprovará o programa de governo, além de formalizar a candidatura à Presidência. A decisão foi a de não permitir que candidaturas estaduais virem fato consumado, prejudicando prováveis alianças com partidos da base governista em torno da candidatura de Dilma. Nesse sentido, a resolução aprovada foi taxativa: "A tática para as eleições de 2010 será orientada para a vitória na eleição presidencial, submetendo a ela todos os processos estaduais".
 
Os petistas locais tanto sabem disso que, num surto de realismo, logo que o governador Ivo Cassol (PP) começou a falar com reiterada insistência em montar um palanque para Dilma em Rondônia, chegaram a manifestar o pavor de que Lula pudesse obrigar o PT caripuna a apoiar o candidato do Palácio Presidente Vargas.
 
3 – PRIORIDADE PMDB
 
Quer dizer, o pau que bate em Chico também maltrata Francisco. Ou seja, tanto quanto a hipótese de a candidatura de Confúcio ser rifada nesse processo, a factibilidade em relação ao projeto de candidatura própria do PT não é nem um pouco menor. Se se falou aqui com mais insistência na primeira hipótese, isso também ficou explicado quando se escreveu:
 
“Como se sabe, o alcaide porto-velhense está empenhado numa briga encarniçada pela indicação do PT para disputar a sucessão do governador Ivo Cassol (PP). Caso o consiga – e há mais do que vestígios indicando que a obterá a despeito da estatura dos concorrentes (a senadora Fátima Cleide e o deputado federal Eduardo Valverde) -, vai tentar consolidar negociações segundo as quais a condição para entregar a Prefeitura mais importante do Estado ao PMDB incluiria necessariamente o compromisso de ter o partido no palanque, obviamente, já no 1º turno da refrega”.
 
“Ou seja, em termos negociais, as coisas estão nesse pé: com a candidatura de Confúcio ao governo o PMDB perde um Município (a 2ª economia do Estado, segundo o prefeito) e, em troca, tudo que ganha é a possibilidade de escalar o poder máximo da nação caripuna. Caso a agremiação decida aceitar a condição de Sobrinho, ganha a Prefeitura mais poderosa da Maloca, mas, em compensação, terá que renunciar à possibilidade de conquistar a própria maloca”.
 
Como o PMDB – daqui e d’alhures - raramente, mas muito raramente mesmo, sai à caça de aves no ar quando há certeza de ao menos uma carapanã na mão, a vulnerabilidade de Confúcio tornara-se a aposta a ser feita. Mas - também já se disse aqui - a prioridade do PMDB rondoniense é a reeleição do senador Valdir Raupp. E a submissão do PT local ao palanque peemedebista serve a esse propósito do mesmo modo. Com poucas chances dadas ao erro, portanto, se não foi para rifar Confúcio, a reunião dis ore-candidatos petistas com Lula terá sido, por interferência de Raupp (ninguém se engane), para tentar demover o PT da candidatura própria e tratar de indicar um vice para o PMDB.
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