Associação vai desenvolver ações de combate ao assédio moral no trabalho e nas instituições de ensino
Foto: Divulgação
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Em decorrência das constantes denúncias envolvendo uma série de constrangimentos principalmente junto a estabelecimentos de ensino (inclusive superior), a Associação dos Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos do Estado de Rondônia ? ATRH vai desenvolver a partir deste mês de abril uma campanha de combate e de esclarecimento acerca do assédio moral, que vem se proliferando de forma assustadora.
O anúncio foi feito ontem pelo presidente da Associação dos Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos do Estado de Rondônia, o professor e tecnólogo Paulo Ayres, ao destacar que as denúncias podem ser formuladas através do email: associacao_tgrh@hotmail.com , ficando assegurado o sigilo do comunicante. De acordo com o presidente da ATRH, trata-se de um trabalho social que vem sendo desenvolvido pela entidade desde a sua fundação. Ele ressaltou que também se encontra disponível para a sociedade o Projeto de Orientação Vocacional e Preparação para o Primeiro Emprego.
?A ocorrência de assédio moral em instituições de ensino é grave e transcende o aspecto pedagógico, acabando por envolver as áreas do direito e da saúde. A vítima do assédio moral além de ter sua formação comprometida, ainda sofre com as demais conseqüências: queda da auto-estima; depressão; angústia; crises de choro; mal-estar físico e mental; cansaço exagerado; estresse; insônia; pesadelos; isolamento; tristeza; uso de álcool e drogas; tentativa de suicídio; diminuição da capacidade de concentração ou memorização; aumento de peso ou emagrecimento; aumento da pressão arterial; se acometido ? agravamento de moléstias; surgimento de novas doenças; e sensação negativa em relação ao futuro?, declarou o professor e tecnólogo Paulo Ayres.
O trabalho a ser desenvolvido consistirá de entrevistas, consultorias e orientações dirigidas. Em casos graves por solicitação da vítima ou da instituição, poder-se-á realizar atendimento no próprio estabelecimento, mas dependerá de encaminhamento de solicitação através do email da entidade ? associacao_atrh@hotmail.com ou através do telefone 8116-9750. Preferencialmente o trabalho deverá ser desenvolvido às sextas-feiras ou sábados.
Para o professor e tecnólogo Paulo Ayres, negar a ocorrência de assédio moral nas escolas e faculdades é também contribuir positivamente, lamentavelmente, para esta prática criminosa. Segundo ele, o assedio moral é toda e qualquer conduta que pode se dar através de palavras ou mesmo de gestos ou atitudes, que traz dano à personalidade, dignidade ou integridade física ou psíquica de uma pessoa, e destacou: ?os picaretas do magistério sobrevivem (apesar de reduzidos) graças à omissão, prevaricação ou negligência da instituição?.
Autor de um artigo técnico-científico sobre o assunto, o presidente da ATRH, disse que constantemente vem recebendo denúncias e pedidos de ?socorro? de várias partes do país. Afirmou ele que o problema do assédio moral é muito grave e geralmente é ?cercado? pelo medo de represálias, ou de manutenção no emprego (no caso das faculdades particulares) acabando-se por se instituir a Lei do Silêncio.
ACOMPANHE ALGUMAS DAS DENÚNCIAS
Abaixo observado o sigilo do comunicante ou qualquer outro indício que venha a identificar o local da ocorrência, são revelados algumas ocorrências registradas em Rondônia:
?Chegaram inclusive dizer para mim na frente das colegas de sala que eu jamais iria passar em um concurso porque o ensino nas faculdades particulares é precário. Mesmo tendo saído daquele inferno algumas professoras ainda comentam em sala que eu vou acabar desistindo por ser carente e deficiente físico e seguramente não terei recursos para concluir os estudos. Me formo no final do ano e hoje agradeço por ter saído daquele lugar, pois assim estou tendo paz. Só quem estuda lá pode saber algo que ninguém de fora consegue imaginar. Mas as pessoas que estavam sabendo de toda minha historia se recusaram a depor a meu favor, tem medo e dizem não poder sair de lá e agüentam tudo calado. Eu tenho minha cabeça erguida, pois nunca deixei que me humilhassem. Só resolvi contar esta história porque elas podem tentar pedir explicação pra você (o autor do artigo) e tentar dizer que isso não é verdade?.
