AUDIÊNCIA
Durou quase seis horas a audiência sobre o pedido da prefeitura para lockdown em Porto Velho. Entre argumentos econômicos e de saúde ficou definido que a capital volta para a fase 1 do plano de combate ao coronavírus.
ENTENDIMENTO
Durante os debates, ficou muito claro que o governo errou em dois pontos. Fez um lockdown “meia boca” com duração de 07 dias, metade do recomendado por organismos de saúde, e se precipitou ao flexibilizar as regras de abertura das atividades econômicas.
OPINIÃO GERAL
Todas as pessoas ligadas à saúde, exceto o Secretário Estadual, Fernando Máximo, foram unanimes ao afirmar que o Estado teria que ter agido com maior rigor para controlar a disseminação da doença.
ESTRUTURA
A falta de leitos de UTI, médicos e medicamentos são os maiores problemas enfrentados pela saúde para poder tratar pacientes infectados. A própria Sesau admite que não adianta montar a UTI se não tiver os profissionais para atender os pacientes.
CHAMADOS
Fernando Máximo disse que o governo publica editais quase que semanalmente mas não aparecem candidatos. Justificou que há uma demanda em todo o Brasil o que acaba dificultando trazer gente de outros estados.
QUESTIONAMENTO
Logo no início da audiência, o juiz Edenir da Rosa disse que mesmo sendo leigo na questão sobre saúde entendia que sem agir pontualmente e focando em áreas de maior foco da doença não haverá avanço. O juiz justificou o argumento explicando que tem analisado bastante o cenário atual no Brasil.
JUSTIFICATIVA
A opinião do juiz coincide com o entendimento de muitos especialistas. Cada localidade tem sua peculiaridade e não dá para fazer comparações. No início da pandemia, por exemplo, todos os estudos revelavam que o coronavírus não se adaptava a climas quentes, na prática isso não se consumou.
CONTRÁRIA AO CHEFE
Secretária Municipal Adjunta de Saúde, Marilene Penati, disse na audiência que não precisava haver lockdown, mas algo tem que ser feito para diminuir os casos de infectados. Deu opinião contrária ao que vinha sendo anunciado por Hildon Chaves, que, inclusive, estava participando da audiência.
ESTRUTURA
A Secretária Municipal de Saúde, Eliana Pasini, falou que o município não tem conseguido adquirir medicamentos como relaxantes neuromusculares, e que há pessoas morrendo por conta disso. A falta de remédios acontece em todo o País.
ESTRUTURA 2
Eliana informou ainda que também estão faltando técnicos de enfermagem. Frisou que a abertura das atividades prejudica todo o sistema porque outras demandas de doenças continuam sendo atendidas.
NÚMEROS
Conforme a Semusa, só de casos de Covid-19 são atendidas, em média, 700 pessoas ao dia. Dos pacientes confirmados, 20% vão precisar de algum tipo de assistência e 5% de UTI.
DVS
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Porto Velho , Régia Martins , disse na audiência que os indicadores revelam taxa de mortalidade em Porto Velho bem maior que o índice Brasil. De acordo com Régia, no Brasil são 26 mortes para cada 100 mil habitantes enquanto que Porto Velho apresenta índice de 67 mortes por 100 mil habitantes.
ERRO
A diretora da DVS falou que o Governo usa cálculos semanais tendo como referência a população total. Afirmou que isso está errado, mas não explicou onde a Sesau comete o equívoco.
NOVOS NÚMEROS
Régia Martins disse ainda que a média Brasil para a taxa de incidência ( novos casos ) é de 606 para cada 100 mil habitantes. No caso de Porto velho, são 2266 casos para cada 100 mil habitantes. Em Rondônia, a taxa é de 1084 casos para cada 100 mil habitantes.
DIRETORA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Durante a tarde conversei por mensagem com Régia Martins que disse não poder atender pois estava em uma reunião. Passei o texto da demanda e informei que aguardaria até a hora que ela pudesse atender. A noite, mandei nova mensagem para a Diretora solicitando as informações. Ela respondeu que estava “ cansada e tinha muito a fazer”.
