Prever o tempo na Amazônia é mais difícil que acertar em loteria - Por: Daniel Panobianco

Prever o tempo na Amazônia é mais difícil que acertar em loteria - Por: Daniel Panobianco

Prever o tempo na Amazônia é mais difícil que acertar em loteria - Por: Daniel Panobianco

Foto: Divulgação

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Muitos institutos pecam demasiadamente às vezes, quando uma previsão em médio prazo não se concretiza. Em alguns casos, o conhecimento na prática supera quaisquer fórmulas da teoria. Assim é em Rondônia, mesmo que com toda a tecnologia disponível prever o tempo se torna mais difícil que acertar em loteria. Como surgiu a previsão de tempo: Registros históricos mostram o surgimento da previsão de tempo no período das cavernas, com os homens primitivos, há milhões de anos. Um homem primitivo observou umas nuvens negras ao horizonte, um bando de pássaros no céu; apanhou um punhado de terra e lançou-a ao alto para saber a direção do vento. Esta atitude tão “simples” ao nosso ver deu início a história de um dos estudos de maior importância no crescimento e desenvolvimento de um país. Já nessa época saber tudo o que pudesse sobre o tempo era mais que uma descoberta, mas uma questão de sobrevivência, pois, a partir, desses conhecimentos saberiam como e quando caçar. Esse homem das cavernas não deixou nenhuma indicação de conhecimentos concretos sobre a atmosfera.A meteorologia era pouco conhecida até mesmo pelas civilizações mais adiantas. A população egípcia tinha grande preocupação com o Rio Nilo, porém pouco se sabia sobre meteorologia já que o clima quase não variava durante o ano. Durante toda a Antiguidade as chuvas, ventos e tempestades entre outros eram consideradas obras dos deuses e qualquer tipo de pergunta era considerada sacrilégio. Já no Novo Testamento a previsão de tempo surgiu através da palavra de Deus como na passagem em que Elias disse a Jô: “ ...do sul vem o tufão e do norte vem o frio...”. Assim aconteceu com Noé que previu 40 dias de chuvas e com José que através de um sonho previu sete anos de abundância e sete anos de fome no Egito. Os babilônios há seis mil anos deixaram vestígios sobre estudos, mas cientificamente, foram os gregos os primeiros a estudar a atmosfera alguns séculos mais tarde. Um dos mais brilhantes pensadores gregos de todos os tempos, Aristóteles, foi quem mais estudou a meteorologia. O sábio estudou as nuvens, a chuva, o vento, o trovão, o orvalho e as condições de tempo associadas. Chegou a escrever um livro chamado “Meteorologia” cujo significado é “coisas acima da Terra”. Por falta de alguns instrumentos como termômetro e barômetro tão utilizados hoje, Aristóteles cometeu alguns erros, mas muitos acertos. Mesmo sem instrumentos, como já foi dito, foi capaz de previsão precisa sobre as chuvas. O livro de Aristóteles não caiu no gosto popular e Teofrasto, outro grego, que se utilizando da leitura de “Meteorologia” escreveu “O livro dos Sinais” bem ao gosto popular da época. Neste, relatava oito maneiras de previsão de chuvas e centenas de provérbios sobre previsão de tempo, muitas dessas regras hoje absurdas. Tudo o que gregos e romanos precisavam fazer para saber sobre tempo era abrir o livro na página certa. Só na Idade Média, considerada a Idade das Trevas é que a meteorologia voltou a marcar passo.Até o renascimento a obra de Aristóteles foi à última palavra em meteorologia o que o denominou o pai da Meteorologia. Com tudo isso a previsão de tempo só foi estabelecida em meados do século XVIII pelo cientista francês Jean Baptiste de Monet. A previsão de tempo sempre preocupou o homem desde a antiguidade. Contudo, as previsões de tempo só começaram a serem feitas em forma sistemática na Europa no final do século XIX. Naquela época, a Meteorologia era uma ciência basicamente observacional, as previsões possuíam pouca confiabilidade e eram feitas para um prazo máximo de 24 horas. Com a Segunda Guerra Mundial, a meteorologia teve um grande avanço devido à necessidade de determinar rotas de vôo e navegação, assim como definir estratégias militares. Neste período, foram realizadas as primeiras sondagens atmosféricas, permitindo descobrir a estrutura e funcionamento da alta atmosfera e sua grande influência sobre o estado do tempo. O radar meteorológico foi desenvolvido a partir do radar militar, pois em dias de chuva as imagens ficavam mais difusas. Estas melhoras na observação atmosférica, complementadas décadas depois pelo desenvolvimento dos satélites meteorológicos, foram acompanhadas pelo surgimento de novas teorias que tinham a finalidade de explicar o funcionamento dos sistemas de tempo.Nesta época, a previsão baseava-se na observação da atmosfera manualmente representada em mapas meteorológicos. A partir destes dados, os previsores prognosticavam o movimento dos sistemas meteorológicos, utilizando a sua experiência e algumas metodologias simples. Portanto, a confiabilidade destas previsões era baixa e com prazo máximo de 36 horas. O surgimento da modelagem numérica: A atmosfera, como sistema físico, é regida por um sistema de equações matemáticas que deriva da segunda lei de Newton e do desenvolvimento do cálculo diferencial (Século XVIII). Porém, o sistema de equações que determina o movimento da atmosfera é muito complexo e não pode ser resolvido de forma exata e analítica exigindo algumas aproximações. No