CREA-RO – Engenheiro explica ocorrência de problemas em obras verticais na capital e o uso de areia do rio Madeira

CREA-RO – Engenheiro explica ocorrência de problemas em obras verticais na capital e o uso de areia do rio Madeira

CREA-RO – Engenheiro explica ocorrência de problemas em obras verticais na capital e o uso de areia do rio Madeira

Foto: Divulgação

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Com o aumento dos canteiros de obras em Porto Velho um dos problemas recorrentes da construção civil local consiste na falta de materiais necessários para a manutenção dessas obras, com o advento da falta de operários - mão de obra qualificada - para a execução dessas construções. É notório ocorrer incidentes que acabam contraindo problemas para construtoras, no último dia 04 de março, um prédio localizado no bairro Embratel, Aquarius Residence, pertencente ao empresário Uirandê José de Castro, apresentou sinais de sobrecarga em uma de suas pilastras de sustentação. O relatório da Criminalística apontou falha de planejamento ou uso de material inadequado.

 

A comunidade e alguns profissionais que trabalham na engenharia civil apontam uma série de irregularidades que precisam ser verificadas tanto pela Defesa Civil Municipal quanto pelo CREA-RO (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Rondônia). Em vista do vertiginoso crescimento de construções verticais que ocorrem em Porto Velho a reportagem do Rondoniaovivo.com entrevistou o Conselheiro do CREA-RO Cláudio José Marques Vidal, Engenheiro Civil e de Segurança do Trabalho, encarregado pelo próprio Conselho em responder os questionamentos da sociedade rondoniense.

 

Cláudio Vidal logo no início da entrevista explicou a função do CREA-RO, para que a comunidade tome ciência do seu papel, que é fiscalizar o exercício da profissão, portanto, para Vidal o Conselho não tem autonomia para julgar erros em construções em uma primeira visita in-loco em uma obra que esteja sendo realizada. De acordo com ele, somente, após uma serie de processos apuratórios na obra se pode obter um resultado e de acordo com este resultado o CREA-RO se manifesta e pune o mal profissional, ou seja, o engenheiro responsável.

 

Na semana passada o engenheiro responsável pela construção do Aquarius Residence, Ronaldo Scorza, foi preso e levado para prestar esclarecimentos sobre a continuidade da obra à revelia da interdição no local. A construção estava embargada, pois a mesma havia sido interditada pela Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros. Nesse caso o CREA-RO é acionado e presta uma fiscalização no canteiro de obras, mas o Conselho nada pode fazer se não tiver em mãos os laudos dos inquéritos elaborados pelo órgão responsável, para saber quem são os culpados, ou seja, se de quem projetou ou de quem está executando.

 

MONITORAMENTO

 

Cláudio Vidal foi questionado se o CREA-RO possui um sistema de monitoramento dessas diversas obras que ocorrem na capital, o engenheiro disse que dentro das normas do Conselho existe um documento básico denominado ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), e que  este documento registra todas as construções que estão sendo executadas, porém, o CREA-RO não fiscaliza estas obras.

 

Estes problemas das construções civis em Porto Velho para Vidal ainda é um assunto muito novo e que centenas desses problemas – de ordem técnica - acontecem na cidade de São Paulo/SP e milhares deles em todo o país.

 

 “Estes problemas apareceram e vão aparecer, mas o Conselho prima para que não ocorra erros dessa natureza. Porque os erros fundamentais envolvem a vida do ser humano e essa não tem preço”, disse Vidal.

 

AREIA

 

Um ponto relacionado ao uso de material inadequado nos canteiros de obras diz respeito a areia utilizada para fazer a concretagem. Existem denúncias de que a areia utilizada é a que é extraída do rio Madeira, comprovadamente inadequada para uso em construções de grande e médio porte. O engenheiro respondeu dizendo que não tinha conhecimento desde fato, mas, relembrou o fato do prédio de Sérgio Naia, onde foi constatado que o desabamento acorreu por conta da areia que não servia para fazer concreto (o empreiteiro utilizou areia da praia) e este é o mesmo caso da areia do rio Madeira, pois ela não é adequada para a elaboração de concreto e sim para fazer argamassa e assentamento de tijolos etc.

 

Segundo Cláudio, Porto Velho é abastecido há mais de 40 anos com areia do rio Candeias e é considerada pelos próprios engenheiros uma areia pura e que dá resistência ao concreto. Ele ressaltou ainda que todos os prédios que foram construídos na capital tiveram como componente da construção a areia do rio Candeias.

 

 

RELATÓRIO

 

O engenheiro integra a comissão de engenheiros (junto com agentes da Defesa Civil Municipal) que está analisando os problemas que ocorreram no “Aquarius Residence” a partir do rompimento de uma das pilastras de sustentação da edificação.

 

Apesar do relatório de Exame de Constatação do Instituto de Criminalística ter apontado a sobrecarga nas pilastras de sustentação do prédio, a partir de uma que não suportou a pressão, para Vidal não adianta se manifestar ou especular sobre o assunto, pois sua profissão exige subsídios técnicos necessários para poder passar um posicionamento oficial para a sociedade e para próprio empresário, mas, o engenheiro afirmou que foi até o prédio e com os próprios olhos observou que as medidas foram e estão sendo tomadas e sanadas, pois agora o objetivo é verificar se a edificação não tem outros problemas que possam ocorrer no futuro.

 

Cláudio Vidal informou que uma empresa de fora do Estado de Rondônia irá fazer o raio-x de todo o prédio para tranqüilizar os moradores da região e aqueles que irão morar no próprio edifício. A partir deste raio-x, que o engenheiro não informou a data exata de sua realização, é que terá um laudo mais detalhado e preciso, para compor uma nova equipe que trabalhará na contenção da obra. O resultado desse laudo a ser elaborado pela comissão a qual integra tem previsão de entrega para daqui a 15 ou vinte dias.

 

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