A luta pela mudança do local da construção da ponte, que será erigida sobre o rio Madeira, em Porto Velho, ganha reforço da população e vira clamor social. Associações de bairros e representantes de diversos setores discutem o assunto e, cada vez mais, têm se mostrado contrários à construção da ponte na BR-319, como está previsto no projeto original.
Ao que tudo indica, a questão está longe de ter um fim e deve ser novamente debatida durante o seminário sobre o trânsito que será realizado em agosto, na Capital, pela Federação do Comércio (Fecomércio), para debater com a sociedade os problemas na trafegabilidade urbana que se agravam a cada dia.
O presidente da Associação Comercial de Rondônia, Wanderlei Oriani, um dos líderes do movimento, diz que, do jeito que está planejada, a ponte trará mais prejuízo que benefícios a Porto Velho. O ideal para a cidade, segundo ele, é a efetivação do anel viário e a construção da ponte oito quilômetros abaixo do local previsto.
Para Oriani, se o projeto original for levado à frente, a BR-319 ficará um caos, causando transtorno para a população e despesa para a prefeitura, “que vive de tapar os buracos causados pelo peso das carretas e de pagar indenização para famílias das vítimas de acidentes de trânsito”. Oriani diz que cerca de 800 carretas passam diariamente pela rodovia 319. “Com a ponte, esse número deve aumentar”. A proposta é defendida também pelos vereadores, que promoveram amplo debate na Câmara Municipal.
Para o presidente da associação Comercial de Rondônia, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte Terrestre (Dnitt) não pode fazer ouvido de mercador e ignorar as vozes que ecoam da Câmara Municipal ao Congresso Nacional.
O vereador e advogado Giuliano Viecili (PMDB) de Candeias, que representa judicialmente a Associação de Moradores do bairro Balsa, concorda com o posicionamento da Associação Comercial na luta pela mudança de local da construção da ponte e, consequentemente, a retirada do tráfego pesado da área urbana de Porto Velho. Segundo ele, além dos transtornos no trânsito, há a questão das indenizações oferecidas aos moradores pela desapropriação dos imóveis. “A indenização é incompatível com a nossa realidade imobiliária do local”, explica.