Integrar a criação de gado à lavoura sem desmatar uma única árvore parece uma realidade longe de ser alcançada. Mas para a Embrapa, essa integração já é possível. E mais: poderá triplicar a produção de alimentos, fibras e energia e aumentar a produção de carne e leite no país.
Esse foi o entendimento encontrado durante a audiência pública realizada hoje na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal. Dois representantes da Embrapa presentes ao encontro não só incentivaram o projeto do senador Expedito Júnior (PR/RO), que institui a Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária, como dizem ter tido sucesso com o início das experiências iniciadas sobre o tema.
O gerente-geral da Embrapa Transferência de Tecnologia, José Roberto Rodrigues Peres, disse que nos últimos dois anos, cerca de 20 mil produtores de todas as regiões do país, especialmente do cerrado,têm obtido a sustentabilidade da atividade agropecuária. Segundo ele, com a adoção do sistema, será possível a recuperação dos cerca de 50 milhões de hectares de solo em degradação no Brasil.
Já o gerente de Planejamento e Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, Luiz Carlos Balbino, disse que é importante pensar na produção de renda para os habitantes da região de forma sustentável. “São 23 milhões de habitantes na Amazônia”, destacou.
Autor do projeto e idealizador da audiência pública, Expedito Júnior acredita que é preciso discutir o tema e tentar mudar a imagem do Brasil no exterior. “Vimos que é possível a prática da pecuária sem o desmatamento. Rondônia é um dos maiores produtores de carne do país. E queremos mostrar que poderemos também integrar o gado à lavoura sem desmatar”, destacou o senador.
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