Escrevente de cartório denuncia ação truculenta de PMs em Presidente Médici - Veja vídeo da ação policial

Da Redação

10 de Novembro de 2007 às 10:42

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Escrevente de cartório denuncia ação truculenta de PMs em Presidente Médici - Veja vídeo da ação policial

Foto: Divulgação

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*O fato ocorreu na madrugada do dia 29 de outubro no município de Presidente Médici e envolveu uma motocicleta, dois jovens e duas viaturas da Polícia Militar. São duas versões da mesma ocorrência que teve dezenas de testemunhas e as imagens, gravadas em vídeo, da ação policial na abordagem aos rapazes que estavam na moto e foram parados para vistoria de práxis da PM. *A história procede a partir de uma série de erros de interpretação e ação. De acordo com Elker Winther, 20 anos, era madrugada de domingo, 29, e ele estava em um churrasco com amigos, bebendo e curtindo, sendo que dentro de algumas horas ele trabalharia no 2º turno das eleições no cartório. *Em um determinado momento acabou o cigarro e ele decidiu ir comprar um maço, como tinha bebido cinco latinhas de cerveja pediu para outra pessoa ir com ele de moto – uma Honda CB 500 (placas CNJ 4700) - até uma lanchonete, Valber Gomes, 26 anos. Ele foi como passageiro, na garupa. *Vale ressaltar o detalhe de que ele, Elker, estava com habilitação (CNH), já Válber, que pilotava a moto, estava sem a CNH. Elker disse à reportagem que não havia pilotado a moto por estar preocupado em ser pego dirigindo alcoolizado, portanto não queria correr o risco de perder a sua Habilitação. Já a motocicleta, pertencente a um amigo em comum dos dois, Alan Fernandes, estava com a documentação em dia. *Ironicamente ao fazer a curva da avenida São João Batista, próximo a uma praça, no centro da cidade, os dois homens acabaram encontrando uma viatura da Polícia Militar, que mandou parar a motocicleta e os agentes policiais fizeram os procedimentos normais de abordagem e vistoria. *Com a ação da polícia, curiosos e transeuntes se aproximaram para ver o que ocorria, onde, de acordo com Elker alguém começou a filmar. “Eu não sabia que estava sendo filmado, no momento que percebi a filmagem já estava dentro da viatura”, disse ele. *Seguindo a legislação de trânsito onde o condutor veículo retido em blitz sem CNH pode ter o seu veículo apreendido e reconduzido ao pátio do Ciretran, para registro de ocorrência, os policiais constataram que Válber não possuía habilitação e por isso a moto teria que ser levada, mas a partir desse procedimento teve início a confusão. *De acordo com o registro de ocorrência – B.O. nº 2169/2006 -, registrado na Delegacia da Polícia Civil de Presidente Médici, os “infratores” foram parados por “Direção Perigosa” e logo após constatar que o piloto não possuía CNH e nenhum documento de identidade a moto seria apreendida, no que Elker, que apresentou os documentos exigidos, contestou a ação dos policiais que mandaram que ele levasse a moto ao Ciretran. *No B.O. consta que Elker – chamado de 1º agente/infrator – desobedeceu as ordens dos policiais e foi lhe dado Voz de Prisão. “Momento em que resistiu, sendo necessário o uso da força física e algema para conte-lo (...)”, relata o registro. *Elker conta que quando recebeu a ordem de levar a moto, disse: “Está bem, vou pegar a chave e entregar ao senhor e quando o dono chegar o senhor conversa com ele, não tem problema algum”. Ao tentar pegar a chave o Sargento PM Daniel tentou retirar a chave das suas mãos e lhe aplicou um soco no peito, no que Elker ficou sem ação e perguntou por que ele havia lhe agredido, foi quando, segundo ele, os policiais lhe cercaram e tentaram algemar, jogando-o contra o capô da viatura. *Elker disse ainda que no momento em que estava sendo algemado ele resistia argumentando com os policiais que entraria na viatura sem algemas, pois não era ladrão ou marginal para ser tratado daquela forma na frente da multidão que se aglomerou diante da ação. *Ainda assim Elker foi algemado e posto dentro da viatura, enquanto seu amigo Válber, pegou a chave da moto e jogou em cima da lanchonete, contrariando as ordens dos policiais. De acordo com Elker, quando o dono da moto, Alan Fernandes, e um amigo em comum, Marcelo Henrique, chegaram ao local no momento em que era efetuado a sua prisão, os dois foram agredidos pelos policiais com empurrões e tapas. *Em seguida chegou o reforço da polícia, com mais duas viaturas e detiveram também Válber, que foi conduzido para a viatura sem algemas. *Na delegacia, segundo Elker, o seu pai, Hans Otto Winther, oficial do Cartório de Registro Civil e Imóveis se apresentou e o Cabo PM Sudário, chamado no canto disse que se soubesse que ele, Elker, era filho de Hans nada disso teria acontecido. *Ao fazer exame de corpo de delito, ele disse que foi constatado lesão corporal leve nos punhos – por causa das algemas -, mesmo insistindo para o que o médico verificasse as lesões no rosto, que, de acordo com Elker, foram feitas quando levou uma pancada no capô da viatura, o profissional não iria registrar essas lesões. *No registro da polícia consta que logo após efetuarem as prisões dos “agentes/infratores”, a moto foi entregue no Ciretran, conforme TAMA 143AJ351473 e sem a chave de ignição, pois a mesma havia sido jogada por Válber. O “1º agente/infrator”, Elker, de acordo com o B.O. foi conduzido ao HMPM para Exame de Corpo de Delito, “(..) pois os mesmo alegava estar sentido fortes dores nos punhos.” *Logo após o ocorrido e as devidas providências legais, Elker e Válber foram liberados. Mas Elker disse à reportagem que ficou revoltado com o tratamento recebido pelos policiais e, juntamente com Válber, entrou com ação cível contra os PMs. *Elker disse que está indignado e desde a fatídica madrugada vem recebendo tratamento diferenciado dos seus vizinhos. “Na rua onde eu passo sou tratado como marginal, pelo fato de ter sido preso na frente de uma grande população (sic). Sou escrevente no cartório de meu pai, a maioria me conhece, nunca fiz absolutamente nada para ninguém”, comentou revoltado. *Confira o vídeo: *-

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