O pesadelo do transporte coletivo - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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A propaganda oficial diz que o transporte coletivo de Porto Velho vai muito bem obrigado. Não é isso, portanto, o que revelou uma recente pesquisa realizada pela Rádio Caiari. As queixas são muitas, começando pelo valor da passagem, passando pelo não-cumprimento do horário de tráfego, até a quantidade insuficiente de veículos para atender a população. Apesar das reclamações contra os péssimos serviços prestados pelo consórcio, o prefeito Roberto “Lento” Sobrinho, do PT, insiste em manter o monopólio, submetendo o usuário a uma via-crúcis diária, para ir e voltar do trabalho. E de pensar que, durante a campanha eleitoral, Sobrinho prometeu abrir concorrência pública para o setor. Prometeu, mas não cumpriu.

Uma pergunta, porém, não quer calar: o que estaria impedindo o prefeito de quebrar a crista do monopólio, a ponto de deixar pessoas mofando nas paradas uma, duas e até três horas para pegar uma condução? Não são vinte ônibus a mais que vão resolver os problemas crônicos do transporte coletivo. Prefeito Sobrinho, pelo amor de Deus, coloque a mão na consciência (se é que o senhor a tem) e pare de engambelar a população com promessas messiânicas, que vão do nada a lugar nenhum. Logo o senhor e seus companheiros, que, em passado não muito distante, deitavam o relho no lombo do então prefeito Carlinhos Camurça, especialmente quando ele resolvia engordar as contas dos empresários com aumento de tarifa.

Há três meses, a secretária municipal de transportes, Fernanda Moreira, foi à Câmara Municipal e prometeu melhorias para o setor. De lá para cá, a situação só piorou. O problema é que Fernanda, coitada, não tem autoridade para mudar coisa nenhuma, limitando-se, apenas, a receber seu salário e obedecer às determinações dos donos das empresas, que, desde há muito, vêm ditando as regras do cada dia mais caótico sistema de transporte coletivo da capital. Enquanto isso, os passageiros, que pagam uma das tarifas mais caras do país, continuam viajando amontoados como animais nos poucos e velhos ônibus que circulam pelas ruas da cidade, pifando a cada esquina. Muitos, inclusive, votaram no candidato Roberto “Lento” Sobrinho, acreditando que ele teria coragem de peitar o monopólio, mas decepcionaram-se.

Nos feriados e finais de semana, com a redução da frota, a situação complica-se ainda mais, prejudicando as pessoas que pretendem ir à Igreja ou até mesmo a um dos poucos locais de lazer da cidade. Após esperam horas a fio pela passagem de um ônibus, muitos acabam desistindo e voltando para casa.

 

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