Péssimas condições de trabalho e cortes em pagamentos revoltam servidores da saúde

Além das péssimas condições de trabalho, da falta de equipamentos de proteção e medicamentos, a administração municipal resolveu cumprir a Lei aprovada em 30/06/90, que normatiza outro percentual para cálculo de adicional noturno.

Péssimas condições de trabalho e cortes em pagamentos revoltam servidores da saúde

Foto: Divulgação

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Mesmo após determinação do Ministério Público do Estado que motivou várias fiscalizações da Agência de Vigilância Sanitária do Estado (Agevisa) em postos de saúde do município, a precariedade das instalações e as péssimas condições de trabalho continuam nas unidades de saúde. Diante dessa precariedade os servidores da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), promoveram uma “paralisação” de suas atividades nos Pronto Atendimentos desde a última sexta(29). Outra reclamação geral dos servidores é quanto aos cortes nos vencimentos deste mês de junho, que reduziu o pagamento de adicional noturno. Segundo Elis Regina, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Porto Velho (Sindeprof), a prefeitura de Porto Velho, depois de 17 anos resolveu cumprir a Lei 901 de 30/06/90 que reduziu o cálculo de adicional que era de 125%, acima da hora normal e agora é calculado em 25%. “Infelizmente é Lei aprovada e não podemos fazer nada por enquanto”, afirmou Elis. De acordo com Selma Prestes, atendente do serviço na Policlínica Manoel Amorim de Matos, localizada no bairro Jardim Eldorado (zona sul), todos os servidores da escala de trabalho permanecem no PA, porém estão se limitando a executar somente o serviço obrigatório, que são as emergências. “Pessoas que chegam com febre alta, vômito, diarréia, entre outros males, são encaminhadas ao médico, mas nos casos mais simples, as pessoas são orientadas a marcar consulta no ambulatório”, afirmou a atendente. Assim como Selma Prestes, todos os demais atendentes do Amorim de Matos reclamam do ambiente de trabalho que é sujo, com balcões velhos, pintura descascada, banheiros entupidos e sem condição de uso, trincos de portas quebrados, falta de material para a execução do trabalho como seringas, gases, luvas e até de medicamentos essenciais a um atendimento emergencial. Nesta terça-feira (03), o Sindeprof está organizando um ato em frente ao Clube Ferroviário, na avenida 7 de Setembro, em que serão discutidas as condições de trabalho, o Plano Carreira de Cargos e Salário e o adicional noturno.
PEDIDO DE SOCORRO
Sandra Regina Lima do Nascimento, auxiliar de enfermagem, que atua na Sala de Medicamentos, chegou a reclamar que não acredita mais em solução para os problemas do Amorim de Matos e de outras unidades de saúde do município. Nem a inspeção do Ministério Público e as denúncias feitas pelos servidores conseguiram por fim às péssimas condições da saúde pública municipal. “Não sabemos mais o que fazer ou a quem recorrer. Não agüentamos mais esse descaso e ainda por cima agora, o corte no nosso salário. Não podemos nem adoecer, se não perdemos mais ainda em nosso rendimento”, disse indignada a servidora. A reportagem do Rondoniaovivo.com constatou que na sala onde Sandra Regina trabalha a parede onde está localizada a pia está cheia de mofo, o trinco da porta é quebrado e o ar condicionado não funciona direito. A sala de descanso dos profissionais plantonistas, não está em situação melhor, também é cheia de mofo, pouca ventilação e os colchões estão tão velhos que nem têm mais forro, Sandra disse que é comum algumas das profissionais adquirirem micoses ou alergias. A comida que é servida também é questionada. “Temos que fazer cotinha todos os dias para melhorar nossa comida. Hoje vamos fazer uma salada”, disse Selma Prestes. “Trabalhamos em um ambiente onde vivemos sempre doentes, pois o local é totalmente inadequado e insalubre. As pessoas que chegam doentes acabam nos passando as doenças, pois não temos como nos proteger. Sempre falta equipamentos e até medicamentos”, afirmou Sandra Regina Nascimento. Segundo a auxiliar, hoje o PA estava sem escalpe (equipamento usado na aplicação de soro). Já a diretora da unidade, Elis Solange Alencar, disse que, segundo o secretário Sid Orleans, a prefeitura aguarda somente o repasse do SUS para iniciar as obras de reforma e troca de equipamentos naquele local. “A licitação já foi feita e a empresa que vai realizar os serviços já foi contratada”, disse a diretora. Quanto aos medicamentos e equipamentos necessários aos profissionais da saúde, tudo está normal. “A falta que acontece de vez em quando é coerente com o volume de atendimento que fazemos, pois o movimento nesta unidade é muito grande”, explicou a diretora. A reportagem do Rondoniaovivo.com tentou registrar as precárias condições funcionais e estruturais da Policlínica Manoel Amorim de Matos, mas foi impedida pela direção, que alegou que as fotos ou filmagens só poderiam ser realizadas com autorização do secretário municipal da saúde. Leia também: Fiscalização em postos de saúde do município encontra baratas, sapo morto e até camisinha usada * Servidores da saúde do município entram em greve por condições de trabalho
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