DIRETORA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE 2
Senhora Diretora: A senhora está na condição de Diretora e como servidora pública é seu dever deixar a sociedade, que paga seu salário, a par de ações que dizem respeito ao bem comum. Muito a fazer estão todos os envolvidos com essa pandemia, inclusive jornalistas que tem a obrigação de levar a informação correta para a população.
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E tem mais: a senhora assumiu o cargo não faz muito tempo e se diz cansada. Cansado está o povo de ver toda a semana os gestores tomarem decisões atrapalhadas e confusas. Cansada está a população que diariamente escuta mentiras e enrolações relacionadas a uma questão de extrema gravidade como é a pandemia. Cansadas, arrasadas e tristes estão centenas de familiares de vítimas de Covid-19 que não sabem exatamente o que fazer para se prevenir desse vírus maldito.
CREMERO
Na audiência, os representantes do Cremero se posicionaram favoráveis ao lockdown em Porto Velho. Disseram que a contaminação está fora de controle e os números são cada vez mais alarmantes.
CREMERO 2
Enfatizaram ainda que a hora que o comércio foi flexibilizado, houve aumento da demanda em saúde enquanto que a quantidade de pessoas para atender era a mesma. O Conselho disse ao juiz Edenir da Rosa que a recomendação da classe é de isolamento social e medidas restritivas.
OAB
O Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em Porto Velho, Elton Assis, opinou que o isolamento social é o melhor caminho para diminuir o contágio, em razão dos leitos de UTI disponíveis não serem suficientes para atender a demanda que surge diariamente. Elton disse que voltar a fase 1, como quer o governo, não resolverá o problema se não houver fiscalização.
TCE
O presidente do Tribunal de Contas, Paulo Curi, informou que levantamento do TCE mostrou contradição em relação ao que estado divulga. O TCE teria constatado uma disponibilidade de apenas 7% de leitos de UTI, diferente dos 20% propagados pelo governo.
MPE
Rafael Bevilaqua, do Ministério Público Federal, declarou que é ilusão abrir comércio achando que sem uma ação eficiente de combate ao coronavírus o problema da pandemia vai ser resolvido. Bevilaqua esclareceu que o Estado tem que colocar a PM em ação para fazer cumprir um verdadeiro isolamento social.
GOVERNADOR
Ao final da audiência o governador Marcos Rocha também se manifestou. Disse que a PM já aplicou sansões a 50 pessoas que desrespeitaram as regras de isolamento social. Rocha citou as aglomerações em festas e banhos como algumas das causas do aumento no número de contaminados.
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Marcos Rocha falou ainda que não acredita que empresas que estão abertas possam aumentar os casos de pessoas contaminadas. No entendimento do Governador, os estabelecimentos comerciais obedecem rigidamente as normas de segurança e prevenção o que evita a contaminação.
GOVERNADOR 3
Sobre a declaração do Governador de que a PM está atuando com rigor para fiscalizar a desobediência às medidas de saúde, o discurso é contrário a manifestação aborrecida de Marcos Rocha em relação a um coronel da Polícia Militar.
GOVERNADOR 4
No dia 08 de junho, Marcos Rocha foi para as redes sociais criticar o coordenador de policiamento operacional da PM. A manifestação ocorreu porque o coronel disse que a Polícia Militar ia agir com rigor em relação a quem desobedecesse o decreto assinado pelo próprio Marcos Rocha.
SECOM GOVERNO
Sugiro ao colega jornalista Lenilson Guedes, Superintendente de Comunicação do Estado, que é sempre muito atencioso, que oriente seus subordinados na Secretaria de Comunicação do Governo a se identificar quando questionados. A Secom tem um telefone corporativo que várias pessoas usam, a identificação nos possibilita saber quem é o jornalista que está repassando as demandas que solicitamos.