?Sou ex-aluna e desisti da faculdade por perseguição severa. Nunca gostei de ser humilhada, quem gosta né? Mas nunca admitir que ninguém me desmerecesse, tanto que lá nunca admiti isso. Por isso a raiva que elas começaram a sentir de minha pessoa. Incentivava os alunos a lutarem pelos direitos, uma coisa te digo, esses alunos do Curso de Enfermagem se acovardam diante delas. Tem medo de nunca conseguir me formar. Realmente temos historias de alunos que demoraram 10 anos, jubilaram e não se formaram por pura perseguição?.
?Vi um artigo seu falando sobre assédio moral. Estou enfrentando um problema na escola. Meu professor de português tem pegado no meu pé. Já fez piadas sobre a minha pessoa e já me expulsou da sala sem motivos. Preciso da sua ajuda. Gostaria de saber se posso fazer um boletim de ocorrência contra ele, pois já me humilhou na frente dos outros alunos e faz sempre ''showzinhos'' para se aparecer e a turma toda entra na dele e me zomba. Preciso da sua ajuda, por favor, retorne este e-mail, estou no 2º ano do ensino médio na escola publica?.
?Li o seu texto sobre assedio moral nas universidades, passo pela mesma situação na minha faculdade. O pior e que praticamente toda sala passa, mas ficam rindo igual hiena alienadas. O professor ofende a classe o tempo todo, só que ele e esperto e generaliza,fica falando que tem gente gorda na sala, (para ofender a auto estima das pessoas). Diz que tem gente ali dentro que só tem acetona na cabeça, que alguns não irão se forma no fim do ano, pois está nas mãos dele. Provavelmente estou nesse grupo, pois no primeiro semestre que tive aulas com ele eu e uns colegas tentamos conversa com ele ,pois ele chegava na sala falando que a gente era uma cambada de maconheiros, e quando ele terminava de explicar a matéria , perguntava quem ia ser o filho da puta que não entendeu, sem contar que fala palavrão o tempo inteiro. Se eu fosse contar todas as ofensas iria ficar aqui um ano, o pessoal da sala prefere aceitar do que comprar uma briga, e quem comprou no passado , por se sentir ofendido e mal tratado hoje corre o risco de não se forma. O pior e que tudo isso já chegou à reitoria ,mas nada foi feito, e o coordenador do curso e muito amigo desse professor ,e comprou as dores dele,então estou de mão atadas. Estou pensando em tentar gravar as aulas dele,para usar como prova, pois dificilmente vou passar, ele pede um trabalho e depois diz que não foi isso que ele pediu, faz o que pode para reprovar. Desculpe,mas precisava desabafar com alguém que conhece sobre o assunto?.
?Meu nome é E., tenho uma filha de 9 anos. Este ano de
O GRAVE PROBLEMA DO ASSÉDIO MORAL
Nos estabelecimentos de ensino, de acordo com o professor e especialista em gestão de recursos humanos, Paulo Ayres, a prática do assédio moral ocorre principalmente nas seguintes situações: ?recusa de comunicação direta; isolamento do aluno; impedimento de expressão; reprovação injustificada; imposição de condições exageradas de avaliações; delegação de tarefas impossíveis de serem cumpridas, ou que normalmente são desprezadas pelos outros; determinação de prazo desnecessariamente exíguo; não repasse de atividade; fragilização, ridicularização, inferiorização, ou humilhação pública ou não do aluno/aluna; manipulação de informações de forma a não serem repassadas com antecedência necessária; estabelecimento de vigilância específica sobre determinado aluno/aluna; comentários de mau gosto, quando da ausência do aluno/aluna; e divulgação de boatos em sala de aula?.
Ao concluir declarou Paulo Ayres que o assedio moral é uma agressão difícil de se provar. As testemunhas (em grande parte alunos/alunas se relacionam diariamente com o assediador ou assediadora) e acabam não querendo interferir, porque obviamente temem represálias eventuais. Assim sendo, o ônus da prova incumbe a quem alega ser vítima.
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