Porto Velho, Rondônia - O servidor público Luiz Albuquerque, funcionário do Departamento Estadual de Trânsito de Rondônia (DETRAN), pagou caro a ousadia de criticar o governador Ivo Cassol (PPS) e denunciar supostas irregularidades na autarquia. Ele foi espancado e humilhado na frente da filha de apenas quatro anos pelo secretário de Cassol, Maurício Pio, titular de tal de Secretaria Regional do Vale do Guaporé. Antes de levar a surra, Albuquerque havia sido ameaçado de morte pelo filho de Maurício Pio, conhecido por Sílvio.
De acordo com o boletim de ocorrência policial, registrado na 1ª Delegacia de São Francisco do Guaporé, município no interior de Rondônia, Albuquerque foi agredido no dia 24 de abril, dentro do hospital, onde acompanhava a filha de quatro anos, que estava doente.
Segundo a vítima, o secretário do governador entrou no hospital visivelmente transtornado e foi gritando: “Safado! Vagabundo! Você está difamando o governador Cassol!” Maurício Pio também esfregou no rosto do funcionário público a cópia de um comentário postado por Albuquerque no site TUDORONDONIA, em seguida, passou a agredi-lo com vários socos no rosto, causando-lhe ferimentos. Pessoas que estavam no hospital impediram que o secretário continuasse a espancar o funcionário.
Um dia antes da agressão, Albuquerque estava na CIRETRAN de São Francisco do Guaporé, onde está lotado, quando chegou Sílvio, o filho do secretário, e o ameaçou de morte por conta das críticas feitas pelo servidor ao governador. “Vou matar você”, disse Sílvio.
Em seguida, o próprio Maurício Pio ligou para falar com o servidor e reforçou a ameaça feita pelo filho: “Você fala demais. Vou acertar sua cabeça com um trem. Você não sabe com quem está falando”, vociferou o secretário do governador. No dia seguinte, Maurício Pio passou da ameaça à prática.
O laudo de exame de corpo delito assinado pela médica Sara Quispilaya ferimentos no funcionário público e atestou que houve ofensa à sua integridade física.
Curiosamente, no documento da Polícia Civil em São Francisco do Guaporé a vítima consta como “preso”.