Pobre Fernanda! - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Na condição de usuário de transporte coletivo, confesso que me tenho esforçado ao máximo para não perder a paciência com Secretária Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN), senhora Fernanda Moreira, mas não tem sido fácil. Ela insiste em remar contra a maré, em não aceitar o óbvio ululante.
 
Ontem, à noite, Fernanda foi sabatinada pelos vereadores de Porto Velho, no plenário da Câmara. Não sei se sabatina seria a palavra mais adequada. Particularmente, prefiro escalpelada, massacrada, triturada.
 
Quando a secretária parecia ter-se recomposto dos petardos disparados pelos vereadores Hermínio Coelho, Cláudio da Padaria e Jean Oliveira, eis que a vereadora Ellis Regina resolveu dar-lhe o tiro de misericórdia.  
 
Coube ao vereador Jurandir Bengala a tarefa de consolá-la. Generoso, o petista enumerou algumas ações realizadas pela SEMTRAN em proveito de taxistas do distrito de Jaci Paraná, seu reduto eleitoral. Afora isso, o relho correu solto nos costados de Fernanda, com implacável contundência. Somem-se a isso, os chistes que vinham da galeria.
 
Na ausência de medidas concretas e duradouras, que contribuam de alguma maneira para melhorar a qualidade dos serviços oferecidos pela empresas aos usuários, Fernanda limitou-se a ler um papelucho sobre o setor, cujo conteúdo em nada se coaduna com a realidade municipal.
 
Ao observador mais atento, logo passou a idéia de que a cidade a qual se referia Fernanda não era Porto Velho, de que o prefeito não era Roberto Sobrinho, e de que ela não era a secretária de uma das pastas que mais vem deixando a desejar na administração petista.
 
Ainda que os problemas que atinjam a coletividade e impõem exercício criativo ao poder público sejam complexos e envolvam múltiplas causas, não há como admitir ação que mais agrava as dificuldades e aprofunda a crise.
 
Não são poucas as ocorrências que demonstram a apatia de certas autoridades municipais, nem esta se exerce de maneira a isentar dos malefícios os mais necessitados, os que mais dependem dos serviços prestados pela máquina oficial.
 
A questão do transporte coletivo, na capital, diz bem dessa prática nefasta. Já punido com a majoração da passagem, uma das mais caras do país, o usuário sente que, a cada dia, ao invés de melhorar, piora a qualidade dos serviços, enquanto proliferam as promessas messiânicas e os discursos apocalípticos, recheados com frases de efeitos, que só convencem os imbecis, os que se cevam nas tetas do monopólio.
 
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