Audiência Pública na Câmara mobiliza comunidade e instituições na discussão da “Lei Seca”

Audiência Pública na Câmara mobiliza comunidade e instituições na discussão da “Lei Seca”

Audiência Pública na Câmara mobiliza comunidade e instituições na discussão da “Lei Seca”

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

*O plenário da Câmara Municipal de Porto Velho foi aberto nessa quarta-feira (03) para Audiência Pública, requerida pelo vereador Zequinha Araújo (PSDC), para discutir sobre o projeto de Lei nº 2.258/06, conhecida como “Lei Seca”, encaminhada pelo vereador Ted Wilson (PFL). A polêmica criada em torno da Lei deriva de alguns artigos, principalmente no que diz respeito a proibição de distribuição, fornecimento e comércio (no atacado e varejo) de bebidas alcoólicas em áreas de maior incidência de violência na capital, no horário de 22h00 às 06h00 e a fiscalização no cumprimento dessa lei nos bares, com a instituição do Conselho Municipal de Segurança Comunitária. *A Audiência conseguiu arregimentar a participação efetiva de entidades representativas da sociedade, assim como membros da comunidade. *O projeto de Lei já recebeu parecer favorável do relator da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), vereador José Wildes (PT) e teve sua votação, que iria acontecer no último dia 12 de abril, remarcada para uma data posterior, após ajustes a serem propostos depois da Audiência Pública. *
FISCALIZAÇÃO E LIMITAÇÃO DE HORÁRIO
*Logo após a abertura da Audiência com a defesa da Lei por parte de Ted Wilson, um dos pronunciamentos contrários foi do vereador Jair Ramires (PSB), que questionou quanto à obrigatoriedade da fiscalização exigida pela Lei, caso ela seja aprovada. Ele foi categórico em afirmar que muito dificilmente haverá fiscalização nos bares que terão que acatar obediência à “Lei Seca”. *Com o plenário cheio, e esfuziantes participações da comunidade, com vaias, gritos de ordem e aplausos, o desembargador Renato Mimesi, do TJ/RO, disse em seu pronunciamento que estava ali como cidadão e não como jurista. Portanto suas palavras eram dirigidas aos vereadores e a comunidade. *Mimesi disse que a “Lei Seca” não existe, mas uma limitação de horários para a venda de bebidas alcoólicas, de onde deriva toda a polêmica e gerando conflitos de interesse em alguns membros da sociedade. Disse ainda que as ações, por menores que for, são benéficas para a diminuição da violência na cidade. *Um dos pontos de conflito é em relação a geração de desemprego com a aprovação da lei pela Câmara, ocasionando o fechamento de bares, o desembargador ressaltou que se houver desempregos, esse índice será mínimo. *Com dados colhidos em jornais impressos locais Renato Mimesi ressaltou que existe maior incidência de crimes banais com motivos fúteis (brigas, acidentes de trânsito, furtos e assassinatos) causados principalmente pela ingestão de bebida alcoólica. Todas as matérias relacionadas por ele e lidas no plenário ressaltam a bebida como responsável pelos atos criminosos. *Dados esses que coincidiram com o do Coronel da Polícia Militar, Paulo Carneiro, que representou a corporação, afirmando também que é favorável a qualquer medida que reduza o índice de crimininalidade na capital, citando que a maior concentração de atos criminosos tem início a partir das 20h00. Em relação aos acidentes de trânsito ele apresentou um dado curioso, a maior incidência ocorre no horário diurno, mas a noite enquanto os acidentes são menores, a violência (com conseqüência até de óbito nos locais dos ocorridos) das mesmas são maiores. *
“COMBATENDO AS CONSEQÜÊNCIAS”
*O vereador Kruger Darwich (PCdoB) em seu pronunciamento na plenária foi enfático ao dizer que a lei irá combater as conseqüências, mas não as causas da violência e questionou se a “Lei Seca” conseguirá ter efeito para disseminar parcialmente a violência no município como está sendo projetada dentro do seu âmbito. “Eu sou favorável a Lei Seca, mas com certos critérios. Esse horário de 22h00 às 06h00 é discutível e passível de ajuste”, disse Kruger. *
ATENÇÃO DEMAIS
*Talvez um dos pronunciamentos mais aguardados na Audiência Pública tenha sido o do presidente da Fecormércio (Federação do Comércio do Estado de Rondônia), Francisco Linhares, que defende os comércios de distribuição e venda de bebidas e é contrário a promulgação da “Lei Seca”, inclusive com manifestações públicas, como faixas penduradas na entrada da Câmara Municipal e adesivos (com os dizeres "Diga Não a Lei Seca") colados nas camisas de algumas pessoas no auditório do plenário. Por isso mesmo foi um dos mais vaiados no plenário. *Linhares criticou a imprensa por achar que a mesma estaria dando “atenção demais” a um projeto de lei e ao seu autor e que na sua convicção, não tem como passar pela Câmara. *O presidente da Fecomércio disse ainda que o vereador Ted Wilson está indo contra os interesses da população e abrindo brecha para o fechamento de estabelecimentos comerciais, afetando diretamente o comércio na capital e provocando o desemprego no setor. * “A lei é maléfica para o povo vereador e com essa sua atitude o comércio está de luto”, falou Francisco Linhares. *Em seguida o vereador Ted Wilson respondeu ao empresário e presidente da Fecomércio, afirmando que sua lei irá atender a necessidade aumentar a segurança da população do município, reduzindo o índice de criminalidade nos bairros periféricos e aproveitou para dizer que ele está de luto com as famílias, vítimas de violência ocasionadas pela bebida. *
ARGUMENTO INÓCUO
*O vereador José Wildes (PT) disse que a posição da Fecomércio, sem apresentar argumentos consistentes ou mesmo dados contrariassem o que foi apresentado por representantes e instituições favoráveis a “Lei Seca”, fica inócua, visando apenas interesses comerciais favoráveis a empresários e comerciantes do setor de bebidas. *Wildes esclareceu que a “Lei Seca” não resolve todos os problemas de violência, mas é um fator paliativo para minimizar esse problema. *
TRANSFERINDO OBRIGAÇÕES
*Muito vaiado, tornando o seu pronunciamento quase inaudível, Ananias Freitas, do Sindicato das Empresas de Hotel, Bares e Similares, disse que a medida do projeto em relação ao horário (22h00 às 06h00) fará com que alguns estabelecimentos sejam prejudicados, e ele acha injusto que os donos de bares sejam culpados por uma questão social de segurança. *Segundo ele os donos de bares não querem que os “elementos” que consomem bebidas pratiquem atos de violência, mas apenas comercializar o seu produto, os atos praticados fora do bar é uma questão de segurança a serem resolvidas pelos órgãos responsáveis. “É como transferir obrigações da polícia para os estabelecimentos comerciais”, disse.
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS