Mais um despejo! – por D. Antonio Possamai

Da Redação

31 de Janeiro de 2007 às 08:16

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Mais um despejo! – por D. Antonio Possamai

Foto: Divulgação

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Mais um despejo! – por D. Antonio Possamai Vilhena “inchou” assustadoramente desde que determinada família se apropriou do poder político naquele município. Com promessas de muitos empregos, muita gente acreditou. Juntou o pouco ou quase nada que possuía e lá se foi. De cidade marcada por certa tranqüilidade, tornou-se violenta. *Violenta não porque quem migrou para ela fosse bandido. É porque o emprego prometido não aconteceu, a saúde prometida não aconteceu, as moradias prometidas não aconteceram, e tantas promessas feitas não foram cumpridas. Dia 25 deste janeiro de 2006 aconteceu mais uma violência contra os que acreditaram nas promessas eleitoreiras.* No setor 19, foram despejadas 86 famílias. A Polícia Militar, munida de ação judicial garantiu a reintegração de posse da área. Não só. Os tratores passaram por cima de seus pobres barracos. *Da. Rosângela da Costa, 38 anos, mãe de cinco filhos, vendo seu barraco sendo destruído, chorando dizia: “acreditei nas promessas do Melki e agora não tenho para onde ir”. *Quando quiseram colocar a mudança no caminhão, dona Rosângela disse que não tinha para onde ir. “Eu vou acampar na porta do gabinete do prefeito, aquele homem que não tem dó de gente pobre. Só promete e não cumpre”. *E fica sempre aquela velha pergunta nunca respondida: Por que a justiça brasileira, que tem fama de ser muito lenta, é tão rápida quando se trata de proferir sentenças de despejo contra os sem terra e os sem teto? *Fica bem aqui tomarmos inspiração no Livro Sagrado: “Não cometerás injustiça no julgamento. Não farás acepção de pessoas com relação ao pobre, nem te deixarás levar pela preferência ao grande: segundo a justiça julgarás o teu compatriota” ( Levítico 19, 15). E pensar que tanto os que pedem como os que proferem sentenças injustas, em geral têm a Bíblia Sagrada como seu livro de uso freqüente! Fazem até leitura dela em começo de reuniões ou de sessões legislativas. Quanta hipocrisia! Como o nome de Deus é proferido em vão! *Deus é quem julga. Entretanto o justo Juiz, Jesus Cristo nos deixou alguns itens que serão critérios de julgamento naquele dia: a atenção aos pobres. “Em verdade vos digo: todas as vezes que o deixastes de fazer a um desses pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer. *E irão estes para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna” (Mateus 25, 31-46). *D. Antonio Possamai *Bispo de Ji-Paraná

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