ARTIGO - Quer Olhar Bunda de Hóspede, Monta um Hotel! – Por: Antonio Serpa do Amaral Filho

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Foto: Divulgação

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Ilibado jornalista Zé Katraca, no Rondoniaovivo.com, o Grupo Cidade, Cultura e Inclusão nos chama pro debate, mete o pau no Baile Municipal, diz que quer discutir política cultural e clama por inclusão social. Só que essa a troupe cultural tá mais perdida que cachorro de mudança. Amarrou o burro na crítica à realização do Baile Municipal como símbolo da exclusão social e daí não sai nem que a vaca tussa. O evento foi re-incluído no calendário carnavalesco de Porto Velho, de onde ficou excluído 25 anos. Sambistas, compositores, produtores culturais, artistas, profissionais liberais, brincantes, ritmistas, músicos e gente de todas as classes sociais participaram e gostaram do evento. Só que para os utópicos petistas do Grupo Cidade não basta, por isso se comportam como as velhas patrulhas ideológicas nos tempos áureos do PC do B, PCB e MR-8: não querem papo com a classe média, não querem conversa com setores empresariais, são contra o Estado Capitalista, mas isso tudo de mentirinha e hipocrisia política barata, pois a cidade toda os vêem com seus carrinhos de classe média baixa pra lá e pra cá, bebem em boteco de classe média, se vestem como classe média e convivem socialmente como pequenos-burgueses. Eles queriam levar ao Baile os descamisados, ou humilhados, os pés-descalços, os sans-culote Guaporé e campesinos. Ou não são petistas, ou são surdos, ou são petistas surdos, porque o Grande Comandante do PT, companheiro Lula, bradou em mil decibéis que o esquerdismo tosco não resolve os problemas atuais do país, disse que é chegada a hora da reciclagem ideológica, pois tem muito sonho e pouco feijão na prática de muitos companheiros por aí. Em outras palavras, o sábio operário-presidente está dizendo que é preciso re-inventar o socialismo, é preciso deixar morrer à míngua as velhas concepções para que do entrevero histórico advenham as novas idéias e novas práticas. A formação de boa parte da militância petista está sedimentada em máximas filosóficas e sociológicas construídas quando a Albânia, pasmem, era tida como referência de sociedade socialista, o revolucionário Mao Tse-Tung inebriava o espírito da juventude universitária, a ditadura do proletariado da URSS era expressão maior do socialismo real e o romântico guerrilheiro Tche Guevara, el hombre sincero, fazia todo mundo acreditar que é doce morrer de susto, de bala ou vício nos braços de uma camponesa ou guerrilheira, ai de mim. Os gestos politicamente pedantes, autoritários, dissimulados e centralizadores de Zé Dirceu e sua turma traduzem bem a overdose de stalinismo, leninismo, fidelismo, maoísmo, bolchevismo e outros tantos ismos esquerdilóides presentes no hemograma de muitos puros-sangue do petismo nacional. Do casamento do cristianismo com o marxismo ateu, brotou esse espírito messiânico da esquerda brasileira. Não querem apenas tratar das coisas do Estado, querem redimir os pecados da humanidade. É o Materialismo e o Idealismo a serviço da salvação do homem. Ariel Argobe parece ser o líder máximo desse grupo. Ele e os seus estiveram à frente da Fundação por dois anos. São agentes políticos inteligentes, articulados e partidariamente organizados. São pessoas cultas, politizadas e apetrechadas de ferramentas ideológicas para promover as mudanças reclamadas pela comunidade artística. Tiveram o poder na mão, o aval da companheirada, do PT local e do prefeito Roberto Sobrinho. Então, pergunta-se, para que as máscaras da hipocrisia não se ajustem aos respectivos rostos: Por que foram alijados do poder? Por que Argobe e seu séquito não realizaram a inclusão social que hoje defendem? Por que não se mantiveram no poder – já que detinham todas as condições objetivas para tanto? Se estavam alcançando metas, aplicando o plano de trabalho depurado em vinte e sete anos de histórica e lutas, por que Ariel caiu? Para que essas interrogações não fiquem voando feito barata tonta por aí, vamos responder, uma a uma, essas perguntas. Foram alijados do poder porque, decorridos dois anos, convenceu-se Roberto Sobrinho que tinha caído numa esparrela: competência ideológica não gera competência administrativa. Articulação e barulho de campanha não significa necessariamente preparo executivo e garantia de sucesso. Ariel e seu grupo não realizaram seu projeto de inclusão porque se mostraram administrativamente inaptos, desprovidos de visão organizacional, vacilantes na definição de metas de trabalho a curto, médio e longo prazo, ruins na implementação de ações práticas eficientes, péssimos na condução produtiva, coesa e estimulante da equipe de trabalho, inoperantes na consecução rápida de projetos e ineficientes frente à demanda