O urucum é cultivado em quase todos os estados brasileiros, principalmente na Paraíba, Pará, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Piauí e Paraná. Estima-se a produção brasileira em 12 mil toneladas de grãos anuais. Cerca de 60% dessa produção destina-se a fabricação de colorau (colorífico) e o restante é fornecido às indústrias de corantes e/ou exportação. Em Rondônia, produtores do Cone Sul do Estado, também estão se dedicando a esta cultura que produz rápido e tem uma boa receita anual.
No Cone Sul, a maior produtividade do grão é em Corumbiara que possui 500 hectares (ha) em produção e 50 em formação. Em segundo lugar está o município de Cabixi que possui 400 ha em produção e 50 em formação. Depois vêm os municípios de Cerejeiras, Colorado e Vilhena, cujos plantios são menores quando comparados aos dois primeiros. A produtividade média é de 2,5 toneladas por hectare, gera uma receita de pelo menos R$ 6 mil por hectare e tem custos menores que o café, por exemplo. Aliás, essa boa produtividade dos grãos produzidas no Sul do Estado tem sido obtida, em parte, graças ao fato da cultura tratar-se de uma atividade recente e sem tradição na região, onde os produtores, normalmente acostumados a lidar com a exigente cultura do café, têm procurado colocar em prática os tratos culturais mínimos indispensáveis para uma lavoura pouco exigente.
Apoio
Outro fator que tem contribuído para o avanço da atividade urucueira na região é o interesse do Governo do Estado, através da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária (Seagri) que na semana passada trouxe para Rondônia a pesquisadora Eliane Gomes Fabri do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico de Campinas. A pesquisadora veio ministrar um curso sobre a semente de urucum para técnicos da Seagri e extensionistas da Emater. Fabri falou sobre a implantação e condução da lavoura. Além disso, a pesquisadora também visitou algumas propriedades que cultivam a semente nos municípios de Vilhena, Colorado D’ Oeste, Cerejeiras, Cabixi e Corumbiara para traçar um diagnóstico da cultura.
Comercialização
“A partir dessa análise e pesquisa sobre a cultura será possível organizar a produção e centralizar a comercialização dos grãos e seus derivados, visando melhorar cada vez mais a produtividade e qualidade dos grãos produzidos em Rondônia. Isso vai facilitar o fechamento de contratos com grupos empresariais de outras regiões do País”, disse Carlos Magno, secretário estadual de Agricultura. O secretário ressalta a importância dos produtores se organizarem em cooperativas para que seja possível concretizar esses contratos e garantir o fechamento de acordos, elevando assim a rentabilidade do produtor e minimizando os obstáculos inerentes a comercialização.