*O que poderia ser uma diversão ou apenas um passatempo de estudantes ou de menores nas famosas “Lan Houses”, instaladas em vários e populosos bairros de Porto Velho, está aos poucos sendo transformada em sucessivas práticas de ações delituosas: furto de senhas de e-mails e de contas bancárias e motivo para que dezenas de alunos deixem de freqüentar aulas do ensino fundamental, inclusive alguns filhos de famílias pobres beneficiadas com inclusão no programa social Bolsa-Família.
*“Existem menores que passam os dias dentro das Lan House. Eles esperam que clientes incautos paguem horários, para clonar as IPs (número de identificação do computador na rede interna ou na Internet) das máquinas e navegar, em série paralela, em sites pornográficos ou em jogos eletrônicos na rede mundial de computadores. A situação é tão grave que um bacharel anunciou que vai requerer providências imediatas e saneadoras ao Juizado da Infância e da Adolescência e às douta Corregedoria-Geral do colendo Tribunal de Justiça-TJ de Rondônia, onde vai questionar qual a norma legal que permite a violação de expressos dispositivos da Constituição Federal para, legislação infra-constitucional e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
*Nos bairros da zona Leste, por exemplo, no Tancredo Neves e no JK, nas proximidades das escolas Risoleta Neves, Daniel Néri e Ulisses Soares Ferreira, onde existem “Lans” instaladas, é de fácil constatação a presença de alunos até mesmo nos horários das aulas. Os abusos contra a legislação tem o agravante de que algumas “Lans” permitem acesso de menores, na faixa etária inferior a 16 anos, a sites pornográficos ou que divulgam cenas de pedofilia. Nas proximidades das “Lan Houses” é permanente a presença de desocupados, viciados em drogas, ladrões a espera de furtar bicicletas e pertences de clientes e menores.
*O jornalista e sociólogo Abelardo Jorge Fernandes de Oliveira disse à reportagem: “Todos esses acontecimentos desafiam o que seria a competência das equipes de fiscalização do Juizado de Menores, Ministério Público, Poder Judiciário, forças policiais e agentes públicos, em todos os níveis. Onde o Direito faz a curva e a violação da lei é costume, existe sempre a multiplicação da marginalidade e aumento da criminalidade, inclusive na modalidade ou categoria virtual ou eletrônica, como vem acontecendo em diversos bairros de PortoVelho”, concluiu.