Ontem (4 de agosto) foi o Dia do Padre. Dia de São João Maria Vianney, o Cura d\'Ars, padroeiro dos sacerdotes, exemplo de fé e serviço. Hoje em dia, o padre da moda é Fábio de Melo, que alguns católicos mais esclarecidos chamam “Fashion” de Melo, cuja fama advém do fato de ser um homem bonito e vaidoso. E cheio de fãs histéricas, as “fabetes”.
Ontem morreu o Padre Alexandre, no alto de seus mais de 90 anos. Vítima da incompetência do atual mandatário municipal, o padre foi chamado por Deus para o descanso eterno. Diferente do Fashion de Melo, o Padre Alexandre sempre cultivou uma vida modesta, simples, sem ostentação. A memória que eu tenho é de um padre preocupado com a catequese, a educação dos jovens, com a orientação espiritual de seus paroquianos.
Eu era menino e me lembro dele pedindo para que eu não faltasse às aulas de catequese. Não fui obediente a esse pedido. Fugia da catequese, para desespero de minha mãe. Fiz a primeira Eucaristia muito tempo depois, mas tenho uma lembrança carinhosa desse homem aparentemente severo, mas sempre zeloso com as suas funções. Com sua bicicleta, o padre Alexandre cruzava a cidade. Na última vez que o vi, ele caminhava pelo Centro.
Padre Alexandre foi um servo. Servo de Deus, da Igreja e de seu povo. Um homem modesto e talvez por isso sua morte não chegue a afetar a vida de nossa cidade. Falo com as pessoas e muito poucos o conhecem. Quem foi? Me perguntam.
Digo a eles que o Padre Alexandre foi um homem que merece nosso respeito, não apenas pela sua função religiosa, mas porque soube, com sua vida, dar testemunho de fé e humildade. Foi um sacerdote, na profunda acepção da palavra. E a Igreja Católica de Porto Velho e do Estado deve agradecer a Deus, por Ele ter lhe enviado um servo tão fiel aos ditames de Cristo Jesus.