de serviços e empreendimentos culturais a cargo da fundação de cultura. Ou seja, como ideólogos, sumidades; como administradores, um desastre. E não é só o Pierrot quem está afirmando isso, é o que fica claro da análise que o próprio prefeito faz da atuação do grupo de Ariel. Mas não é só isso. Não realizaram seu projeto porque o paradigma de inclusão do grupo é arcaico, ideologicamente puritano, patrulhesco, pré-perestroika, como já dissemos. Enquanto o Comandante Lula faz um esforço danado para compor uma base multipartidária, incluindo aí forças de todas as matizes, para dar sustentação ao governo, aqui o petismo arielesco quer praticar uma política de inclusão só com verdadeiramente pobres, genuinamente operários, verdadeiramente excluídos, originalmente famintos. Numa cidadela como esta, um grupo político ligado à cultura não pode, sob pena de soar basbaque, ostentar defasado puritanismo anti-capitalista, a ponto de separar radicalmente Madeira Festival (o Mal – na visão deles) do Festival dos Beradeiros (o Bem – na ótica deles), porque no fundo é tudo farinha do mesmo saco, só o socialismo de fundo de quintal não se dá conta. Sobrinho sacou a discrepância entre o que se praticava em Porto Velho e o estava sendo pregado em Brasília, e foi buscar um técnico experiente, capaz, bom articulador, professor de música, excelente negociador, inteligente, administrador qualificado, e o fez Presidente da Fundação Iaripuna. Por isso - respondendo outra pergunta - Ariel e sua turma não se mantiveram nos cargos, porque a leitura e prática política que utilizavam se mostraram esdrúxulas aos olhos do prefeito. Não basta a “esperteza” de citar Cazuza fora de foco. Ele tinha o direito de dizer que a burguesia fede porque era genialmente anarquista. Administradores socialistas da contemporaneidade não podem fazer caras & bocas pra qualquer festinha municipal. Na re-invenção do socialismo, o antropofagismo modernista é muito mais eficiente que o puritanismo marxista, porque dá a abertura necessária para que o administrador inclua a tudo, a todos e todas, indistintamente, sem patrulhamento. Antes de invocar a luta de classes, deve-se ter em conta que nós, Rondônia, somos uma rosa antropofágica, um caldeirão do inferno, verdadeiro tsunami étnico-cultural-histórico-político e social. O trabalho, a inclusão sem eira nem beira, deve vir agora, mas sem estreitismo de guerrilheiros de boteco. O manifesto vem depois. Ao realizar o Baile Municipal, o Maestro Júlio Yriarte colocou todas as farinhas no mesmo pilão e socou, ou seja, submeteu vários elementos da realidade ao processo dinâmico da história, oferecendo soluções pragmáticas e criando possibilidades de renovação, de reinvenção, de subversão, superação, reorganização e redimensionamento do ser cultural. Foi bom, mas foi pouco? Ano que vem porá não apenas farinha, mas biribá, abacaba, japurá, e bodó frito, que é pro caldo engrossar, melhorando a inclusão, a infusão e a ebulição política, estética, organizacional, participativa e criativa, inclusive com a participação de Alejandro Bedotti (o Pierrot do Baile) e Tino Alves, que também participou da pândega. Falta unidade, autocrítica, tenacidade, criatividade e leveza ao grupo de Ariel. O administrador cultural de esquerda, hoje, deve se pautar pelo pragmatismo, articulação com setores culturais, eficiência, despojamento, ecletismo, mais experimentalismo ao invés de sectarismo, mais ações de resultado e menos pregação ideológica e romantismo; corrigindo o foco, temos que o capitalismo não é o inimigo nº um da arte, é o espaço histórico real para se experimentar a construção de novos pulsares, novas subversões estéticas, novo modelo organizacional e promocional do bem cultural, novas linguagens e dizeres; é a arena da nova síntese. Quanto ao pseudônimo e a máscara, digo que a caretice do grupo é tão aguçada que se eles pudessem certamente lançariam Fernando Pessoa à fogueira da inquisição por ter usado pseudônimos ao longo da carreira literária; o Pierrot, coitado, seria humilhado em praça pública pelos algozes da patrulha ideológica por ter praticado o crime de andar mascarado nos salões de baile. Escreveram 6.115 caracteres (sem espaço). Não gastaram um sequer para dizer, sem a máscara da dissimulação, porque deixaram a Fundação, porque Roberto Sobrinho demitiu o líder do grupo, porque não implementaram o plano de trabalho construído dentro da agremiação partidária. Ocultar pontos assim essenciais é subestimar a inteligência dos leitores e do debatedor, é não estar nem lá nem cá, mas em cima do muro – espiando. Quer olhar bunda de hóspede, monta um hotel!! Pierrot Apaixonado *VEJA TAMBÉM: * ARTIGO - A nova execução por quantia certa contra devedor solvente - Por: Ricardo Sá Vieira * ARTIGO - "O Rico e o Indigente" - Por: D. Antonio Possamai
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