O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comemorou nesta quarta-feira a redução de 32% na área desmatada da Amazônia na comparação entre setembro de 2008 e 2009, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo ele, o dado reflete as ações integradas de diversos órgãos do governo federal na região, especialmente em Rondônia, onde a queda foi de 22%.
- Claro que gostaria que o desmatamento fosse zero. Os números ainda são intoleráveis, insuportáveis. Mas estamos hoje comemorando a queda de 32%, que é expressiva e consistente, fruto da ação integrada do governo - disse Minc. De acordo com Luciano Evaristo, diretor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a queda no desmatamento neste mês faz parte de uma curva de redução iniciada em agosto, e que deve continuar nos próximos meses.
- Os órgãos federais se uniram no combate ao desmatamento. Por isso a queda é consistente, deve continuar nos próximos meses - disse Evaristo. Apesar das reduções maiores no Mato Grosso (38%) e Maranhão (86%), Minc chamou atenção para a queda do desmatamento em Rondônia, onde já começou uma fiscalização intensificada a partir do novo sistema eletrônico de documentação de origem florestal (DOF), que certificam a origem da madeira derrubada legalmente no manejo florestal. Na ação, foram verificadas 90 DOFs com irregularidades e outros 43 foram bloqueados, porque não identificavam o georeferenciamento da área de origem da madeira. Segundo o ministro, essa é uma das maneiras de "esquentar" madeira ilegal.
O governo deve abrir inquéritos para apurar as fraudes e vai focar sua ação nas serrarias, fechando todas que trabalham de forma irregular. Minc também disse que seria necessário prender quem autoriza DOFs ilegais, mas depois recuou e disse que não se trata de "enforcar" um funcionário que carimbou papéis se o problema é sistêmico, derivado de pressões políticas, econômicas e estruturais, já que faltam funcionários para verificar papéis e fazer fiscalizações. - É um alerta aos governadores da região, que são nossos aliados. O manejo florestal pode ser a solução ou um buraco negro para esquentar madeira ilegal - disse Minc.