O Acre se prepara para realizar as primeiras cirurgias de transplantes de rim. Três pacientes do Hospital de Nefrologia, unidade da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre), foram selecionados para iniciar a série de cirurgias previstas para acontecer a partir deste ano. Eles estão sendo submetidos a testes sorológicos e de compatibilidade. Na próxima segunda-feira, os doadores farão a arteriografia renal, exame que verifica a irrigação do rim que será doado. As primeiras cirurgias acontecerão no final de março.
*O Hospital de Nefrologia da Fundhacre tem hoje 100 pacientes na hemodiálise. Todos são possíveis candidatos à transplante. Inicialmente, a equipe médica da Fundação Hospitalar selecionou seis pessoas para esta primeira etapa. Desses, três tinham no momento melhores condições físicas e hemodinâmicas, como também seus doadores.
*O projeto de implantação de cirurgias renais no Estado iniciou no ano passado com a capacitação de quatro profissionais no Hospital do Rim, localizado em São Paulo. O hospital é considerado o segundo maior do mundo na especialidade. De lá, vira uma equipe composta de 2 cirurgiões e 2 nefrologistas para realizar as cirurgias que serão acompanhadas por uma equipe local.
*"Estamos começando com estes três, mas a partir daí, outras cirurgias serão realizadas em abril, maio. Aos poucos vamos atender a demanda", explica o diretor da Fundhacre, médico Thadeu Moura que irá acompanhar os transplantes. A intenção é, em breve, transferir a responsabilidade das cirurgias para a equipe da própria Fundação Hospitalar.
*Como serão os transplantes
*O paciente receptor do órgão ficará em uma sala, enquanto o doador estará em outra. O primeiro procedimento será de retirada do órgão doado e depois a transferência para o receptor. A cirurgia dura cerca de 3 horas. "Não é muito complexa", diz Thadeu Moura. "Nos meses seguintes faremos mais cirurgias desse porte. Os pacientes renais podem ficar tranqüilos. Basta que a gente comece a fazer". Por enquanto, apenas doadores vivos e parentes em primeiro grau como mãe, pai, irmão, são aceitos. O diretor da Fundhacre estima que, em dois anos, o Estado já possa realizar transplantes de rim com órgãos de cadáveres.