ARTIGO - Brancos trapos - Por: Hamilton Lima

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Foto: Divulgação

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Um vento gelado pode interferir na conversa. Foi consentido, de forma a permitir que o tecido, uma espécie de liga leve natural, aderisse ao corpo causando a reação dos mamilos. Pensei em Gabriela, personagem de Jorge Amado, só por causa do tecido, da cor da pele da mulher que se esforçava em falar sobre tecnologia, nos deuses abstratos da metodologia. A pele arrepiada revelava o frio, a necessidade de aquecer seu corpo. Gabriela com frio, artificial, com medo de perecer intelectualmente na selva da diplomacia pedagógica. Concentrei meus olhos no texto, ignorando superficialmente braços e pernas gentis diante de meus olhos, não sem imaginar a cobertura pubiana e os traços da feminilidade que se agitavam em palavras e gestos comedidos, embora cercados por certa sensualidade oral. Os padrões comportamentais não me permitiriam naquele momento qualquer investida que resultasse em ação positiva, em roçar de corpos, porém não eliminei as possibilidades. Havia lá fora um céu azul, nuvens leves como o tecido que encobria o corpo da mulher, cujos olhos nunca forneciam apenas uma informação. Poderia voar ou cavalgar entre as nuvens, produzir um texto referente ao curto espaço de tempo em que estivemos a prosear. Achei melhor não escrever nada, pois a produção de linhas sinuosas sobre o encontro acabaria resultando em algo que não poderia mensurar. Ainda assim meus olhos fizeram um reconhecimento. Ou dois, ou mais talvez. Uma chuva não contabilizada avançou sobre a cidade lá fora, massas de água contemporânea buscaram a terra, lambendo o solo sagrado a espargir vida sobre as matas e homens. Devaneios temporários alimentaram um cérebro semi-cartesiano que se perdeu entre observações técnicas e instinto básico, ou alternativamente prazeroso. As construções idílicas não passariam dali provavelmente. Outro dia de trabalho envolvente certamente tomaria os rumos das vidas tangenciais. Seria melhor escrever sobre isso outro dia, certamente, sei lá com que intenção, ainda que a Gabriela do asfalto estivesse diante dos olhos com seu vestido branco e sentidos tupiniquins. Escrever, publicar, ocultar, tudo isso para satisfazer um pouco do sentimento de desejo, traços digitais num mundo cibernético. Pela internet a esperança de imaginar orgasmos, movimentos contínuos e contorcidos da explosão da libido. Se escrevesse publicar aonde? Numa coluna de textos eróticos. Como titular? Pensei nuns trapos brancos rasgados numa volúpia pouco original, só movimentos carnais. Carne, carne, coisa de Júlio Ribeiro. E Jorge Amado. Hamilton de Lima e Souza é professor.
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