Proposta do PMDB tem Confúcio como vice de Cahulla com Raupp e Cassol ao Senado - Por Paulo Queiroz

De tão complexa e absolutamente imprevisível que se apresenta a lógica na eleição para o Senado quando duas vagas estão sendo disputadas, analistas há que chegam a jurar que o pleito não tem lógica alguma

Proposta do PMDB tem Confúcio como vice de Cahulla com Raupp e Cassol ao Senado - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
 
 
1 – RAUPP E REELEIÇÃO
 
Quando passou pela Câmara Alta do Congresso Nacional na condição de representante do Rio de Janeiro pelo PDT, o sociólogo Darcy Ribeiro definiu a instituição como até melhor que o verdadeiro “Céu”, porquanto com a vantagem de que lá não é necessário bater as botas para entrar no paraíso A tirada do idealizador e fundador da Universidade de Brasília (UnB) – “O Senado é melhor que o céu, porque não é preciso morrer para estar nele.” - entrou para o folclore e passou a constar da lista de frases antológicas do antropólogo.
 
Pelas histórias de que se ouve falar, quem deve concordar incondicionalmente com o etnólogo é, com toda certeza, o senador Valdir Raupp, o presidente regional do PMDB rondoniense de cuja cabeça não há força humana capaz de remover a idéia segundo a qual a reeleição para o cargo em 2010 está acima de todas as coisas. Dito isso assim, parece banal. Seria preciso, pois, ouvir todos os relatos que dão conta das angústias, ansiedades, incertezas e pavores do ex-governador relativamente a essa questão para se ter uma idéia, mesmo assim aproximada, de toda carga dramática com que ele encara essa preocupação.
 
O desassossego do peemedebista embicou na direção da paranóia desde que o governador Ivo Cassol (PP) tornou inequívoca a decisão de liderar uma chapa para concorrer às duas vagas do Senado que estarão sendo renovadas em 2010. A bem da verdade, sobram-lhe razões para tanta inquietação. Não bastasse Cassol ter sido o primeiro governador reeleito no Estado – e em primeiro turno, para agravar -, da segunda posse para cá a sua popularidade só aumentou, podendo cair do cavalo quem imaginar que o fenômeno está circunscrito ao interior do Estado.
 
Mas, e daí? Não são duas vagas? Ao trabalhar a pergunta retórica, o leitor desavisado rapidamente concluirá que, mesmo com a conjuntura indicando que Cassol deverá ser o mais votado, o mesmo contexto sugere que Raupp, cujo mandato tem sido um dos mais prolíficos, não deve encontrar dificuldade para segurar a segunda vaga. O buraco, porém, é mais embaixo.
 
2 – LÓGICA PAVOROSA
 
De tão complexa e absolutamente imprevisível que se apresenta a lógica na eleição para o Senado quando duas vagas estão sendo disputadas, analistas há que chegam a jurar que o pleito não tem lógica alguma. Se as pesquisas ainda conseguem indicar o candidato mais provável à primeira vaga, fracassam na quase totalidade dos casos quando pretendem antecipar a probabilidade da segunda.
 
Para ficar em dois exemplos locais, recorde-se Amir Lando no auge da popularidade em 1994 (em plena consagração como relator da CPI que resultou no impeachment de Collor) sendo derrotado por Ernandes Amorim carregado por José Bianco (ambos no PDT). E Fátima Cleide que, em 2002, sem jamais ter disputado uma só eleição fora das instâncias do PT, apareceu no topo da lista de resultados passando a perna em Raupp, Expedito Júnior e mais uma meia dúzia de veteranos, aí incluídos um senador em busca da recondução (Moreira Mendes), um ex-governador (Osvaldo Piana), um ex-senador (Odacir Soares) e um deputado federal (Eurípedes Miranda) campeão de votos.
 
De onde não é difícil concluir que, diversamente do futebol, caixinha de surpresas é pouco para se referir o fenômeno das duas vagas do Senado em disputa. Pois bem. O que tem tirado noites de sono de Raupp é o receio de que Cassol, com uma popularidade que não para de crescer, possa eleger-se de forma tão acachapante a ponto de carregar consigo o companheiro de chapa, seja ele que bicho for. Este receio chega ás raias do pavor quando a fórmula proposta por Cassol – que prevê Expedito Júnior para o Senado – é levada em consideração.
 
E não é porque lhe falte alternativa. Hoje, em todas as pesquisas – aí incluídas as que o Instituto Alvorada tem feito sob encomenda do Palácio Presidente Vargas -, se Cassol lidera a corrida para o Senado, para o governo quem aparece no topo é Valdir Raupp. Até onde se sabe, porém, disso ele não quer nem ouvir falar. Caso se imagine que o escritor Darcy Ribeiro estava de gozação, Raupp leva o negócio a sério.
 
3 – FÓRMULA INUSITADA
 
Isto posto, haja a imaginar fórmulas que se lhe possam maximizar as chances de permanecer no Sidéreo. Uma das suas equações preferidas está, por enquanto, interditada. Diz respeito ao suposto palanque que seria comandado pelo prefeito Roberto Sobrinho, de Porto Velho, com vice do PMDB, tendo como candidatos ao Senado ele, naturalmente, e Fátima Cleide. Pelos seus cálculos, teria o primeiro voto do seu partido e o segundo do PT, com a petista dando conta de segurar o voto peemedebista na chapa, não o deixando migrar para, na pior, mas não menos factível, das hipóteses, o companheiro de chapa de Cassol. Como está na frente da petista em todas as pesquisas, essa seria a chapa dos sonhos.
 
No mais apavorante dos cenários, caso não abrisse mão da reeleição – diz-se que esta seria a única possibilidade que o faria vacilar -, veria materializar-se a chapa Cassol e Expedito Júnior para o Senado. Neste caso, e apenas neste, consideraria a hipótese de disputar o governo.
 
Para seu alívio, esse temor terá sido atenuado tanto com a decisão de Expedito Júnior de levar o seu projeto de postular a sucessão ás últimas conseqüências como – e principalmente - pela turrice de Cassol de insistir na candidatura ao governo do vice-governador João Cahulla (PPS?). Mas pode voltar ao mesmo nível assustador de antes caso Cassol decida apoiar Expedito Júnior, unificando o palanque oficial e abrindo a chapa do Senado para um nome conhecido – como o ex-governador, ex-senador e prefeito de Ji-Paraná José Bianco (DEM), por exemplo.
 
Numa tentativa de impedir isso – mas não apenas isso, obviamente -, o peemedebista teria encaminhado a Cassol a proposta segundo a qual o seu partido indicaria o prefeito Confúcio Moura (Ariquemes) candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Cahulla, enquanto a chapa do Senado seria ocupada por ele (Raupp) e Cassol. O leitor quer saber da pré-candidatura de Confúcio ao governo? É para inglês ver. A prioridade do PMDB rondoniense é, hoje, a reeleição de Valdir Raupp.
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