Acre- Acre bate recorde na produção de grãos

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Foto: Divulgação

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Em 2008, a produção de grãos no Acre é recorde. O Governo estima que só na colheita mecanizada do milho desse ano tenha uma área plantada de 5 mil hectares, o que equivale a uma produção de 20 mil toneladas de milho: números nunca vistos na agricultura local. A delegacia de Epitaciolândia (240 quilômetros da capital Rio Branco) foi considerada lugar impróprio para trabalho segundo a Vigilância Sanitária Municipal. A notificação aconteceuno dia 24 deste mês e, segundo o laudo, foi constatado que possui apenas um banheiro para uso dos funcionários e dos presos, e ele está entupido. Em pior situação, fica nas duas celas onde estão os presos, pois, além de não haver ventilação, a umidade se espalha da paredes ao forro, não tem lajotas no piso, ou seja, no cimento bruto e, para piorar, exala mau cheiro. No lado de trás da delegacia, a tampa da fossa está quebrada, fazendo que o cheiro invada o pequeno quarto onde os agentes civis descansam. Entre os novos agentes e antigos, cerca de quase 20 policiais se amontoam no antigo prédio. Na conclusão do laudo, assinado pelos médicos Luís Armando Pena e Lillo Wertheimer, da Secretaria de Vigilância Municipal, diz que o prédio não oferece nenhuma condição de funcionamento e deve ser interditado. O laudo será encaminhado à Secretaria Estadual para que sejam tomadas as precauções cabíveis. Segundo informações, até mesmo o juiz da Comarca de Brasiléia, Leandro Leri Gross, visitou a delegacia e comprovou a situação. Foi apurado que uma empresária que tem um supermercado ao lado ofereceu um terreno para que seja construída a nova delegacia, há cerca de três anos atrás. A sala onde trabalha o delegado foi feita de madeira à parte. O prédio em questão, cerca de 18 anos atrás, funcionava como posto de saúde e foi cedido pelo primeiro prefeito para ser instalada a delegacia quando houve a emancipação da cidade. (Alexandre Lima) Essa realidade, conferida pelo governador Binho Marques e pelo senador Sibá Machado no último sábado, 29, na rodovia AC-40, consolida as zonas especiais de desenvolvimento. Trata-se de um conjunto de programas elaborado pelo governo e implantado em áreas estratégicas que possuem boa capacidade produtiva já instalada. Os números da safra de 2008 confirmam essas áreas como políticas de Estado para recuperação de áreas degradadas e elevação da oferta de alimento, trabalho e renda com sustentabilidade econômica e ambiental. A produtividade por hectare é também histórica: em 2006 (último ano aferido pelo IBGE), a média de sacas produzidas por hectare foi de 29,9 sacas. Atualmente, com a implantação dos programas governamentais nas zonas especiais de desenvolvimento, há regiões que registram colheita de até 110 sacas/hectare. A média estadual cai para 80 sacas porque há agricultores que não ainda aplicam todas as tecnologias. “Estamos atingindo, já neste segundo ano de governo, o que era esperado só para o terceiro ano”, comemorou Marques durante visita à propriedade de Juliana Faria, advogada que há seis anos trocou Goiás pelo Acre. Ela se instalou no km 58 da rodovia AC-40, em Plácido de Castro. Juliana fez um pequeno plantio de milho, mas, devido à qualidade da safra, já tem outros planos. Garante que vai ampliar para 30 hectares na próxima temporada. Produtividade também cresce. Em 2006, o IBGE registrou 29,9 sacas de milho por hectare. Em 2008, subiu para 110 sacas por hectare: um crescimento de 267,89% Sem pasto, mais milho - A safra de 2008 também mudou a lógica na produção regional de milho. Tradicionalmente, na grande parte das fazendas localizadas na região, o milho ajudaria a recuperar a terra que mantinha o capim que depois viraria pasto novamente. Essa idéia está mudando ao longo da AC-40, com a instalação das zonas especiais de desenvolvimento. Juliana, tão logo termine a colheita do milho, dará início ao cultivo de feijão. Na seqüência, volta a plantar milho. O que incentiva a advogada-agricultora é a política do governo do Estado. Mesmo neste auge de safra, o preço da saca de 50 quilos se mantém em R$ 22. O secretário de Agricultura e Pecuária, Mauro Ribeiro, chegou a projetar valor de R$ 15 para a saca neste pico de colheita. Vários