Peixes de RO e AM estão contaminados por mercúrio

Pesquisa descreveu lista de espécies que mais possuem concentração do metal em sua massa corporal, o que é um risco à população.

Peixes de RO e AM estão contaminados por mercúrio

Foto: Divulgação

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Pesquisa divulgada na revista científica Acta Amazônica, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) — que teve seu novo número (o terceiro deste ano) liberado para consulta na semana que passou —, apontou que algumas espécies de peixes consumidos no Amazonas estão seriamente contaminados por mercúrio (Hg), um metal que em altas concentrações no corpo humano causa graves problemas de saúde.
O estudo foi realizado por cinco cientistas, três do Rio de Janeiro (UFRJ) e dois de Rondônia (Unir). Foi avaliada uma amostragem de peixes de 14 anos (de 1987 a 2000) com 86 espécies e um total de 1100 espécimes. A área da coleta foi o sul do Amazonas e o norte de Rondônia, na região conhecida como “Arco do Desmatamento”, no rio Madeira.
A preocupação da pesquisa foi descrever quais tipos de peixes consumidos pelas populações amazonense e rondoniense estão mais contaminados por mercúrio, gerando dados para tomadas de decisões relativas a políticas públicas de contenção do problema, por parte dos governos desses Estados.
Segundo o levantamento, os pescados hoje mais comercializados no Amazonas e que estão afetados por mercúrio são dourado, tucunaré, pirarara, surubim, mapará, piranha-caju, piranha e piranha-preta. Do outro lado da tabela, aqueles com menos concentração do metal em sua carne, estão tambaqui, jaraqui, sardinha, pacu, acari-bodó, curimatá e pirarucu.
“Ao todo, 1.100 peixes foram estudados, tanto na época da seca (maio-outubro) quanto da cheia (dezembro-março)”, ressaltam os pesquisadores no artigo, indicando que em diferentes datas nos 14 anos da pesquisa foram realizadas coletas de espécies.
“O limite de mercúrio recomendado internacionalmente para o consumo de peixes (sem afetar humanos que se alimentam deles) é de 0.50mg.kg-1 para espécies carnívoras e 0.30mg.kg-1 para espécies não-carnívoras. Na área pesquisada, o limite de Hg foi de 1.00mg.kg-1 para carnívoros e 0.50mg.kg-1 não-carnívoros”, relataram os cientistas no artigo.
Garimpo e desmates
Não são apenas os eldorados ilegais, como foi o famoso caso do garimpo do Juma, ao sul do Amazonas (a 240 km da sede municipal de Novo Aripuanã e a 75 km de Apuí), que podem gerar males aos extratores artesanais de minério e ao peixes. Também as jazidas legalizados — caso não haja o devido respeito à natureza e ao uso que dela se faz — tendem a causar sérios problemas à saúde dos povos que se aventuram em busca do ouro, como atestaram os pesquisadores que divulgaram o estudo na revista Acta Amazônica.
Esse é o caso atual do Garimpo de Manicoré (a 380 km de Manaus), que mesmo reconhecido desde 2005 pela Secretaria Executiva Adjunta de Geodiversidade, três anos depois ainda tem gerado malefícios à população manicoreense, que desde a década de 90 retira pepitas em micro e pequena escalas na área rural do interior, a uma produção mensal de 60 quilos de ouro.
“Os casos de cânceres e leishmaniose têm aumentado muito. Imaginamos que seja o garimpo”, disse o vereador Roberval Neves, que integra a Câmara Municipal de Manicoré e é sensível ao problema porque um irmão dele morreu ao inalar agrotóxicos. “Também hoje está morrendo gente por causa disso”, continuou, alertando que mesmo sem ter conhecimento especializado da diferença entre mercúrio e agrotóxicos sabe da realidade à qual destaca. “Não tem uma fiscalização por aqui no garimpo em relação ao uso do mercúrio, que é o sétimo elemento mais perigoso do mundo”, concluiu.Em Tempo
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