início do século houve uma tentativa de resolver estas equações manualmente: Milhares de pessoas demoram mais de 48 horas para fazer uma previsão de 24 horas, obtendo resultados desastrosos. A partir disto, os meteorologistas perceberam a grande necessidade de realizar operações numéricas mais rápidas e de contar com um sistema de equações mais simplificado e eficiente. Uma invenção do computador da década de 50 possibilitou rodas pela primeira vez previsões de tempo em forma numérica, surgindo os primeiros “modelos atmosféricos”. Os primeiros modelos eram muito simples e representavam a atmosfera composta por uma única camada como se fosse um oceano de ar. Gradativamente, com o desenvolvimento de computadores mais rápidos e eficientes, os modelos numéricos ficaram mais precisos e completos. Já nas décadas de 70 e 80, a Europa e Estados Unidos possuíam modelos relativamente sofisticados, embora no Brasil, as previsões ainda eram feitas em forma subjetiva, aproveitando as informações de modelos rodados no exterior. O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) começou a ser idealizado em meados dos anos 80, quando pesquisadores e o próprio governo brasileiro tomaram consciência da necessidade de o país sair do atraso na previsão de tempo. Nesta época, países mais avançados já dominavam há anos metodologias de previsão meteorológica com uso de supercomputadores. Meteorologia de primeiro mundo - Com a inauguração do CPTEC, em novembro de 1994, houve uma rápida e contínua modernização da meteorologia brasileira. Atualmente, o Brasil iguala-se aos países mais avançados na previsão de tempo e, principalmente, na previsão climática, área de atividade restrita a um seleto grupo de oito países. Antes da criação do CPTEC, as previsões de tempo eram fornecidas para até um dia e meio de antecedência, com índice de 60% de acerto. Hoje as previsões são geradas para até 15 dias, com 98% de acerto para as 48 h, chegando a 70% com cinco dias. A tendência com a operação da terceira geração de supercomputadores do CPTEC, é de que as previsões alcancem períodos mais longos, mantendo a confiabilidade. Previsões sobre a Amazônia: Uma das regiões mais difíceis de se prever o tempo é a Amazônica. Devido as suas amplas modificações, com as principais variáveis, calor e umidade modificando de uma hora pra outra, se torna arriscado fazer uma previsão em médio prazo, mesmo que com tecnologias de ponta. Em Rondônia, diga-se de passagem, um dos Estados onde prever o tempo é mais difícil que acertar em loteria, a previsão feita por profissionais muitas vezes deixa a desejar de pessoas, os mais antigos que aqui residem, por exemplo, cuja convivência e harmonia do com tempo diz tudo. Nem sempre o que os profissionais aprenderam no curso superior condiz com a verdade. Na atual circunstância, por exemplo: Alguns modelos numéricos projetam uma formação de ar frio para daqui a 10 dias, sendo que a confiabilidade em Estados sulinos é de apenas 30% de realmente se concretizar. Em Rondônia, nesse mesmo período de 10 dias, a possibilidade que agora os modelos numéricos indicam e os pesquisadores formados de carteirinha tem orgulho em colocar nas suas previsões, a mesma confiabilidade não passa de 10%. Ou seja, dizer com base em dados científicos, numéricos e comprovados, como se comportará o tempo em Rondônia daqui a 10 dias possui apenas 10% no máximo de chance de acerto. No sertão nordestino existem pessoas das quais usam o conhecimento da prática, do passar dos anos para prever o tempo. São os chamados “profetas do tempo”. Na maioria das vezes, agricultores que julgam seus próprios prognósticos se baseando em observações dos ventos, das nuvens, na floração das plantas e até no revoar e cantar dos pássaros. Puxando um pouco da idéia dos sábios moradores do Nordeste brasileiro trazemos na observação dos ventos, das nuvens, a brisa de cada manhã, o nascer do sol, a posição da lua, as árvores que agora secam, outras que dão flores, os pássaros que cantam a cada horário e migram para determinadas regiões. Tudo isso indica as condições de tempo e são 100% confiáveis quanto às previsões futuras. É mais fácil e confiável levar em consideração no cantar de um pássaro a que olhar uma imagem de satélite ou algum modelo matemático para dizer como se comportará o tempo nos próximos dias. Tendo por esses métodos de observação apenas como leigos, o que a natureza enfoca agora, talvez daqui uns 5 dias adiante, a ciência venha comprovar o que realmente está por vir. Os ventos já perduram mais de 120 horas seguidos de uma só direção e altitude. Não faz 100 horas que uma forte massa de ar frio deixou Rondônia e a indicação mostrada pelos ventos já denota um novo canal aberto para uma possível erupção polar nos próximos dias. Como a natureza, os animais e as plantas se preparam diante de cada evento que venha a acontecer, em todos os parâmetros observados minuciosamente por um leigo não resta mais dúvidas de que no mais tardar 200 horas adiante, Rondônia poderá estar diante de uma outra e desta vez, mais intensa onda polar fria dos últimos tempos, com risco até de ser quebrado o recorde de frio da semana passada, que chegou a 08°C em Cabixi e 14,6°C em Porto Velho. Mesmo que a tecnologia seja de ponta, nada que a Mãe Natureza para nos ditar os dias de amanhã. Dados: CPTEC
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