fatores influenciam na cotação, incluindo o mercado internacional do biodiesel e a opção americana de usar o milho para a produção de etanol. Ao aumentar o estoque de milho, Juliana Faria diversifica a produção. Além do gado bovino, investirá também na suinocultura e ovinocultura. Ações governamentais nas zonas especiais de desenvolvimento se consolidam como mecanismo de abastecimento interno e colocam Acre no rumo da auto-suficiência em milho A partir das zonas especiais de desenvolvimento consolidadas como política de Estado, o Acre caminha para auto-suficiência em milho. Cerca de 300 mil sacas serão colhidas; 60 mil só em Plácido de Castro. A expectativa é de que essa quantidade colhida seja consumida em cinco meses. Nas safras anteriores, o estoque era baixo e o material colhido era consumido em dois meses. Com ausência do produto acreano no mercado local, a alternativa era importar milho de Mato Grosso. (AN do Acre) Fortalecimento A safra 2007/2008 dará ao milho o valor de produção de R$ 6 milhões. Ações de governo como o Pacto Agrário e programas como o “Mecaniza” e o “Pró-Calcário” são causas desses bons resultados. O fortalecimento dos grupos de produtores é estratégico para a sustentabilidade desses indicativos da agricultura local. Já são 178 produtores em 22 grupos. O Governo, por meio do trabalho articulado de várias secretarias, participa ativamente com assistência técnica e acompanhamento. Festa da safra - Juarez Brito mantinha o “forró do Juarez” no Km 52 da Estrada Transacreana. Mas, devido às safras de grãos, o ponto de festa hoje serve como armazém para os produtores ligados à Associação Unidos Venceremos. “Acabei com o forró porque guardar a produção é mais importante”, disse Brito. “Hoje é sede da Cageacre”, completa o presidente da Unidos Venceremos, Augusto Pinheiro. Acre produz, em 2008, o dobro da melhor colheita (registrada há dois anos). Ações de Governo recuperam áreas e envolvem o agronegócio no desenvolvimento comunitário Mecanização Centenas de famílias de produtores rurais das Zonas Especiais de Desenvolvimento estarão sendo atendidas, até maio de 2008, pelas ações do Programa de Mecanização de Áreas Alteradas, o “Mecaniza” conduzido pela Secretaria de Agricultura e Pecuária (Seap). O Mecaniza tem gestão compartilhada entre Governo e produtores rurais por meio de sindicatos e associações. Grupos unidos conseguem financiar, a juros subsidiados, calcário, trator de pneus, trator de esteira, implementos para mecanização, além de colhedeiras e espalhadeiras de calcário. Desde a implantação do “Mecaniza”, já são mais de 1.860 hectares mecanizados. O número não leva em conta as áreas mecanizadas pela iniciativa privada, que não passa pelo controle estatal. Silos reforçam O Governo já implantou dois silos com secadores com capacidade para 26 mil sacas cada. O processo de limpeza e secagem é mais rápido e eficiente que o sistema de armazéns. No processo convencional, o tempo médio de secagem de uma mostra de 700 sacas é três dias. No silo, o tempo é de apenas quatro horas para a mesma quantidade, nas mesmas condições de clima e umidade. O silo de Plácido de Castro custou R$ 1,4 milhão em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pacto agrário Anunciado em 2007, o Pacto Agrário envolve parlamentares, Governo do Estado, Governo Federal, prefeituras e produtores familiares. É o compromisso para o desenvolvimento rural do Acre. Em emendas parlamentares, o acordo previa destinação média anual de R$ 25 milhões em recursos extra-orçamentários nos vários segmentos da produção agrária. Mas, o valor foi superado já no primeiro ano de sua implantação. O pacto teve sua discussão iniciada pelo senador Sibá Machado, principal articulador do compromisso. Nas primeiras reuniões, as bancadas federal e estadual, prefeituras e as entidades representantes do setor agrário, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetacre); Conselho Nacional de Seringueiros (CNS) e Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) se comprometeram a priorizar a agricultura por meio do planejamento e execução das ações previstas pela implementação do Pacto Agrário, responsável também pela consolidação das zonas especiais de desenvolvimento e da safra recorde de milho no biênio 2007/2008.
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