ARTIGO - O presidente do STF perdeu o senso do ridículo – Por Messias Pontes

Da Redação

12 de Setembro de 2008 às 09:53

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ARTIGO -

O presidente do STF perdeu o senso do ridículo – Por Messias Pontes

Foto: Divulgação

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"Na história do Supremo Tribunal Federal talvez não se tenha notícia de um presidente como o atual, Gilmar Mendes. Pra começo de conversa, foi o primeiro a ser rechaçado pelo que há de mais representativo da consciência jurídica da nação. Que o diga o grande jurista Dalmo de Abreu Dallari, que alertou o Senado Federal para não aprovar o nome de Mendes para compor a mais alta Corte de Justiça do País. “Se for aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional”, enfatizou Dallari. Apesar dos protestos e de nove votos contrários – fato inédito no Senado-, a indicação foi escolhida graças à força do rolo compressor tucano-pefelista.

A trajetória do presidente do STF deixa muito a desejar, pois ele serviu aos dois governos mais corruptos que se tem notícia em nossa história republicana: o de Fernando Collor de Mello e do outro Fernando, o Coisa Ruim, do qual foi Advogado Geral da União, e por ele indicado para o Supremo. Ao tomar posse como ministro do STF, muitos dos seus pares se sentiram incomodados, já que seu passado era pouco recomendável.

Há, no mundo jurídico brasileiro, quem afirme que Gilmar Mendes nunca esteve preparado, em todos os sentidos, para ocupar uma cadeira no STF; há também quem garanta que ele não tem equilíbrio emocional, e também quem duvide da sua sanidade mental.O seu comportamento recente, quando saiu histericamente em defesa do megaguabiru Daniel Dantas quando este foi preso e algemado por policiais federais durante a Operação Satiagraha, acusado que é de vários crimes com provas irrefutáveis, é muito sintomático.

Apesar de Daniel Dantas nunca ter tido mandato eletivo, Gilmar Mendes o concedeu foro privilegiado, passando por cima de outras instâncias do Judiciário. Não vacilou em conceder habeas corpus para livrá-lo da prisão, com a celeridade que não se tem notícia na história da Justiça brasileira. Isto apesar de todas as provas contra o orelhudo – chefe de quadrilha, sonegação fiscal, evasão de divisas, espionagem, lavagem de dinheiro dentre outros.

Baseado em provas de tentativa de subornar um delegado federal para retirar do inquérito o seu nome e de familiares e sócios seus em troca de US$ 1 milhão, o delegado Protógenes Queiroz, com mandado judicial, efetuou mais uma vez a prisão de Daniel Dantas. Porém com a mesma celeridade anterior, o presidente do Supremo concedeu o segundo habeas corpus e censurou tanto o delegado da Polícia Federal como o juiz Fausto De Sanctis que ordenou a segunda prisão do dono do banco Opportunyti.

As prisões do megaguabiru foram baseadas em provas concretas, mas Gilmar Mendes não deu crédito a elas. No entanto comprou como verdadeiras as mentiras plantadas pela mais desacreditada e cretina de todas as revistas brasileiras, no caso a Veja que está, como todos sabem, a serviço de Dantas. Sem nenhuma prova, a revista acusou a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) de ter gravado, ilegalmente, uma conversa de Mendes com o senador Demóstenes Torres, e de ter grampeado os telefones dos gabinetes de vários senadores, inclusive do petista Tião Viana.

A revista IstoÉ desta semana, outro órgão do lixo do jornalismo a serviço do orelhudo, traz outra matéria mentirosa acusando a ABIN. Mesmo com o desmentido da Polícia Federal e da ABIN, Gilmar Mendes faz ouvido de mercador.

Com a arrogância que lhe é peculiar e baseado nas mentiras da Veja, o presidente do STF disse que “iria chamar o presidente Lula às falas”. Noutro ato de insanidade, Mendes determinou um prazo de 18 meses para a Câmara dos Deputados aprovar qualquer lei. Com isso ele perdeu completamente o senso do ridículo, pois acredita que pode também legislar, mesmo sem ter recebido do eleitor brasileiro um voto sequer para tanto.

Diante da fraqueza do presidente Lula, que pressionado por Gilmar Mendes e pelo seu ministro da Defesa, Nelson Jobim – líder do Coisa Ruim quando integrava o STF e defensor fervoroso do orelhudo – acabou afastando toda cúpula da ABIN, o presidente do Supremo pensava que na Câmara Federal todos os parlamentares iriam se acovardar também. Porém deu com os burros n’água, pois o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) deu a resposta à altura.

“O pior Legislativo é aquele que age rápido e unânime. Quando poucos fazem leis, fazem leis para poucos”, advertiu o peemedebista gaúcho, enfatizando ainda que “Em termos de valentia e coragem ninguém nos dará lições. Pelo contrário. Aqui o regime militar morreu de morte matada. Quando a lei mandava votar em Maluf, o Parlamento reagiu e votou em Tancredo”.

A Polícia do Senado realizou uma varredura em todos os gabinetes e concluiu que não há o mínimo vestígio de escutas telefônicas. Se houve escuta, foi em telefone celular, e não se deve descartar a possibilidade de mais uma armação de Daniel Dantas, para se vingar da Polícia Federal e da ABIN, e em especial dos delegados Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda, tudo em conluio com a grande mídia conservadora, venal e golpista. Outra hipótese que não deve ser descartada é que o Coisa Ruim esteja por trás de tudo isso.

Na realidade, o objetivo principal de tudo isso é atingir em cheio o presidente Lula e seu governo. E como o presidente do Supremo, que tem uma vocação irresistível a ditador e perdeu completamente o senso do ridículo, está sendo usado por Daniel Dantas de quem é o líder no STF.

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